se não a culpa e o nervosismo que eu esperava o respeito em alguns rostos.

Talvez, apenas talvez, eu tivesse ganhado meus primeiros votos de confiança.

Fechei os olhos, tentando reagrupar.

Ou talvez eu tivesse acabado de condenar a destruição o vampiro que eu

amava mais do que minha própria existência.

Porque Flaviu não parecia mais nervoso?

265

RANIERO – A MAIS RECENTE encarnação estava esperando por mim

na câmara de Miza, e eu quase engasguei quando o vi.

A transformação que ele fez do surfista de volta ao assassino estava

completa.

Não era exatamente como estava, sem nenhum traço de seu desleixo da

idade, mas não rígido, senão. Ele foi redigido alto, mas a vontade, como Lucius

estava. Como nobreza. E não era apenas a roupa que usava, ou mesmo o corte

de cabelo e barba que eu pensei que Mindy tinha dado a ele, porque eu

conhecia sua obra, sabia que ela gostava de caras para olhar, e Raniero Vladescu

Lovatu parecia o ápice de toda fantasia que ela já tinha descrito. Um cara cuja

forte mandíbula e maças do rosto elevadas Vladescu, que você finalmente

poderia ver, parecia ser o ápice de um monte de fantasias de meninas.

Mas não era mesmo a soma de todas essas coisas que o faziam parecerem

um vampiro real perigoso que ele tinha sido criado para ser.

Não, foi principalmente a estaca recém-esculpida que ele estava enfiando

na parte de trás da calça jeans quando ele perguntou: — Você está pronta para

sua segunda lição Antanasia? Você trouxe sua própria arma?

266

— Raniero, tem certeza de que deveria carregar isso? — eu não tenho

que dizer o que. — É ainda permitido?

— Eu não trabalho dentro das restrições da lei— ele disse. — Não mais.

Mas se você me pedir diretamente para estar sem uma arma, é claro que eu vou

me submeter a sua decisão.

Observei-o durante alguns segundos, tentando avaliar sua expressão,

mas seus olhos pareciam fechados. — Você tem certeza que precisa de uma

estaca agora?

— Antanasia, há um vampiro já destruído e um príncipe prestes a ir a

julgamento. Eu serei tolo para não estar armado quando estou fazendo

perguntas sobre o assassinato. Muitas vezes aqueles que fazem perguntas se

encontram seguindo com um buraco no peito, sim?

Eu não queria concordar, mas ele estava certo. E como Lucius tinha sido

quando ele primeiro chamou seu primo para a Romênia, eu estava um pouco

preocupada de que Raniero acabaria desobedecendo se eu lhe pedisse para

renunciar portando uma arma. Já para não falar que eu provavelmente devia

isso a ele para permitir que se proteja... — Ok, mantenha se quiser.

Mas por favor, não a use. A não ser que você não tenha escolha.

Ele baixou a cabeça recém-tosquiada. — Grazie.

— Você disse que está fazendo perguntas.

— E conseguindo nada. Pergunto a todos na equipe se viu qualquer coisa

na manhã da morte de Claudiu. — Ele me deu um olhar nivelado. — A inclusão

de um príncipe que não deveria se saber.

267

Meu coração pulou uma batida, não porque eu desconfie de Lucius, mas

porque eu percebi que nunca soube onde ele tinha estado àquela noite. — E?

— Ninguém viu nada. Ninguém pode dizer nada de anormal.

— Oh. — Fiquei aliviada e desapontada ao mesmo tempo.

Os olhos de Raniero suavizaram um pouco. — Não se preocupe

Antanasia. Vamos descobrir a verdade. E é claro que eu escutei da antecâmara e

fizeste bem no encontro, quando você definiu a data do julgamento. Há

vampiros mais velhos que a verão de forma diferente agora.

Olhei para a estaca em minhas mãos. — Eu espero que sim.

E nesse segundo quando meus olhos foram evitados, Raniero escolheu

para começar nossa aula, de modo que a próxima coisa que eu sabia era que

estava presa em seu peito, da mesma forma que eu tinha sido presa contra

Lucius, com uma estaca em meu peito, como ele me aconselhou. — Nunca é

aconselhável expressar dúvida na frente de um vampiro armado e perigoso,

especialmente se ele faz com que você curve sua cabeça como um sacrifício e

soltar seu ar.

268

— Raniero... O que você está fazendo?

Eu lutei para acalmar minha respiração e não sucumbir ao pânico.

Raniero era incrivelmente forte. Seu peito estava duro nas minhas costas, e sua

mão estava firmemente plantada contra meu estômago, bem debaixo do meu

esterno. Eu podia sentir a ponta da estaca.

— Raniero! — Eu disse um pouco mais alto.

Ele tinha os meus pulsos presos na sua formidável mão, e ele apertou

ainda mais. Mas sua voz não era ameaçadora, apenas mais clara do que o

habitual quando ele disse: — Eu estou mostrando, em um movimento rápido,

quase tudo o que você precisa saber no caso de verdadeiramente alguma vez

precisar usar uma estaca.

— Ok, me mostre. — ele parecia calmo, mas eu lutei muito para controlar

minha voz que queria tremer.

— Você vai ficar quieta e ouvir com atenção, sim?

— Sim — eu concordei. Eu não tive escolha. — Eu vou.

— Você é pequena e, portanto é a sua vantagem agir primeiro— ele

disse. — Para usar o elemento surpresa, se possível. Você vê a facilidade com

que eu lhe peguei, porque você não estava pronta.

Eu ainda não tinha visto ele se mover. — Ok, eu entendo.

— E isso... — Ele apertou o braço dele contra meu peito. — Esta é a

melhor posição para causar danos graves. Seu próprio corpo fornece resistência

para que haja mais energia quando você empurra a estaca. É um princípio de

alavanca e especialmente importante para alguém pequeno como você.

Eu balancei a cabeça, minha cabeça batendo em seu peito. — Eu entendo.

269

— Se você não consegue prender seu oponente assim, tente garantir que

suas costas estão contra uma parede. Caso contrário você pode se encontrar

apunhalada por várias vezes, o que é perigoso. Um lutador fraco muitas vezes

acaba se jogando em pânico, período em que seu adversário começa a lutar para

trás. Você não pode permitir isso.

Eu balancei a cabeça novamente, tentando concentrar-me, apesar da

pressão da estaca, que ele ainda estava pressionando perto do meu coração. Eu

confio nele. — Eu vou... Eu iria tentar usar uma parede.

Minha confiança oscilou quando ele pressionou a estaca com mais

firmeza, fazendo-me estremecer. Mas suas palavras faziam sentido. — Este é o

local onde o ponto deve entrar. Lembre-se, sim? Caso contrário, de novo, você

não pode destruir a primeira vez. E então você vai encontrar-se em uma luta.

— Vou me lembrar. — Eu me lembro de que lugar a partir do tempo

Lucius tinha quase me destruído. Eu nunca iria esquecer aquele lugar.

Ficamos em silêncio, e eu esperei por ele continuar falando ou me deixar

ir. Mas ele não fez mais nada. Nós ficamos travados no lugar, e eu podia sentir

sua respiração em meu ouvido, e eu finalmente disse, numa voz que eu

esperava projetar autoridade para alcança-lo, se ele estava realmente virando

fora de controle e essa —lição— não era nada mais do que um artifício para

tornar-me vulnerável, e ele estava naquele momento tentando decidir o que iria

acontecer...

— Raniero, eu te ordeno que me deixe ir. Agora.

Imediatamente ele me soltou, e eu virei e vi que ele estava balançando a

cabeça com aprovação. Ele enfiou a arma de volta em seus jeans.

— Este é o último ponto que eu gostaria de fazer. A lição que você está

aprendendo no seu próprio país, só pode ser aprendida em seu próprio país.

Afastei-me dele cautelosa. — Eu não entendo.

— Você é a realeza— ele disse. — Isso traz consigo um poder especial, e

se você acredita nisso, você entrara em qualquer batalha com uma vantagem.

270

Você vê como eu fiquei de lado, após sua ordem, no momento em que você se

lembra de quem é.

— Eu não acho que alguém que está tentando me destruir vai ouvir

minhas ordens. — Raniero sorriu, mas não calorosamente. Foi o sorriso de um

guerreiro, talvez provocado por algum triunfo lembrado.

— Não, talvez não. Mas o seu adversário pode hesitar, só por um

momento e é quando a batalha está ganha.

Ele está pensando dessa vantagem momentânea sobre Lucius? Eu

assenti.

— Eu entendo.

— Eu peço desculpas por assustar você — acrescentou. — Mas seu medo

irá ajuda-la a relembrar tudo o que eu te ensinei. Eu prometo que você vai se

lembrar de cada momento que temos apenas compartilhado.

— Sim, eu definitivamente vou. — Inclinei-me para pegar a estaca que eu

tinha deixado cair, sem tirar os olhos dele. — e eu acho que é o suficiente por

essa noite.

Mas quando me endireitei, Raniero agarrou meu pulso, me parando

novamente.

— Com sua permissão, eu também gostaria de administrar um pequeno

teste para você. Um desafio. E se você passar isso, se você fizer como eu pedi,

eu acho que você vai estar pronta para carregar uma arma com segurança.

Meu olhar correu para a minha mão e ele soltou. — Que tipo de teste?

— Você está se tornando muito corajosa, e muito rapidamente — ele

disse. — Mas você tem realmente coragem de usar a estaca?

— Usa-la? Como uma punhalada?

Ele balançou a cabeça. — Sim.

Eu não deveria desviar o olhar de um vampiro armado, mas eu dei uma

rápida verificação em torno da pequena sala. — Não há mais nada aqui, porem

mais estacas. O que eu iria usar?

— Nós podemos usar isso.

— O que?

271

Olhei para ver que Raniero não estava segurando alguma coisa. Ele

estava apontando para o seu peito.

272

— Você está brincando, certo?

Por um momento eu não tinha certeza se Raniero estava brincando ou

realmente se oferecendo para me deixar destruí-lo. Então ele ergue a mão e

disse: — Colocarei minha mão sobre a mesa, e você vai dirigir a estaca

completamente. Isso é como você aprende o que se sente ao causar uma ferida.

— Você não pode estar falando sério.

— Eu sou muito sério. Você não pode imaginar como se sente ao causar

danos até que você realmente o faz. Se você não quer hesitar em um momento

crucial, é melhor ter a experiência com segurança em primeiro lugar. E logo,

como muitas outras coisas, causando dano torna-se mais fácil à prática.

Eu ouvi a melancolia, na qualidade amarga retornar em sua voz, e mais

uma vez me fez confiar nele. Lamentou o que tinha feito no passado. — Mas eu

não posso nem imaginar o quanto isso vai te machucar se eu realmente estacar

sua mão.

Ele não parecia preocupado. — A dor duradoura é como causando dor. E

também se torna mais fácil com a prática. E você sabe, é claro que vampiros

curam rapidamente. — Ele estendeu a mão tatuada na mesa e indicou a parte

carnuda entre seu polegar e o indicador. — Não há nenhum osso aqui. A ferida

vai durar alguns dias no máximo.

Eu balancei minha cabeça horrorizada. — Não... Eu não poderia.

Raniero sorriu para o meu horror. — O próprio Buda diz: “A vida é

sofrimento”. A dor não pode ser evitada, apenas plenamente enfrentada e

aceita. Um momento de desconforto não é nada para mim.

273

— Eu não acho que Buda me aprovaria deliberadamente estaquear você.

O sorriso lentamente deixou seus lábios, e eu sabia que tinha

acidentalmente trazido suas novas filosofias que deixa de funcionar em sua

antiga vida, onde não se encaixam muito bem como elas fizeram na praia. E foi

exatamente por isso que ele não queria estar aqui.

— Isto é como Lucius e eu treinamos — ele disse. — E enquanto eu não

posso ordenar você, pois você é uma soberana, eu sugiro fortemente que você

faça isso se deseja ter as habilidades que precisa para sobreviver em seu novo

papel.

Recuei. — Você e Lucius deliberadamente estacaram as mãos?

Ele não respondeu, mas eu poderia dizer pela sua expressão que eles

haviam feito isso. Tinham sido forçados a fazê-lo. E talvez mais de uma vez, o

que foi provavelmente por isso que ele tinha sido capaz de estacar o peito de

Lucius.

Ele encostou-se na mesa, olhando meu rosto e cresceu reflexivo. —

Alguma vez já machucou alguém ou qualquer um Antanasia? Eu não falo de

pisar em uma aranha, mas causar dor verdadeira.

— Bem, eu esfaqueei o pé de Lucius com um tridente uma vez.

Os lábios de Raniero, não mais ocultos por seu cavanhaque, se

contorceram com diversão, como se soubesse a história e não acho que ele

contou.

— Não. Eu acho que nunca machuquei ninguém — admiti.

— Você deixou o tribunal incapaz até mesmo de votar para destruir um

vampiro — ele surpreendeu e envergonhou dizendo-me.

— Como você sabe disso?

Ele encolheu os ombros. — As notícias viajam até aos vampiros que

vivem nas praias.

Até mesmo Raniero sabia o que tinha acontecido, e ele deliberadamente

se manteve longe da fofoca. Debrucei-me sobre a mesa também, minha nova

274

bravata tomou uma pequena batida. — Se todo mundo sabe que eu fugi, como

posso sonhar em ser elevada a rainha?

Em seguida, o vampiro que pensou que ele derramou a sua persona

filosofa deu-me outra coisa profunda para refletir sobre, desta vez era uma

citação de Raniero e não de Buda.

— Se você não pode destruir um vampiro que merece tal e de acordo

com a lei, talvez você não deva querer ser rainha.

Levei alguns minutos para deixar coletar, e de repente era como se meus

olhos se abrissem.

O que eu desejava era ser a esposa de Lucius. Isso foi o que eu realmente

queria quando eu concordei em ser uma princesa. E eu tinha aceitado a ideia de

construir um reino melhor para os caras. Ganhei quando eu deslizei meu anel

de casamento. Eu queria fazer isso para Lucius principalmente.

Mas pareceu-me então... Eu realmente tinha, sinceramente queria ser

uma governante?

E eu sabia que a resposta era não.

Ser uma princesa tinha sempre sido apenas uma circunstância infeliz do

meu nascimento e infelizmente a porta premiada veio junto com ser esposa de

Lucius. Eu não tinha acabado de ser como a realeza, porque eu não me esforcei

o suficiente para ler romeno ou estudar os livros de Direitos antigos ou

aprender meu caminho ao redor do castelo, embora tenham sido erros muito

grandes da minha parte.

Eu estava falhando porque meu objetivo tinha sido apenas agir como

uma regra.

Eu não queria ser uma monarca em meu intestino como o vampiro que

estava deitado em uma cela, e que ansiava a chance de ser rei, um bom rei com

cada batida enfraquecida do seu coração.

Eu devia isso a ele, querer governar ao seu lado, não porque era o preço

por estar perto dele, mas porque eu acreditava em ser um líder. Tinha que ter o

cetro em minhas mãos. Para dar menos qualquer coisa não seria apenas enganar

275

os meus súditos ou eu ou os meus pais de nascimento mesmo. Seria trair

Lucius.

E eu não faria isso. De forma alguma, eu mudaria não só as minhas

ações, mas a minha atitude. De alguma forma, eu me forcei a querer reivindicar

meu direito de primogenita.

Eu tinha caído tão fundo na ideia que tinha quase esquecido que Raniero

estava ao meu lado, até o vampiro muito perspicaz que eu estava lentamente

começando a entender, mesmo que ele sentisse que estava perdendo a si mesmo

disse: —Bem Antanasia? O que você deseja fazer?

Encontrei seus olhos por um longo momento, então troquei minha estaca

na minha mão até que ele sentou-se de maneira correta e lhe disse com

convicção no fato que eu iria sentir no fato de já começar a me reagrupar —

Quero ser a princesa Antanasia Dragomir Vladescu, governante do clã de

vampiros mais veneráveis do mundo.

Sem hesitar Raniero colocou a mão sobre a mesa e eu dirigi a estaca em

sua carne com toda a força que eu possuía.

276

—Você vai parecer ótima, — Ylenia disse.

E ela pareceria incrível, porque eu estava fazendo o seu cabelo, e eu não

fiz um trabalho ruim, até mesmo para uma menina que eu odiava, talvez pelas

razões certas ou talvez pelas erradas. Eu mal podia dizer mais.

—Obrigado, Mindy, — ela disse. —É legal você me ajudar. — Suas

bochechas pálidas estavam um pouquinho vermelho. —Eu sei que não sou tão

boa com cabelo e roupas.

—Você fez bem, — eu menti. —Mas eu ajudei Jess a ganhar Lucius, então

eu acho que tenho o toque.

—Não é um encontro, — Ylenia disse, rápido demais. —Ele apenas pediu

para conversar. E eu não conseguia acreditar que ele fez i sso.

—Sim, bem, você nunca sabe com Raniero, certo?— Você realmente não

sabia mais. Eu puxei um pouco forte, tentando passar a escova de cerdas de

javali eu tinha comprado especialmente para as ondas de Jess através do frizz

de Ylenia. —E nunca é demais ter uma boa aparência.

Ela sorriu e pareceu honestamente tímida, como Raniero disse que ela

era. —Não, eu acho que não.

—Então... Onde você está indo?— Isso era o que eu realmente queria

saber, e o porquê eu ofereci para arrumá-la em primeiro lugar.

—Eu te disse, não é grande coisa. — Ela encolheu os ombros ossudos. —

Só um passeio nos jardins formais.

—Oh— Eu puxei muito forte, não porque eu a odiava. Era só que meus

dedos estavam instáveis.

277

Talvez eu estivesse mantendo minha frenemy muito perto. Eu queria

odiá-la, e eu ainda não confiava nela, mas logo depois eu senti pena dela,

também. Raniero a mordeu e depois a deixou, e não importa o que ela disse, ela

estava animada que ele queria conversar.

Ou foi culpa dela que ele foi condenado? E que Jess e Lukey estavam em

apuros?

Ou era eu a louca, vendo coisas onde realmente não tinha? Porque eu

estava quase louca de ciúmes só de pensar sobre ela e Raniero andando por um

belo jardim, assim como ele e eu costumava caminhar ao redor de um parque

estúpido em Lancaster.

O tempo todo eu estava pensando, meus dedos estavam se movendo, e

eu me perdi na minha cabeça e sua confusão de cachos, e minha caixa de

maquiagem, e quando finalmente me afastei da minha segunda maquiagem

dessa semana, para que Ylenia pudesse se levantar e fazer um pequeno giro, eu

quase gritei em ver os cachos brilhantes e seus grandes, olhos brilhantes,

porque ela trocou os óculos dessa vez...

Puxa, eu fiz um muito bom um trabalho.

Mesmo que sua saia estava totalmente fora de época, o resto de sua

aparência quase parecia... Jess.

Quase como uma honesta e bondosa princesa vampira

278

R,

Sim, lembro-me muitas coisas a partir da convocação, que resultou na marca em

sua mão. Atrevo-me mais e mais para o passado, ou o que parece ser o passado, até que a

memória é mais clara do que a realidade. E naquela noite, eu lembro que você estava com

raiva, mas são. Você recusou até mesmo as minhas tentativas de conversa, parecendo

preferir permanecer à margem, até Ylenia Dragomir se aproximar de você.

Quão estranho isso pareceu para mim... Uma menina que sempre estava nas

margens, e um Dragomir...

Lembro-me de pensar, como vocês saíram juntos, muito próximos um do outro:

—Isto é um erro.— Pelo olhar em seus olhos era perigoso, Raniero, porque, para mim,

você não apareceu ameaçador, mas vulnerável. (É estranho usar essa palavra para

descrevê-lo, mas é preciso.)

E quando eu vi você de novo, seus olhos estavam fora de foco e selvagens

diferentes até mesmo de como apareceu no dia em que quase me destruiu e você estava

parado numa poça de sangue com um vampiro recém-mordido ao seu lado e um vampiro

morto a seus pés.

Como alguém que desliza lentamente em direção à loucura, Raniero, eu sei, com

ainda mais certeza do que eu sabia naquela noite, que a mudança que você experimentou

em minutos normalmente acontece em horas ou dias ou anos. Eu sabia, mesmo então,

que Claudiu deve ter feito algo para alterar você, esperando que você fosse destruído por

uma multidão, porque não era o suficiente manda-lo embora por meses em um tempo.

Mesmo que isso não facilitaria sua preocupação de que um dia a verdade sobre como ele

incitou-o a destruir-me apareceria.

279

E, claro, eu sempre soube que era Claudiu que levou você a atacar. Eu SEMPRE

confiei em você, Raniero. Não foi a brincadeira que eu fiz naquele dia que poupou a

minha vida. Você nunca realmente esteve o mais próximo possível de acabar com a

minha existência como você chegou a acreditar.

Leva toda a minha energia escrever isso, e manter o foco, mas se isso ajuda a

perceber que você não apenas deve se juntar a nossa sociedade, mas para recuperar seu

lugar entre a realeza...

Esta é talvez a minha última carta, e assim antes de eu voltar aos meus sonhos,

que crescem mais e mais escuros, eu emito um comando final. Quando eu me for, como

parece provável, quer pela destruição ou para o reino das fantasias loucas, reivindique o

seu lugar como regente e comande ao lado de Antanasia, pois ambos sabemos que não há

restrição contra uma sentença vampírica de blestemata. Sem precedentes, e assim

nenhuma restrição.

Faça isso para todos nós, irmão, o melhor homem, protetor da noiva...

Com gratidão eterna como eu espero que sua existência seja,

L

280

—' IN CAZUL IN care acuzatul nu poate vorbi,26 — Raniero leu em voz alta,

o dedo traçando as palavras, e porque eu não estava nem perto de entender as

frases complexas nos livros de direito que estava debruçada, encontrei-me

olhando fixa no curativo em sua mão.

Eu fiz isso para ele e isso parecia terrível. Mas poderoso, também.

A estaca não tinha ido todo o caminho, mas eu tinha feito algum dano.

Muito mais do que quando eu tinha atingido o pé de Lucius com um tridente. E

Raniero acreditava que eu tinha feito bem.

—Esta é a passagem que buscamos,— ele disse, sacudindo-me dos meus

pensamentos. —Um caso de 1622, mas relevante. In realtà 27, os Anciões vão

respeitar tal precedente venerável. Alguns podem até lembrar o julgamento.

—O que dizer, exatamente? Eu preciso saber as palavras exatas.

Raniero tomou um pedaço de papel da mesa de Lucius e começou a

escrever. —No caso em que o acusado seja incapaz de falar... — Ele terminou e

deslizou a nota para mim, e quando sua mão se moveu, o laptop de Lucius

ganhou vida pela terceira vez naquela noite. E pela terceira vez, eu vi as

mensagens de e-mail do meu marido. Todas essas trocas com Raniero, alguns

datados antes da destruição de Claudiu.

O que eles discutem? Futebol e surf? Ou segredos e política?

—Se você tem o que precisa por agora, já é tarde, e eu tenho um

compromisso, — Raniero sugeriu.

26No caso do acusado não puder falar.

27De fato

281

Eu queria estudar os livros de lei toda à noite. O julgamento de Lucius

era em menos de um dia de distância. Mas eu já tinha perguntado o suficiente à

Raniero por um dia.

Provavelmente por uma vida. Eu nem sequer tenho o direito de

perguntar-lhe com quem seu —compromisso— era.

Será que isso envolve Mindy? Porque ela não está pronta para lidar com o

Raniero emergente.

—Eu não vou ver Mindy Sue, — ele me surpreendeu dizendo. Minha

preocupação deve ter sido óbvio. —Não se preocupe por ela. — Ele sorriu

tristemente e amargamente, combinando os únicos tipos de sorrisos que ele

tinha. —Eu disse a ela tudo sobre o meu passado enquanto ela usava uma

tesoura, e tudo o que resta entre nós desapareceu com o meu cabelo. Eu lhe

prometo.

Comecei a levantar-me. —Eu deveria ir vê-la. Ela deve estar chateada.

Mas ele colocou a mão no meu ombro, me pressionando para baixo. —

Ela está bem e tem planos, também, eu acredito.

Planos? Tarde da noite em um castelo solitário?

Mas eu aceitei as palavras de Raniero, porque eu não podia ajudar

Mindy de qualquer maneira. Não até que eu salve Lucius. Então eu lhe daria

um ombro para chorar pela eternidade, se precisasse. —Ok, se você tem certeza

que ela está bem.

—Você deve descansar,— Raniero sugeriu, dirigindo-se para a porta. —

Você precisa de força, tanto quanto conhecimento.

Sentei-me na cadeira de Lucius. —Não, eu vou continuar trabalhando.

Eu posso dormir quando Lucius estiver livre.

—Esta é uma boa atitude. — Raniero abriu a porta. —Ainda melhor do

que seu marido, eu acho. — Então ele saiu antes que eu pudesse perguntar o

que ele sabia do Outlook de Lucius ou de sua sanidade.

Eu sabia que precisava trabalhar, mas quando eu estava sozinha, não

tinha certeza do que fazer. Eu estava correndo contra o tempo para exonerar

282

Lucius, e eu tinha... Nada. Enquanto eu lutava para pensar, eu distraidamente

estendi a mão para o mouse de seu laptop e sacudiu-a, para que o computador

ligasse novamente, e desta vez eu dei à tentação e cliquei em seu e-mail.

Eu realmente não estava bisbilhotando, estava apenas procurando

qualquer tipo de informação que pudesse ajuda-lo. Eu queria saber mais sobre

Raniero também, porque o conflitado assassino fazia parte da minha vida agora.

E parte de mim ansiava um pouco de contato com Lucius. Queria ler o sua

longa, espirituosa sarcástica escrita que era tão... Ele.

Com apenas a menor pontada de culpa, eu abri a última mensagem entre

os dois poderosos vampiros misteriosos e rolei para o fundo da

correspondência que começou semanas antes do meu casamento e continuou,

esporadicamente, até a manhã que Claudiu havia sido destruído.

Os e-mails eram, naturalmente, destinados a Raniero, e eu recebi

algumas percepções sobre sua amizade e suas suspeitas. Mas eu também

encontrei algo mais, espalhado pelas mensagens, e era quase melhor do que

indícios.

Uma carta de amor para mim.

Pelo menos, começou dessa forma.

283

Eu deveria saber que Raniero iria encontrar Ylenia em um jardim. Ele

sempre gostou de estar fora e disse que edifícios o sufocavam, e não importa o

que ele pensava sobre si mesmo, eu sabia que ele não tinha realmente mudado.

Ele pode ter roupas melhores, e um novo corte de cabelo, e até mesmo parecer

bravo às vezes, mas ele ainda era doce, não se desespere amante da natureza

Ronnie.

Se ele não fosse um bom rapaz, ele não teria concordado em fazer a coisa

certa por Ylenia, que já estava sentada ao lado dele em um banco sob as estrelas.

Cheguei lá atrasada, porque eu tive que pedir informações a partir de dois

empregados diferentes, mas não parece que eu perdi muito. De onde eu estava

nas sombras, parecia todas as piores e mais dolorosas coisas estavam

acontecendo naquele momento.

—Ylenia,— Raniero disse, parecendo muito triste. —Eu acho que eu fui

errado em não falar com você antes de agora. Eu acreditava, a princípio, que eu

estava lhe fazendo um favor, porque eu não posso imaginar quem iria querer

um vampiro blestemata, mas talvez essa escolha deveria também ser sua, sim? A

nossa tradição diz que o que temos compartilhado juntos, sangue, é vinculativo

para a eternidade.

Eu fiquei como uma das estátuas de mármore que eu vi nos arbustos ao

meu redor, como se o Renascimento italiano ainda estava acontecendo, e eu não

podia me mover, também. Eu era como de pedra, também.

Eu não devia ter vindo ali para espioná-los. Eu não estava realmente lá

para pegar Ylenia fazendo ou dizendo algo errado. Eu estava lá porque esta

284

parte de mim queria ver o cara que eu tinha jogado fora... E que eu queria de

volta... Me deixar para sempre.

Eu, gostaria, queria que machucasse. E eu consegui o que queria.

—Eu entendo porque você agiu como você fez, — Ylenia disse a ele. —

Aquela noite inteira foi tão errada...

Si. Foi.

Eu a vi chegar e tocar-lhe, como eu teria feito, e meu coração encolheu no

meu peito.

—Mas, obviamente, Lucius acredita que você realmente não quis destruir

alguém naquela noite, — ela disse. —E eu acredito nisso, também. Eu não sei o

que aconteceu, mas você não quis fazê-lo.

—Eu ainda não entendo isso também. — Ele encolheu os ombros, quase

como se tivesse desistido de se preocupar com essa coisa ruim que ele tinha

feito. —Mas eu sei que nós compartilhamos algo sagrado para os vampiros, e se

você não me despreza, se você quiser começar, de alguma forma, a conhecer-me

mais lentamente, e determinar se você quer, talvez, um vampiro que está

perturbado e quase certamente condenado, vou cortejá-la, como você merecesse

e ainda merece.

Ela sentou-se ali olhando para ele, e meu coração parou. Diga não! Diga-

lhe que não! Diga a ele para sumir!

Mas, duh, ela era louca por ele durante anos, totalmente odiava e amava,

ela disse: — Eu gostaria, Raniero. Significaria muito para mim. Assim como

aquela noite significou muito para mim.

Nenhum deles disse em tantas palavras, mas eu sabia o que tinha

acontecido. Ela basicamente disse a ele: — Eu aceito você como meu, para

sempre. — Muito da vida de vampiro era um mistério para mim, mas eu sabia

que uma menina que tinha sido mordida tinha um crédito sobre um cara para

sempre. Como uma menina que não tinha sido mordida, eu sabia isso muito

bem.

285

Eu praticamente estava —destruída— naquele momento, e a única coisa

que me impediu de gritar foi saber que Raniero não tinha dito que aquela noite

significou muito para ele também. Eu estava feliz por isso, pelo menos.

Até ele se inclinar e beijá-la.

Não era como os beijos que compartilhamos. Não era como se Raniero

caísse sobre ela, e ela caísse sobre ele, e eles não podiam se soltar se o mundo

acabasse em torno deles. Foi apenas um beijo na bochecha, mas foi uma final e

grande estacada no meu coração.

Eu comecei a virar-me, sabendo que eu tinha cometido um erro enorme

vindo aqui.

Eu não deveria ter visto isso. Isso vai me assombrar para sempre... Mesmo se eu

não tivesse o para sempre, como eles vão, porque ela nunca vai deixa-lo ir.

Minha respiração começou a ficar toda esfarrapada e histérica, e era uma

maravilha eu conseguir ouvi-la sussurrar-lhe: — Eu serei boa para você,

Raniero. Eu prometo. E você vai precisar de alguém, se... Se o pior acontecer

com Lucius, e você se levar para se tornar a regente de Antanasia. Eu prometo,

eu estarei pronta para ajuda-lo a governar.

Eu dei as costas para eles, e congelei novamente. Meus dedos cerram tão

apertados e minhas unhas escavaram na minha pele.

Cadela. Ela era uma puta conivente.

Ela não dá a mínima para Jess.

E o que diabos Raniero quis dizer quando disse: —Obrigada, Ylenia. Eu

acredito que você vai fazer bem ao meu lado se eu tomar o meu lugar como

regente, governando com Antanasia na ausência de Lucius.

Uma das minhas unhas quebrou na minha mão.

Isso estava tudo errado. Ele não deveria agir como se houvesse nenhuma

chance de Lukey ficar bem. Amigos não falam assim. E ele não deveria estar

falando sobre governar nada. Ele não queria isso. Ele sempre jurou que não

queria...

286

Então, por que ele soava como se estivesse babando sobre a chance de

pegar o lugar de Lukey?

De repente, eu não tinha certeza se estava certa sobre o meu ex-

namorado depois de tudo.

Fiquei ali naquele jardim que ficou muito silêncioso, como se talvez duas

pessoas estivessem se beijando um pouco mais, e pela primeira vez eu

realmente me perguntei se Raniero não tinha escondido algumas coisas muito

importantes de mim. Gostaria de saber se talvez ele mentiu para todos nós o

tempo todo, fingindo ser um bom rapaz e bom amigo.

287

EMBORA Lucius não falasse sobre Raniero muitas vezes, houve

momentos em que eles se mandavam muito e-mail. Sua correspondência era

uma daquelas coisas que ele mantinha privada, mesmo de mim, talvez em parte

porque foi aí que ele falou sobre mim. Eu tinha certeza que era o único lugar,

fora do nosso quarto, aonde Lucius Vladescu chegou perto de expressar seus

sentimentos.

—Minha esposa fica fraca, Raniero... Eu me preocupo com ela... Não é possível

suportar ver sua luta...

—Sinto muito, Lucius, — eu murmurei, envergonhada. —Realmente

sinto muito.

Rolando a página mais para o alto, eu percebi que tinha chegado ao fim

da sequência de mensagens, e eu me sentei na cadeira, com raiva de mim

mesma e vendo ainda mais claramente como eu tinha me encolhido atrás dele

desde o nosso casamento. Como eu o decepcionei e aumentei seus encargos.

Quase todas as primeiras mensagens de Lucius tinham incluído,

escondida dentro das brincadeiras de caras sobre esportes, estacas e as

vantagens de usar ou não usar calças, algum tipo de elogio para mim.

—Antanasia é brilhante, Raniero. Você deve vir para o meu casamento, só para

ver a mulher que tem o poder de deixar-me sem palavras.

288

Raniero tinha escrito sobre Mindy, também, e enquanto eu deslizava as

partes, não querendo intrometer, ficou claro, mesmo com todas as LOLs sobre

seus sapatos, que ele se preocupava muito com ela, e talvez viu o que ela

precisava mais claramente do a própria Mindy fazia. —Ela frequenta a faculdade,

porque sua mãe quer isso, mas eu digo a ela que existe uma escola excelente de beleza

não muito longe da minha casa na praia.

Infelizmente, ao longo do tempo ambas as relações pareciam desintegrar-

se um pouco. LOLs de Raniero terminou com mais frequência com — mas,

infelizmente, — enquanto Lucius começou a se arrepender, não de se casar

comigo, exatamente, mas por arrastar-me para uma vida que estava lentamente

me esmagando.

Reli uma das últimas mensagens, em que Lucius perguntou a Raniero, de

novo, para vir ajuda-lo a gerenciar o reino para que ele pudesse se concentrar

mais em me proteger.

—Sinto muito,— eu repeti, levantando o dedo para fechar o programa.

Mas pouco antes de eu clicar, percebi a data nas ultimas mensagens, que

tinham sido trocadas durante um breve período quando Lucius mencionava eu

estava dormindo ali perto, porque às vezes ele tinha de trazer o portátil para o

nosso quarto e trabalhar na frente do fogo.

Rolando de volta para baixo, eu segui a trilha novamente, ficando

animada com imagens de relógios, e Lucius me acordando, e sangue vermelho

vivo, de repente começou a dançar na frente dos meus olhos.

Obriguei-me a acalmar e pensar com clareza, usando os dois lados do

meu cérebro. Pense como um vampiro e uma mathelete, Jess. Use o seu lado racional e

sua nova familiaridade com sangue, também. E, gradualmente, a questão formou em

minha mente:

Dada à velocidade com que o sangue coagula, poderia um vampiro que estava

enviando mensagens as 6:47 am e ao meu lado na cama às 7:15 – estar no foyer no

momento adequado para dirigir um estaca três vezes em seu inimigo?

289

O Julgamento de Lucius estava se aproximando, e eu só tinha um

pequeno pedaço de provas em seu favor, então eu não acho que eu jamais seria

capaz de dormir naquela noite. Mas eu recentemente executei uma estaca na

mão de Raniero e li sobre a lei e fiz o meu estudo usual de romeno, e eu acho

que estava exausta o suficiente quando minha cabeça bateu no travesseiro,

adormeci quase que imediatamente.

Ou talvez eu realmente não caí no sono, porque, quando eu estava à

deriva, eu comecei a ter um sonho que era quase tão vibrante quanto as

alucinações que eu sofria. Só que desta vez, talvez alimentado pelos e-mails de

Lucius, eu tive um sonho bom.

Era uma lembrança, realmente. Uma história que começou na noite em

que me casei, quando Lucius fechou a porta para o nosso quarto, então, pela

primeira vez desde que tínhamos falado nossos votos, estávamos sozinhos.

290

—Eu teria levado você para qualquer lugar do mundo, você sabe, — o meu novo

marido brinca, me puxando para perto. —Nós não temos de ficar aqui, em nossa própria

casa, na nossa noite de núpcias!

Eu sorri para ele. —Eu não quero viajar. Eu só quero ficar aqui com você.

Ele sorri, também e beija minha garganta, e então diz — Eu não tenho nenhuma

objeção a isso, minha esposa. Eu prefiro muito mais carrega-lo para o nosso quarto do

que arrastar malas nos aeroportos!

Eu ri, mas um pouco nervosa. Eu esperei por esse momento por muito tempo...

Mas de repente eu também estou bem consciente da minha inexperiência.

Lucius é experiente.

Isso se mostra na maneira como ele dá de ombros para fora do paletó sem parar a

suave e insistente caricia de seus lábios contra meu pescoço. E um segundo mais tarde,

ele desfaz as abotoaduras nas minhas costas, então eu ouvi-as cair no chão.

Eu nem se quer sei como as abotoaduras funcionam. Eu devo ajuda-lo? Despir-

me?

É claro, os sentidos Lucius sentem minha tensão, desde que eu fiquei dura em

seus braços, e ele diz suavemente,

Não fique nervosa. Eu te amo.

—Eu também te amo. — Eu me empurro um pouco para trás, para alcançar seu

laço, e puxando, mas não faz nada, exceto fazer nós dois praticamente caímos. Eu

coloquei minha mão em seu ombro, tentando nos equilibrar — Sinto muito. Atirar!

Eu não quis dizer esse tom juvenile, meia maldição, ou quase nos arrastar para

uma pilha no chão. Eu estou envergonhada e arruinando a noite mais especial da minha

vida...

291

Deixe-me, por favor — Eu espero Lucius rir de mim, mas ele não o faz. E com

um puxão rápido, o nó é desfeito e está pendurado em seu pescoço.

Então ele me beija, seus lábios rígidos, mas suaves contra o meu, e desloca-se

para sussurrar no meu ouvido de novo, murmurando uma das coisas mais doces que ele

já me disse. Palavras que eu tenho certeza que nunca vou esquecer, mais do que eu

jamais poderia esquecer a sua proposta ou os votos que acabamos de falar.

—Algum dia, Jessica, — ele diz calmamente, — você estará diante de mim nesta

sala, enquanto nos preparamos para alguma função que nós dois temos pavor, para nós

terá sido muitos em nossos anos juntos, e você vai sorrir e ajustar minha gravata torta,

como você sempre faz. E um dos nossos filhos, talvez o nosso primeiro filho vá puxar seu

vestido, exigindo nossa atenção. Então eu vou te beijar, e abaixar para levantar o nosso

filho, pensando:

Como cheguei a ser tão feliz?

Eu amo esta pequena história. O príncipe guerreiro que eu casei imaginou esta

cena de uma família. A família que irá criar. Ele vê-nos muito tempo depois nesta

primeira noite, juntos, felizes e familiar um com o outro, mas ainda emocionados, como

sempre seremos...

E, de repente, eu não estou nervosa. —E se nós só tivermos filhas? Eu brinco

com ele, porque eu sei que o comentário dele sobre um filho não era só improviso ou uma

piada. Ele foi criado para acreditar que ter um herdeiro do sexo masculino é

extremamente importante.

Eu envolvo meus braços ao redor de sua cintura, sentindo sua camisa branca sob

meus dedos. Eu tive sonhos, também, de ter seus filhos, um dia.

Eu tenho apenas 18, e eu nunca disse a ninguém isso. Mas eu penso sobre isso às

vezes. —E se nós só tivermos meninas, o que, em seguida, Príncipe Lucius? — Eu

pergunto de novo, rindo.

Ele sorri e aperta a boca mais perto da minha orelha e meu corpo mais perto dele,

para que eu possa sentir todo o poder, a boa tensão crescendo nele, porque embora nós

estejamos falando sobre o nosso futuro, nós estamos caindo mais e mais sob o feitiço do

presente. — Se tivermos apenas filhas, eu vou ser o vampiro vivo mais feliz, — ele

292

sussurra. — Pois eu aprendi — de você — que uma princesa pode ser tão poderosa

como um príncipe!

Então, ele me tira dos meus pés pela segunda vez naquela noite, e me leva para a

nossa cama, e eu não posso imaginar por que eu estava nervosa por um segundo sequer,

enquanto estamos juntos — completamente juntos, pela primeira vez, e logo as presas

que eu senti roçando minha pele novamente mergulham profundo em minha garganta...

Eu acordei no meio da noite e esfreguei meu pescoço como se o sonho

tinha sido verdade. Não como se fosse outra alucinação. Apenas um sonho,

vívida e maravilhosa que se tornaria realidade. Ele tinha visto o nosso futuro, e

isso não iria acontecer.

Gostaria de fazer isso acontecer.

Eu queria ser a pessoa que ajustaria a gravata do rei, e fazer as funções

chatas, e o ver balançar nossas crianças até os ombros. E eu queria mais do que

isso. Eu queria recuperar o poder que Lucius havia visto pela primeira vez em

mim, e que eu tinha perdido, e usá-lo para liderar um reino de vampiros com a

mesma força que minha mãe biológica tinha mostrado.

Eu queria todas essas coisas, profundamente, no meu intestino, mais do

que eu já ansiei por qualquer coisa em minha vida. Enquanto eu estava deitada

em cima de Lucius na minha cama, o desejo de governar, que eu tinha

começado a sentir quando eu tinha usado pela primeira vez a estaca e

experimentado esse poder em minhas mãos, endurecido em uma determinação

feroz. Um desejo.

Eu não quero ser apenas a Sra. Lucius Vladescu, ou uma princesa. Eu

queria ser rainha.

De repente eu entendi como Raniero deve ter se sentido naquele

momento em que ele tinha sido tentado a tomar o poder. Mas eu não estava

prestes a puxar minha mão e dar um passo para trás, com medo de dar um

impulso final para tomar o que era meu.

293

Eu tinha apenas algumas horas sobrando, e gostaria de gastar a maior

parte deles, para conseguir tudo o que eu tinha que ter.

Enquanto eu balançava as pernas para fora da cama, eu pensei sobre

Lucius e a imagem da estaca que sempre foi tão importante para a nossa vida

juntos, e eu ainda podia sentir a força e autoridade em suas mãos, deixada do

sonho — e algo mais se encaixou para mim. Algo que era novamente uma

combinação de matemática racional e irracional da esfera de vampiros e muito

óbvio que eu não podia acreditar que nunca tinha percebido isso antes.

Apressando-me para vestir, eu saía do meu quarto, sem sequer dizer

nada para Emilian.

Eu senti ele arrastando atrás de mim enquanto eu corria para o quarto de

Raniero, que entrei sem bater. Fechando a porta atrás de mim, fechando a

minha guarda para fora, eu fui para a cama e balancei Raniero para acorda-lo,

sacudindo-o, então ele sentou-se completamente alerta, e perguntei — Raniero...

Você já exumou um corpo?

294

A NOITE ESTAVA muito fria, mas a lua estava brilhante, e nós nem

sequer precisávamos de uma lanterna quando chegamos ao cemitério, onde não

havia árvores para bloquear a luz. Através das barras de ferro do portão, eu já

podia ver o mausoléu onde os meus pais biológicos foram enterrados — e onde,

talvez um dia, eu iria descansar — como uma mancha cinza na imensidão do

branco. E na distância eu podia ver a cripta Vladescus muito maior, onde um

lugar esperava...

Olhei para Raniero, que estava andando atrás, com uma pá equilibrada

sobre seu ombro como uma prancha de surf, enquanto eu empurrava o trinco.

—Você está certa de que nós precisamos fazer isso?— ele perguntou.

—Sim. Lembro-me de algo do dia que Claudiu morreu. Algo que eu nem

sequer pensei a respeito até você me ensinar como usar uma estaca. — Eu entrei

e rapidamente encontrei a sepultura de Claudiu novamente. O marcador

novinho em folha brilhava mais branco do que aqueles em torno dele, e a neve

estava mais alta em cima dele, porque a terra ainda estava recentemente

revirada e amontoada sob os montes.

Eu dei alguns passos para frente, então me virei para trás, porque

Raniero ainda não estava me seguindo. Ele estava parado no portão, parecendo

impaciente, como da primeira vez que eu o encontrei lá. —Não me diga que

você está nervoso por estar aqui?— Eu perguntei.

Ele mudou a posição de seus pés. —Não, eu lhe disse antes que eu sou

preguiçoso. O chão vai estar duro.

—Se você não quer me ajudar, eu vou fazer isso sozinha.

295

—Eu apenas tentei fazer uma brincadeira Antanasia. — Mas ele ainda

não tinha se mexido. Ele levou um momento para fazer um levantamento do

cemitério, e mesmo sob o luar eu podia ver que sua mandíbula estava tensa. —

Eu não gosto de estar aqui. Eu sou responsável por mais de uma destas tumbas.

Andar aqui é entrar em um campo minado, e me perguntar se a visão de uma

lápide será suficiente para me fazer explodir. Eu apenas faço piadas para afastar

os pensamentos sombrios.

Enrolei meu casaco mais apertado em volta de mim. —Sinto muito. Eu

não pensei sobre isso. Eu só quero ajudar Lucius.

Ele me deu um olhar cético. —E você acha que levantar o corpo de

Claudiu Vladescu tem o poder de ajudar alguém?

—Sim.

Seus dedos flexionaram em torno do punho da pá. —Eu ainda não

entendo.

—E eu não entendo por que vampiros ainda investigam crimes como se

vivêssemos na Idade Média, contando com a tortura e sussurros e a palavra de

um vampiro contra o outro, — eu disse a ele. —Quero trazer evidências para o

julgamento de Lucius. — Olhei para o firmamento de neve salpicado com

lápides cinzentas. Em algum lugar debaixo da terra estava um vampiro que eu

não tinha sido capaz de sentenciar. —Havia testemunhas oculares, mas

nenhuma evidência real, quando o assassino do pai de Ylenia foi julgado. —

Encontrei os olhos de Raniero. —E alguém além de Lucius tentou defender você

no seu julgamento?

—Não. Ninguém. — Ele arrastou os pés novamente. —Então, você deseja

fazer a justiça vampiro como a que aparece em programas de TV americanos,

sim?

Ele ainda estava meio que brincando, mas eu estava mortalmente séria.

—Exatamente. E enquanto nós podemos não ter equipamento de cromatografia

líquida ou mesmo um kit de impressões digitais, nós podemos coletar fatos. Os

Anciões podem ser compelidos a fazer julgamentos mais racionais e medidos.

296

Raniero acenou mais pensativamente. —Lucius diz que seu jeito

americano lógico de pensar irá beneficiar nossos clãs.

Encaramos um ao outro através de alguns pés de neve, então eu disse

calmamente, mas com firmeza, do jeito que ele tinha falado para mim agora,

várias vezes, — Se eu conseguir sair da cama e enfrentar as coisas que me

aterrorizam no futuro, você pode enfrentar seu passado.

O vento soprava, e eu olhei para a cripta Vladescus novamente. Eu sou

uma hipócrita...?

Quando me virei, descobri que Raniero tinha chegado mais perto. Eu não

tinha ouvido nem o portão balançar fechado ou o barulho da neve sob as botas

pesadas que substituíam seus chinelos de dedo. Ele sacudiu a cabeça em

direção ao novo marcador. —Vamos, Antanasia, e acabar logo com isso.

Sem outra palavra, eu liderei o caminho ao túmulo do Claudiu. Quando

chegamos ao lugar, Raniero levantou a pá dos ombros, jogou o casaco de Lucius

ao chão, então curvou e prendeu a lâmina na neve e na terra.

Enquanto a sujeira, provavelmente, estava dura, ainda estava solta no

buraco raso, e Raniero era forte. Ele nem sequer respirava pesadamente

enquanto trabalhava, e só levou alguns minutos antes que a lâmina atingisse a

madeira. Dentro de meia hora, ele tinha o caixão removido.

Ajoelhando ao lado do buraco estreito, ele envolveu seus dedos sob a

borda da tampa de ébano e levantou seu rosto para o meu. —Você está pronta,

Antanasia? Está frio, e não passou muito tempo, então não haverá muita

decomposição. Mas a visão não será bonita.

Eu sabia disso. E eu sabia o que aconteceu da última vez que eu olhei

para aquele caixão. Mas eu precisava ter certeza. —Vá em frente.

Sua mão empurrou dura, e eu pulei, porque a tampa cedeu facilmente,

abrindo para revelar o corpo. Debruçando-me, eu me obriguei a olhar para

dentro. —Desfaça o sudário para que possamos ver a ferida, — eu dirigi.

Raniero sem palavras começou o constrangedor processo de descobrir o

peito de Claudiu, e eu me virei — não porque eu estava muito assustada para

297

assistir, mas porque, apesar de eu ter desprezado Claudiu, parecia

desrespeitoso olhar para os seus nus, ombros ossudos. Eu estava quase

envergonhada por ele. —Diga-me o que você encontra.

A voz de Raniero estava abafada porque a cabeça dele estava curvada

para dentro da sepultura. —Talvez você possa me dizer o que deseja que eu

procure. — Mas eu não tive nem que responder. Antes que eu dissesse alguma

coisa, eu o ouvi murmurar, suavemente, uma expressão italiana de surpresa. —

Mavalà.

Cerca de uma hora depois, nós tínhamos enterrado de novo Claudiu

Vladescu, e Raniero colocou de volta seu casaco, ocultando a recém-esculpida

estaca que ele ainda tinha enfiada na parte de trás de seu jeans.

Nós tropeçamos através dos montes brancos, e enquanto ele balançava o

portão de ferro fechado, olhei para o céu, esperando que nevasse ainda mais,

porque eu queria que o túmulo parecesse como se nunca o tivéssemos tocado...

Apenas no caso de eu precisar abri-lo novamente.

298

—POR QUE ESTAMOS AQUI?— Perguntei a Raniero. Eu senti a estaca

no bolso do meu casaco, onde eu estava tentando me acostumar a mantê-la. —

Eu pensei que as minhas aulas estavam acabadas.

Tínhamo-nos dirigido diretamente a partir do cemitério para a câmara de

miza, e Raniero tinha estado quieto o tempo todo. Enquanto eu acendia as velas,

ele andava, mas não como ele tinha feito a primeira vez que eu o encontrei lá.

Desta vez, ele ainda parecia um leão, mas na forma como Lucius fazia quando

caminhava para frente e para trás enquanto estava imerso em pensamentos.

Raniero parecia como se ele estivesse à espreita, com sua presa à vista.

—Raniero?

Acordei-o para fora de um devaneio que parecia ainda mais profundo

que o sono eu tinha interrompido mais cedo. — Si? Sim?

—Por que estamos aqui?

—Eu preciso ver... — Ele moveu a caixa que continha à estaca de Lucius

e abriu a tampa com os dedos ainda sujos de desenterrar um cadáver — e

sondar as feridas do Claudiu. —... Isso.

Ele levantou a arma de Lucius e segurou-a até seu rosto, então correu um

dedo ao longo das camadas de manchas de sangue, como se estivesse testando-

as. Ou as medindo.

Eu ainda podia sentir levemente o cheiro de Claudiu, e como sempre,

queria me afastar. Mas o assassino que sabia tanto sobre feridas e estacas e

sangue, não evitou o odor rançoso como ele tinha evitado o cemitério. Ele

299

limpou as mãos na calça jeans, limpando um pouco da sujeira, e segurou a

estaca mais perto de seu rosto, aspirando o cheiro da ponta ao cabo.

Então ele se virou para mim e declarou, muito solenemente: — Esta

estaca está manchada com o sangue do Claudiu. Mas não é a arma que destruiu

o meu tio.

Meu coração pulou, pelo menos, cinco batidas. —Como você sabe?

—O sangue de Claudiu, que é pungente, está apenas sobre a pontinha

desta estaca.

—O que significa...

—Alguém fraco a usou — e falhou em penetrar fundo o suficiente. Ou o

sangue foi adicionado mais tarde, por alguém que não entende o quão

profundamente a ponta deve entrar para perfurar um coração. Ou é uma

falsificação ou parte de uma tentativa falhada — e estabelecemos que Lucius

não falharia.

Meu coração começou a adicionar batidas. —Esta é uma boa notícia.

Certo?

Já tínhamos estabelecido no cemitério que minha memória estava certa.

Claudiu havia sido esfaqueado três vezes, enquanto Lucius teria destruído com

um único golpe. Além disso, Raniero determinou que os dois primeiros golpes

haviam sido cravados por um vampiro destro. Ele não precisou de nenhum

laboratório ou equipamento especial. Apenas a sua especialidade pessoal em

como ferimentos foram infligidos em lutas até a morte.

—Então você está dizendo não só que o número de ferimentos, e os seus

ângulos e posicionamento, ajudam a exonerar Lucius, mas que sua arma nem

mesmo causou o ferimento fatal?— Pedi confirmação, pois isso era tão

importante.

—Sim, mas não fique muito animada Antanasia, — ele advertiu. —Ainda

foi um vampiro canhoto que perfurou o coração do Claudiu.

300

Mas eu estava animada. —Lucius nunca iria precisar de ajuda em uma

luta, — eu lembrei Raniero. —Vai ser óbvio para os Anciões que ele não estava

envolvido de jeito nenhum.

Si. — Raniero não estava realmente escutando, no entanto. Eu poderia

dizer que as engrenagens giravam em sua cabeça — e havia algo que ele não

estava me dizendo. Eu conhecia aquela expressão guardada. Ele estava ficando

com raiva, também, por algum motivo. —Lamento que eu não olhei para a

estaca, e o corpo, mais cedo.

—Está tudo bem. Nós sabemos mais agora, e isso é tudo que importa.

Ele balançou a cabeça, embora, parecendo ainda mais preocupado. Eu

não pressionei para saber seus pensamentos, porque ele era como Lucius e não

revelaria nada antes que ele estivesse pronto. —Perdi alguns dos meus

instintos, depois de deixar este lugar. — Ele encontrou meus olhos. —Eu sinto

muito.

Eu não tinha certeza se ele estava arrependido por não pensar em

verificar a estaca mais cedo — ou para o que ele fez em seguida. Que foi

caminhar para o estojo que guardava a sua própria, ainda mais sangrenta arma,

e trazia seu punho esmagando-o sobre o vidro então ele quebrou e liberou a

estaca, que ele levantou com incrível convicção e enfiou em sua calça jeans, no

vale do sua espinha, depois de tomar a outra, menor, mais nova e jogando-a ao

chão.

—É quase o amanhecer, — observou ele, quando ele me viu o assistindo,

sem palavras. —Você deve ir se preparar para o julgamento, pois acredito que

este será um longo dia.

301

EU FUI para o quarto de Jess realmente cedo com todo o meu kit de

maquiagem, pensando que eu precisaria fazer mais uma transformação antes

de eu aposentar minhas tesouras para sempre. Depois de passar Jess através

deste julgamento, eu estava cheia de fazer cabelos. Eu estava cansada de bonitas

pessoas — e vampiros.

Quando bati e abri a porta dela, porém, Jess não estava lá.

Princesa Antanasia Dragomir Vladescu estava.

—Eu acho que você não precisa de mim hoje, — eu disse. —Wow!

Ela estava linda em seu casamento. Mas ela parecia poderosa agora.

Que era, tipo, a única palavra para isso.

—Eu sempre precisarei de você, Min, — disse ela — e de alguma forma,

mesmo que o amor de sua vida estava prestes a ir a julgamento por sua vida,

ela sorriu. —Sempre.

Mas ela não precisaria de mim. Não da mesma maneira. Algo havia

mudado dentro dela, tipo, durante a noite. Nós sempre fomos melhores amigas,

mas algo estava diferente. Não fazia sentido, mas senti como se estivesse

deixando-a ir quando nos abraçamos. —Boa sorte, Jess. Eu vou estar assistindo.

—Obrigada. — Ela segurou minha mão antes que eu pudesse ir. —E

quando isso acabar, eu estarei lá para você também. Você sabe disso, né?

Imaginei que ela viu que eu estava sofrendo muito mesmo naquele

momento, também. Não tanto quanto ela, talvez, mas o suficiente, na minha

própria maneira. —Yeah. Eu sei.

Pensei em contar a ela que eu estava confusa sobre Raniero, e não sabia

se ela devia confiar nele, e que eu estava uma confusão sobre Ylenia, também,

302

mas no final eu apenas calei a boca. Hoje era a sua luta, e eu podia ver nos olhos

dela que ela estava determinada a vencê-la, e eu confundi-la sobre vampiros

que ela provavelmente via de maneira mais clara que eu não ia ajudar no

último minuto. Eu só poderia abalar tudo o que ela havia de alguma forma

conseguido reunir. E eu sabia de um milhão de artigos que li sobre confiança

que acreditar em si mesmo era a metade da batalha.

Se isso fosse realmente verdade, Antanasia Vladescu estava em pelo

menos 95 por cento do caminho para vencer seu primeiro julgamento. Então

tudo que eu disse foi: — Cuide de suas costas, ok? Você sabe quem são seus

verdadeiros amigos.

Ela me deu um olhar que disse que eu ainda era a número um. —Sim. Eu

sei.

Princesa Antanasia se virou para olhar a si mesma no espelho dela, mas

não havia nada a corrigir em como ela usava seu traje vermelho escuro ou seus

cachos negros, ou, especialmente, como ela só... Estava, então ela parecia como

se tivesse 3 metros de altura. Então eu peguei a minha mala de mão e a deixei

sozinha.

Assim que fechei a porta, dei de cara com Emilio, que estava carregando

uma garrafa — e uma nota. —Me dê isso. — Estendi minha mão.

Ele puxou de volta. — Este pentru printesa.

Eu não sabia o que aquilo significava, mas eu continuei segurando a

minha mão. —Me. Dá. Isso.

Emilio estava acostumado a ser dito o que fazer, e ele entregou a garrafa,

e eu abri o bilhete e li, Por favor, Antanasia, beba isso antes do julgamento. Você vai

precisar de sua força. D&Y.

Emilio estendeu as mãos. — Va rog, trebuie sa duc asta.

Eu não entendia uma palavra daquilo, também, então eu realmente não

estava mentindo quando eu disse: — Desculpa. Não falo romeno.

Eu podia senti-lo boquiaberto atrás de mim o tempo todo que eu andava

pelo corredor com a garrafa.

303

Talvez Princesa Antanasia ainda precisasse de mim, só um pouco.

Parei em um dos zilhões de quartos que quase nunca eram usados

naquele castelo muito grande e joguei toda a minha maquiagem em um tapete,

porque eu não estava levando nada disso para casa, e as empregadas poderiam

muito bem ter um agradável presente surpresa. Algumas das coisas eram da

Sephora e nem sequer abertos. Eu usei o espaço vazio para a garrafa cheia de

sangue nojento, sentindo-me muito melhor pela Antanasia, e um pouco melhor

sobre mim mesma, também, porque eu tinha certeza que eu tinha acabado de

salvar sua bunda uma última vez.

304

OS ANÇIÕES JÁ estavam reunidos quando cheguei à sala do tribunal, e

parei no limiar para enfrentar a multidão substancial que tinha vindo para ver o

julgamento de Lucius. A sala estava lotada, e havia mais vampiros esperando

nos corredores e fora das muralhas do castelo.

Eu ouvi um ruído suave e persistente lá fora ao amanhecer, e eu tinha

ido para a minha janela e olhado para baixo para ver um fluxo constante de

meus parentes se arrastando acima da estrada coberta de gelo, no modo

silêncioso que os vampiros tinham, graças há séculos tentando não chamar a

atenção. No começo eu tinha estado surpresa, antes que eu percebesse que,

naturalmente, este julgamento era de interesse para todo o reino. Eu não tinha

enviado nenhuma palavra que estava até mesmo acontecendo, e tinha estado

preocupada demais para pensar em como nossos súditos seriam curiosos. Eu

tinha imaginado as notícias saindo mais tarde, após o veredicto, mas,

naturalmente, mesmo sem mídia organizada, a data e a hora havia se espalhado

ao longo dos clãs.

Enquanto eu estava no tribunal, eu levei um momento extra para

encontrar alguns de seus olhos.

Os mesmos vampiros que me viram desmoronar no funeral de Claudius estão

aqui.

Até mesmo mais vampiros estão aqui.

Sem hesitar mais ou olhar para os Anciões para ver se alguém se opunha,

fui direto para a cadeira de Lucius de novo – o assento do poder — e me sentei.

305

Eu mantive meu queixo alto enquanto eu reivindiquei o meu lugar, e

então eu olhei lentamente para a esquerda e para a direita, encontrando os

olhos de todos os Anciões, também — passando rapidamente por Dorin,

porque eu não queria ver seu medo, que era contagioso — e travando o meu

olhar com Flaviu, porque eu queria que ele visse exatamente o que eu estava

projetando.

Poder.

Ele não desviou o olhar primeiro, e ele sorriu um pouco, mas isso estava

ok. Eu sabia que uma pequena vitória em uma reunião do conselho não seria

suficiente para desfazer o estrago que tinha feito por ter me acovardado por

meses. Foi o suficiente que eu tinha visto uma pequena medida de respeito em

vários dos rostos dos Anciões.

Sem perder mais tempo, virei-me para a multidão mais uma vez e

anunciei, com uma voz clara que completamente escondia o terror que eu tinha

trancado profundamente, sabendo que eu nunca poderia mostra-lo novamente

em público, — Tragam o acusado.

Eu nem sequer vacilei — nem mesmo pisquei, embora uma parte de mim

gritou por dentro — quando Lucius foi escoltado até que o círculo cinza pálido

no chão.

306

Eu não sabia como Jess segurou-se juntamente ao Luckey quando ele foi

levado ao tribunal lotado com as mãos em algemas a sua frente. Eu não sabia

onde os guardas pensavam que ele estava indo, porque parecia que ele não

poderia chegar ao meio da sala, se me contorcia empurrando sobre cem

vampiros fora do caminho. Quando cheguei a um ponto, embora eu quase

desejasse não ter chegado.

— Pobre Lucius! — Eu meio que choraminguei. Jess tinha me dito que

ele estaria quase morrendo de não beber sangue, mas eu pensei que eu não

conseguiria imaginar como seria isso. O que era ruim.

Jess nem sequer hesitou, no entanto. Ela somente encarou seu marido,

que estava se esforçando para ser o seu antigo eu, porém mais parecendo o

antigo Raniero quando ele era um surfista. Foi como se tivessem trocado de

lugar. Os ombros de Lucius estavam caídos ao longo, e seu lindo cabelo preto

estava desarrumado e ele precisava fazer a barba, e suas roupas estavam sujas,

e quando ele finalmente abriu os olhos para tentar olhar ao redor, era como se

ele quisesse dizer a todos que ele ainda estava no comando...

Olhei para Jess novamente. Como podia não chorar, ao ver lutando para

ser ainda... Lucius?

Mas Jess estava lutando também. Lutando por ele, e seus olhos eram

como gelo.

Eles eram como gelo preto, toda a parte marrom foi embora. Eu nunca

tinha visto seu olhar assim.

— É claro que Lucius Vladescu não está preparado para falar por si

mesmo — ela disse em seguida, parou para dar a um dos tios – o que eu

307

pensava nomear sendo um olhar de Flaviu – um olhar frio que o matou na hora.

Recuei um pouco. — Porque ele foi mantido em confinamento solitário, sem

sustento. E assim por ser sua mulher e não ter direito a um veredito falarei em

seu nome para chamar as suas testemunhas e apresentar seu caso.

Isso pareceu chocar todo mundo, e o vampiro velho, que era parecido

com o que eu tinha visto em um caixão não muito tempo atrás baleado fora do

seu assento e começou a crepitar como se ele estivesse tendo um derrame.

— Isso é inédito! Lucius deve falar por si mesmo! E seu papel é o de

presidir Princesa!

Tio Flaviu deveria ter sido acorrentado por falar com ela assim, mas Jess

nem sequer pestanejou. Ela simplesmente virou para ele e disse muito

calmamente: — Não há precedente. — Então ela se levantou, tendo seu tempo,

e falou a todos como ela estivesse no Supremo Tribunal Federal.

— Vladescu contra Vladescu 1622

— ela disse. — Rainha Sorina

Vladescu tanto presidiu o tribunal como um juiz sem direito a voto e falou pelo

acusado seu marido Alexandru, que estava perto do seu estado de Luat devido

à privação de sangue. Os casos são idênticos.

Ao meu redor eu ouvi vampiros traduzindo tudo o que Jess disse, e eu vi

alguns Anciões balançando a cabeça cinza e dizendo —Da— como se eles

concordassem.

— Princesa Antanasia está correta — um dos de cima assinalou. —

Assisti a esse julgamento, assim como Horatiu Vladescu e ocorreu como ela

relata. Há um precedente. Ela deve continuar.

— Da. Da. — Todos, exceto Flaviu assentiu. — Proceda.

Caramba. Eu estava prestes a cair por duas razões. Jess venceu

totalmente uma rodada. E havia gente que tinha estado vivo em 1622?

Será que Lucius, Jess e Raniero, viveriam por tanto tempo só porque

bebiam sangue? Ele nunca pareceu real antes, mas agora me dei conta de que

pelo menos alguns deles honestamente estariam andando por aí, quando eu

estivesse muito longe.

308

Comecei a procurar Raniero e Ylenia, que eu estava tentando não ver, e

eu achei Ylenia sentada perto da frente, como ela já estava rastejando em

direção do lugar de Jess, e eu odiava ainda mais logo em seguida. Eu não estava

com ciúmes mais. Eu odiava como eu nunca odiei ninguém na minha vida.

E Raniero... Ele estava longe de ser encontrado. O que isso significa?

Olhei para Jess e Lucius... E essa foi a primeira vez que vi seus olhos

ficando suaves, por apenas um segundo, quando Lucius levantou o rosto para

olhar para ela. Ele parecia tão cansado, como se tivesse dormido sobre seus pés,

mas o mais estranho era que eu podia jurar que ele sorriu para ela, e conseguiu

que os olhos sonolentos de Lucius Vladescu brilhassem, logo antes de Jess ficar

dura novamente e disse para os guardas: — Intoarcerea la prizonier in célula.

Devolva o prisioneiro a sua cela. Sua presença não é necessária agora.

Lucius foi abatido, mas ele ainda era Lukey, e eu tenho um nó em minha

garganta quando ele sacudiu os guardas e caminhou por si mesmo fora da sala

enquanto todos observavam em completo silêncio.

Ele era o doido Lucius Vladescu, e eu acho que ninguém jamais teria

coragem de sussurrar, mesmo quando ele estava quase morto. Mesmo assim ele

parecia um rei.

De alguma forma, lutando para se levantar acorrentado, ele parecia um

rei mais do que nunca.

Quando ele se foi e a porta bateu atrás dele, comecei a caçar de novo o

cara que eu estava com medo que queria roubar o trono, mas eu não tive tempo

de olhar, porque Jess se sentou e disse: — Eu gostaria de convocar Raniero

Vladescu Lovatu para apresentar a primeira evidência.

Oh Deus, a multidão enlouqueceu ofegante e murmurando, e depois

meu coração parou quando Raniero andou na porta que Lucius tinha acabado

de sair e tomou o lugar do seu melhor amigo no circulo no chão.

309

Como ver alguém tão forte e lindo que eu nem sabia mais como eu me

sentia sobre, me machucar mais do que ver um bom amigo que estava doente e

quebrado?

Achei que era porque Raniero parecia mais arruinado para mim, ali de

pé em um terno do que Lucius se esforçando acorrentado. Não ajuda que os

olhos de Raniero ficaram pretos também, quando Flaviu influência e os outros

vampiros antigos começam a gritar de imediato: — Mas ele está blestemata...

Condenado a si mesmo!

Sim, havia um grande tumulto, enquanto os Anciões decidiram se eles

poderiam ou deveriam ouvir o depoimento de um vampiro que era tipo, o pior

criminoso de nunca.

Eu assisti Raniero ficar muito em linha reta através da discussão inteira e

vi que eles poderiam muito bem perfura-lo. Eu poderia dizer que ele estava se

esforçando para não abaixar toda vez que alguém disse: — Mas ele está

condenado... Seu testemunho não é valido.

Jess manteve a punção de volta para ele, embora ela disse a todos eles,

ainda muito calma: — Você treinou Raniero Vladescu Lovatu para ser o que ele

é: assassino – um dos mais habilidosos do mundo e especialista em destruição,

ferimentos e sangue em sua própria forma, o testemunho mais credível que

nossos clãs poderiam produzir. — Foi quando ela começou a ganhar a segunda

rodada.

310

Houve um momento de grande silêncio em seguida o velho Flaviu disse

muito lentamente, como se fossemos idiotas: — Ele vai mentir para proteger seu

amigo.

Jess levou um segundo para deixar todo mundo pensar nisso. Então ela

deu o soco do nocaute dizendo a mesma coisa que estava me deixando um

pouquinho doente então: — Raniero tem muito mais a ganhar por ver Lucius

Vladescu condenado a destruição do que ele faz por salva-lo. Ele está na linha

para governar como meu regente. Assim se o seu testemunho exonera um

príncipe, é mais credível do que qualquer outro, pois vem com um grande custo

para si mesmo. Ele vai perder a chance de riqueza, privilégio e poder que

apenas sonhou.

Jess soou como uma menina diferente, uma mulher diferente. Como se

ela estivesse canalizando sua mãe de nascimento e com todo o vocabulário que

foi ainda melhor que o romeno. Ela estava falando soberana.

Não havia mais silêncio. Você poderia ter ouvido metade da queda de

um alfinete.

Então alguém finalmente disse, falando para todos acimas: — Deixe o

vampiro blesmata falar. Não há nenhuma regra contra isso.

Observei Raniero cruzar as mãos diante de si mesmo, de pé como Lukey

tinha acabado de fazer, mas sem correntes – ao menos que você pudesse ver – e

com a cabeça erguida e os pés plantados afastados. E quando pensei que eu

tinha visto um sorriso em Lucius quando ele estava no local, eu tinha certeza de

que os olhos de Raniero cintilaram, como se estivesse pegando fogo de uma

maneira que eu nunca tinha visto antes, e não estava muito ansiosa para ver

então.

Olhei para Ylenia, e ela estava meio que sorrindo também, como se o

julgamento tivesse um curso para o real.

311

Para um vampiro que uma vez afirmou que queria tudo o que Lucius

tinha, Raniero fez um trabalho impressionante de defender o príncipe,

bloqueando seu caminho para o poder, mesmo que apenas aparecer no

julgamento realmente lhe custou. Se não a chance de um trono, em termos de

dor.

— Ele é um assassino... Amaldiçoado... Condenado a si mesmo...

Como se tivesse ouvido as pessoas idosas, especialmente Flaviu falar

essas palavras, eu sabia que Raniero finalmente foi sendo empurrado para

aquele lugar que ele temia ir. Seus olhos tinham crescido pretos e perigosos. E

ainda assim ele fez o seu melhor por seu amigo.

Ele produziu a estaca de Lucius e mostrou a todos como a mancha de

sangue estava toda errada. E ele tem os servos que prepararam o corpo de

Claudiu para o enterro para confirmar que havia três feridas no peito do Ancião

ao ser destruído.

— Dois são superficiais, e feitos por um vampiro destro e um impulso

final é feito por alguém que atacou com a esquerda — ele disse a todos. — É

muito fácil para mim, como alguém que tem destruído muitas vezes ver o

padrão. E todos nós sabemos que Lucius Vladescu destruiria com um impulso

com uma única mão esquerda. Ele nunca iria usar a mão direita ou perder. —

Raniero realmente sorriu um pouco. Um sorriso triste e nervoso de apreço por

Lucius. — E Lucius Vladescu não pediria ajuda quando ele faz a batalha. Se

Lucius fez esse ato, não haveria feridas destras.

312

A maioria dos Anciões e todos na sala do tribunal concordaram que

Lucius sempre usa a mão dominante para destruir de forma mais eficiente, e

certamente sem qualquer assistência patética de alguém mais fraco, o vampiro

com a mão direita. Todo mundo sabia que a sua reputação e seu poder tinha

sido aparente, mesmo quando ele entrou no tribunal, algemado, porém lutando

para ficar de pé, ainda soberano em cada centímetro.

Mas infelizmente, ainda não parece que ele ia ganhar o julgamento.

Eu poderia dizer que nada do que Raniero disse foi suficiente para

contrariar a sua repetição, quase confusa de abster-se: — Mas o sangue de

Claudiu sobre a estaca de Lucius é que não posso explicar.

Mesmo a minha prova de e-mails com hora e data, trocado quando

Lucius estava no hall de entrada se ele realmente tivesse destruído Claudiu não

balanceava. Se qualquer coisa, todas as informações que apresentei sobre

computadores só parecia confundir e levantar suspeitas entre os vampiros mais

velhos.

Eles entenderam que era estranho que o sangue de Claudiu ainda tinha

sido vermelho e brilhante quando Lucius tinha sido arrastado da cama e todos

nós fomos convocados no hall de entrada, mas não vejo como um computador

poderia provar que ele tinha estado ocupado na nossa sala por um longo tempo

antes que o sangue coagulasse e escurecesse se ele cometesse o ato.

Eu estava tão certa de que iria ganhar — que a minha nova atitude

levaria o dia – eu pensei que Raniero e Mindy que me conheciam tão bem,

devem ter visto a descrença em meus olhos quando eu derrubei o martelo e

disse: — Vamos adiar pelo dia e nos reunir amanhã. — Porque no final da

tarde, eu tinha acabado com as ideias para salvar Lucius, e senti o melhor que

eu podia fazer era esperar por um milagre naquela noite. E se eu não conseguir

um...

Eu não tinha certeza do que eu faria.

Com os Anciões e os espectadores embaralhados, eu finalmente consegui

encontrar os olhos de Dorin, e por uma vez não encontraram os meus, nem por

313

um segundo. Ele estava olhando para Ylenia, e os dois pareciam mais perplexos

do que eu parecia.

314

Eles se conheceram em um jardim diferente, à noite após a primeira parte

do julgamento de Lukey. Segui Ylenia direto ao pátio minúsculo secreto onde

Jess e Lucius tinham se casado. Voltei na noite do casamento de Jess, os

selvagens cipós retorcidos se infiltravam por todas as paredes, parecia

romântico, mas naquela noite parecia que eles estavam sufocando a vida fora

daquele lugar um pouco. Como se eles estivessem esgueirando por meus braços

e pernas e espremessem toda a vida fora de mim também. Fora de toda a gente

naquele castelo.

Lucius estava em apuros.

Esses vampiros eram velhos demais para entender a evidência real a

partir dos computadores. Ou talvez eles apenas quisessem ver um jovem, forte

e emergente rei cair forte porque eles eram velhos demais e nunca tinham sido

nada, exceto fracos.

Eu adoeci ao observar o tio de Jess, Dorin preocupado como ele ia fazer

xixi no seu manto.

E eu quase vomitei nas sombras também, quando o cara que eu tinha

estado apaixonada estava no local onde eu o havia visto pela primeira vez e

seus olhos incríveis sussurrando para Ylenia: — Você está certa que deseja essa

vida? Para você ver com Antanasia sofre? Seu eu fosse para alcançar o poder,

poderia ser perigoso para você também.

Seus olhos pequenos, não mais escondidos pelos óculos brilhavam ainda

mais brilhantes do que antes. — Sim, eu estaria pronta. Eu poderia lidar com

isso.

315

Realmente tentei entender o que Raniero estava fazendo, porque eu

poderia ter jurado que ele lutou muito por Lucius na sala do tribunal.

Ou tinha? Foi por isso que Jess tinha perdido no final? Porque Raniero

realmente não tinha se esforçado em tudo?

Eu honestamente não poderia dizer. Parecia que ele disse que o direito

material, mas mais uma vez...

— É bom que nós estejamos juntos novamente — ele disse para Ylenia.

Falou macio, mas não como ele usou para falar comigo. Ele não parecia doce.

Quente, sim, mas não doce.

— É bom ter uma segunda chance.

Virei-me e deixei-os sozinhos, voltei para o meu quarto e fiz com que a

garrafa que arrebatei ficasse sã e salva. Eu mesma rechiei com algumas camisas

extras Carry On em torno dela, só para ter certeza que não iria quebrar

acidentalmente quando eu levasse para a sentença no dia seguinte.

Eu ia deixar Jess continuar fazendo sua coisa, porque eu não estava cem

por cento certa que eu estava certa sobre a garrafa, ou Ylenia, ou especialmente

Raniero. Parecia dois vampiros em um, e eu não conseguia descobrir qual era a

coisa real.

Mas se tudo acontecer errado no final... Bem eu não era vampira, mas eu

estava indo desarrolhar aquela garrafa e derramar algum sangue eu mesma. Eu

ia levantar um pequeno inferno em um lugar que já parecia muito maldito

perto de lá, se você me perguntar.

316

Eu supus que nesse ponto eu poderia ter despertado o guarda bêbado

dormindo e apenas exigir a chave. Mas como eu estava nas sombras da caverna,

parte de mim agarrou-se a pequena esperança de que as pessoas idosas ainda

achariam Lucius inocente, baseado em parte por sua insistência em obedecer às

leis que o mandaram para um mundo de pesadelos loucos. Então, finalmente eu

pisei em silêncio em direção ao meu marido que estava estendido em sua cama

de madeira já parecendo um cadáver e sussurrei: — Lucius?

Ele permaneceu completamente imóvel.

Lucius?

Ao meu apelo, segundo um pouco mais alto, seus olhos se abriram, e até

mesmo pela luz fraca do candeeiro, eu vi tantas emoções em curso por meio

dele.

Surpresa e desaprovação, porque eu não deveria estar lá, tanto porque a

lei proibia e porque ele iria pensar que era arriscado para eu vaguear sozinha.

Mas acima de tudo eu vi o amor que eu precisava ver.

Ele não se moveu imediatamente. Eu pensei que ele estava muito

cansado e eu tive que lhe dizer baixinho: — Eu não posso ir até você. Eu não

tenho uma chave. — Roubei um olhar ao guarda roncando. — E eu não posso

arriscar acorda-lo para caçar uma.

Doeu muito ser separada de Lucius e tinha ferido mais ao vê-lo lutar no

tribunal.

Mas nada machucou tão mal como vê-lo lutar duro somente para se

levantar e vir para mim. Ele se sentou na cama e parou por cerca de trinta

317

segundos com a cabeça pendurada para baixo, e eu quase disse para ele ficar lá.

Isso seria o suficiente para nós, apenas olhar um para o outro.

Mas eu queria toca-lo, e ele queria me tocar também, o suficiente para

que conseguisse ficar de pé e andasse alguns passos para as barras que eram

espaçadas apenas amplamente o suficiente para eu deslizar meu braço através e

alcança-lo. Ele estava encostado na parede, mas logo ambos caíram no chão,

segurando um ao outro da única maneira que podíamos. Que foi a metade do

quanto qualquer um de nós precisava.

Ainda assim ele me disse: — Você não deveria estar aqui Jessica. Se o

guarda desperta, você vai ser punida por quebrar nossas leis também.

Ajoelhei-me ao lado dele e pela primeira vez desde que nos casamos,

quando eu praticamente deixei Lucius assumir o controle, eu reafirmei minha

autoridade com ele. — Eu não me importo Lucius.

Ele fechou os olhos, mas ao abri-los eu vi um traço incrivelmente

precioso de diversão lá, junto com a admiração que foram se esvaindo desde o

nosso casamento. — Você mudou minha esposa com quem muitas vezes sonho,

como me encontro aqui — ele disse. — Um de nós está ficando mais forte. —

Ele conseguiu dar um sorriso. — Você foi muito corajosa ao escolher presidir o

funeral de Claudiu, quando você não teve, e você era uma força a ser

reconhecida hoje no julgamento.

Eu não lembro que eu tivesse que presidir o funeral, mas assustou-me

que Lucius iria esquecer até mesmo um pequeno detalhe do protocolo real. Os

livros que eu estava lutando para decifrar foram queimados em sua mente.

— Eu sonho com você também, o tempo todo — ele disse, empurrando

minha preocupação de lado. Eu agarrei o braço dele com minha mão e tentamos

descansar nossas testas uma com a outra através do espaço estreito.

— Eu sinto tanto sua falta.

— Minha voz falhou, mas eu tenho

controle de mim mesma. — É mais amanhã, no entanto. Você será livre.

Lucius pode ter vindo a perder o contato com a realidade, mas ele ainda

optou por encarar a verdade de frente quando ele reconheceu: — Eu não acho

318

que vou andar livre Jessica. Eu entendo que você e Raniero fizeram

admiravelmente hoje, mas meu guarda relata os rumores honestamente. Os

Anciões não acreditam em minha inocência.

— Eles vão Lucius. Eu vou pensar em outra coisa. Eu prometo.

Ele levantou a cabeça longe da minha e encontrou meus olhos. — Você

fez bem Princesa. Você assumiu um risco, e você não deve nunca se arrepender

disso. Eu teria feito o mesmo.

— Vai valer a pena.

Ele não acreditou. — Se isso não acontecer, sei que tenho fé que você vai

ser uma governante incrível... Já é uma governante incrível. E sempre se lembre

de que você foi o amor da minha existência.

Isso foi demais para ele, e ele não conseguia dizer mais nada. Eu não

conseguia dizer mais nada também.

Sentei com ele em silêncio, não querendo que nosso tempo juntos

acabasse.

Eventualmente, porém, o guarda se deslocou e Lucius murmurou: —

Você deve ir agora.

— Não, ainda não. Não antes de beber.

Ele balançou a cabeça, parecendo confuso. — Não Jessica... Nós já

quebramos leis suficientes, e não há maneira de eu chegar até você. Eu não vou

machuca-la tentando beber desesperadamente através de barras como um

animal. — eu vi arrependimento em seus olhos. — Você não poderia me

oferecer o suficiente para me sustentar por mais de algumas horas de qualquer

maneira. Levaria semanas de descanso e muito sangue, muito antes de eu ser

forte novamente. — Ele continuou a encontrar os meus olhos e vi a verdade nos

seus. Eu vi o quão perto ele estava... Desaparecendo. Ele só estava lá porque me

amava o suficiente para voltar do lugar dos pesadelos tempo suficiente para

dizer adeus. — Eu não quero que você se lembre de mim te machucando, ou

agindo em desespero infrutífero.

319

Eu não podia aceitar isso. Ele tinha que continuar lutando, e eu puxei

meu braço para trás, enrolei minha manga e deslizei a mão através das grades

novamente. Eu estava sendo egoísta também. Se ele realmente estava

desaparecendo de mim, eu queria que ele tomasse uma parte de mim com ele. E

eu queria o sentir beber de mim novamente.

Para conectar-se com ele desse jeito. — Você pode beber assim Lucius.

De onde me cortei em nosso casamento.

Ele olhou para o meu braço, meu rosto. — Eu não penso assim Jessica.

Oh meu frustrante marido maravilhoso e valente. Eu estava tentando ser

corajosa também e começando a ter sucesso, mas as lágrimas picavam meus

olhos.

— Eu te amo Lucius. E se eu vou morrer sem você, e você vai beber meu

sangue hoje à noite. — De repente soei como Raniero de volta a câmara de

Miza. — Faça, você acha que eu me preocupo com alguns minutos de dor

física? Você acha que eu me preocupo com a lei?

— Ele hesitou e eu

acrescentei, — Faça isso por mim. Por favor, Lucius. Eu não posso viver se

algo acontecer com você. Eu não vou viver.

Eu sabia que não estava sendo justa. Eu estava pedindo para ele quebrar

seu código de honra com a tentação que eu sabia que não podia resistir.

Eu.

Ele não iria quebrar as regras para salvar sua própria existência, mas ele

faria qualquer coisa para salvar a minha.

— Lucius

— eu sussurrei, vendo-o enfraquecer de uma forma

diferente

— se você derivar para o limbo e nunca mais voltar para mim, não

apenas me juntar a você, mas você não terá qualquer chance de criar um reino

melhor para centenas de milhares de vampiros que precisam de um rei como

você. Portanto, essa noite vamos quebrar uma lei, no interesse de salvar a nós

mesmos e, finalmente para os nossos parentes, a maioria dos quais

provavelmente nem sequer merecem a vida que queremos lhes dar.

320

Ele parou por um segundo. — Eu esqueço às vezes da sua força de

vontade. Quão forte você é.

Sim, porque eu tinha esquecido também, por muito tempo. Eu estendi

minha mão para mais dentro da cela. — Aqui... Faça-o.

— Como você ordenar Jessica. — Eu poderia jurar que ele estava

sorrindo levemente, exatamente como ele sorriu com orgulho no julgamento.

Uma elevação imperceptível dos seus lábios. — Como você insistir.

Em seguida Lucius pegou meu braço em suas mãos frias e inclinou a

cabeça em cima de mim, e eu imediatamente senti suas presas passar minha

pele, porque ele estava morrendo de fome. Eu estava bebendo sangue, às vezes,

mas eu estava morrendo de fome também, mas dele. Mesmo que, naturalmente

eu não poderia tomar uma gota dele, os meus próprios dentes doíam de seus

lábios roçando a parte pálida interior do meu pulso, e isso doeu quando os

dentes quebraram minha carne. O local era sensível, as suas presas eram muito

mais espessas e mais afiadas do que a faca que eu tinha usado no meu

casamento, e que estávamos compartilhando, certo, então era diferente da

paixão que geralmente tinha feito me sentir bem ao ser mordida. Esta foi uma

sensação nova, e tudo sobre ela foi dolorosa. Basta amar um vampiro que está

desesperado por sustento, mas tentando ser gentil ao machucar com o meu

sangue correndo em sua boca.

— Beba mais — insisti quando ele começou a puxar para trás. — Por

favor. Beba tanto quanto você puder.

Mas é claro que ele era Lucius Vladescu, e enquanto ele poderia ter

destruído os vampiros e cravar uma estaca através da mão do seu melhor

amigo, ele também foi o meu protetor, um príncipe, e ele não acreditava que ele

pudesse ser salvo através da drenagem em uma noite desesperada, e antes

mesmo de me sentir tonta, ele levantou a cabeça e inclinou-a para trás, olhos

fechados, como se ele estivesse satisfeito, embora eu soubesse que ele não

estava. Seus dedos não pareciam mais fortes do que quando ele envolveu-os em

meu braço, parando o fluxo de sangue.

321

— Você deve ter mais Lucius. — Mas eu sabia que ele não faria.

— Eu te amo Jessica — ele murmurou, parecendo ficar muito sonolento.

— Mas você deve ir agora...

— Sim Lucius. Estou indo. Eu também te amo. — eu não fui ao entanto.

Sentei-me com ele, observando seu rosto enquanto ele dormia ali no chão, com

suas costas contra a parede e a cabeça encostada nas barras.

Quando o guarda finalmente ficou muito agitado, e eu não podia

suportar ver os olhos de Lucius, não mais travessos e felizes, a contração

muscular sob as pálpebras dele voltou para um lugar de tormento, eu rastejei

para o meu quarto e na escuridão uma ultima vez.

322

O CEMITÉRIO parecia ainda mais frio do que antes, e eu sabia que eu

realmente estava sozinha naquela noite. Raniero tinha feito sua parte por

Lucius, e ele parecia ter outras coisas para se preocupar em sua nova vida

agora. Eu não o tinha visto desde o julgamento e não sabia onde ele tinha ido.

Puxando o portão de ferro, fui primeiro a cripta dos meus pais, onde eu

derramei minha própria oferta de sangue na pequena tigela, e disse

calmamente: — Eu espero que no final, eu faça vocês orgulhosos. E espero que

vocês estejam felizes, e não decepcionados, se eu não for enterrada aqui perto

de você, embora fosse uma honra estar ao seu lado.

Então eu deixei a cripta Dragomir e fui para o grande, cravado mausoléu

Vladescu, que eu havia evitado até mesmo olhar por tanto tempo, e onde eu

estava insistindo que eu fosse sepultada.

323

Acendi uma fileira de cinco velas que aguardavam em uma prateleira de

mármore no interior do túmulo do Vladescus, e primeiro derramei outra

oferenda de sangue na taça que Lucius usava para seus próprios pais.

—Eu deveria ter vindo aqui antes para lhe agradecer por Lucius,— Eu

lhes disse, inclinando a cabeça. —Você não pode imaginar o quão incrível é o

seu filho, e agradeço-lhe, também, por assinarem o pacto que o fez meu marido,

ligando-me a ele por toda a eternidade.

Quando eu disse que a palavra eternidade, eu levanto minha cabeça e

finalmente enfrento a coisa que me fez desviar os olhos daquela cripta por

muito tempo. Eu finalmente enfrentei... O futuro.

Ao contrário dos Dragomirs, que deixaram manchas brancas em seu

mausoléu, um talvez reservado para mim, ou talvez não, o Vladescus eram

realistas sobre as perspectivas para até seus filhos prediletos. Eu li as palavras,

gravadas em mármore.

Lucius Valeriu Vladescu, AD 1993.

Olhei para o seu nome e me recusei a tremer. Eu não faria mais isso.

Lucius ficou nesse mesmo lugar e enfrentou isso toda vez que vinha ver seus

pais. Talvez era parte da razão pela qual ele foi capaz de enfrentar o fim de sua

existência em outros momentos também.

E naquele lugar sombrio e terrível, eu fiz uma nova promessa para

Lucius.

324

Gostaria de ser destruída com ele antes de tomar qualquer parte em sua

sentencia a destruição. Eu iria cometer traição desafiando os Anciões, quebrar

alguma das nossas maiores leis e morrer com o meu marido se acontecer isso.

Eu tinha feito um voto para Lucius no dia do nosso casamento, para ficar com

ele por toda a eternidade, e eu estava indo manter isso, se não do jeito que eu

esperava, de qualquer forma eu tinha que fazer. Gostaria de ser destruída

completamente, ou se Lucius for de alguma forma exonerado, mas já perdido

nesse reino de pesadelos, eu o segurei para lá, e o encontrarei, e nós sofremos

juntos, porque eu nunca iria beber o sangue de qualquer outra pessoa de novo,

e eu preferia gastar a imortalidade em um tormento, só para estar do seu lado

cinco minutos sozinhos em um castelo com todo o conforto, tudo que nosso

dinheiro pudesse comprar.

Apagando as velas, eu deixei o mausoléu, e no caminho de volta para a

propriedade, enquanto eu caminhava pela floresta cheia de lobos, eu me

perguntava quem iria me enterrar, se isso realmente acontecer.

Seria Dorin, cuja a inteira existência foi gasta em uma cova rasa de medo,

rebatendo as sombras que não estavam mesmo lá ainda?

Pensei mais e mais sobre meu próprio funeral, e quando eu fiz, comecei a

andar mais rápido, e embora Lucius insistisse que a realeza nunca se apressava,

pelo tempo eu estava quase em casa, eu estava em uma corrida mortal.

Eu precisava ver a Carte de Ritual.

O livro que ditava, até ao mais ínfimo detalhe, a forma como os nossos

clãs realizavam os ritos relacionados ao nascimento, casamento... E destruição.

325

MEUS dedos tremiam de emoção e raiva enquanto eu corria para baixo

da página apropriada do Carte de Ritual, comparando minuciosamente as

palavras que eu vi em suas páginas com aquelas no meu dicionário Romeno

Inglês, que estava finalmente começando a ficar devidamente orelhudo.

Inmormantarea... Pentru... Conducator... 28

Ao longo de três horas, eu traduzi a seção inteira sobre funerais de

Anciões para me certificar de que não havia nenhuma maneira deu estar errada.

Eu tomei um cuidado especial com a entonação antes do toque dos sinos .

Acum vom respecta un moment de tacere pentru a marca trecerea lui Claudiu Vladescu

in tacerea vescnica. 29

E quando a madrugada chegou, eu bati o livro fechado com um baque

que deve ter abalado às fundações do castelo.

Tudo o que li lá, e outras coisas que eu lembrava, também... Uma

palavra, em uma garrafa, uma rolha puxada um pouco cedo demais, uma mão

direita trêmula...

Tudo traduzido para... Traição.

28Funeral... Para... Líder

29"Agora, vamos respeitar um minuto de silêncio para marcar a passagem de Claudius Vladescu para o

eterno silêncio."

326

Tentei encontrar Jess antes do segundo dia do julgamento, mas ela nem

sequer dormiu na sua cama naquela noite. Eu esperei por horas, como eu tinha

esperado por Raniero, porque eu senti que deveria avisá-la sobre o que eu

acreditava sobre Ylenia, e Ronnie também.

Enviei mensagens de textos e tentei ligar para seu celular, mas ela nunca

respondeu. Mesmo o pequeno Emilio não sabia onde ela estava, por isso, acabei

levando minha bagagem de mão com rodas à sala de audiências, segurando-o

como um bebê e esperando com todo mundo, um bando de vampiros que me

olhava como se eu estivesse louca.

E talvez eu estivesse um pouco intensa. Mas não tanto como a princesa

que marchava em um tribunal que em um par muito pouco profissional de

jeans e camiseta, parecendo como se ela tivesse ido para o inferno e voltado e

estava prestes a arrastar o resto de nós lá atrás com ela, assim como eu meio

planejava fazer.

Eu sabia que em uma fração de segundo, todo mundo saberia, também,

até o velho Flaviu, que não estávamos apenas vendo uma princesa lá em um

par de jeans e botas.

Estávamos todos pegando o nosso primeiro vislumbre da próxima

rainha.

327

Eu poderia dizer que todos naquele tribunal sabiam que eu falava sério,

mesmo se eu não estava usando um terno e sapatos de salto. Eu poderia estar

vestindo a camisola que eu usava quando eu corri para fora do meu primeiro

julgamento e o olhar nos meus olhos teria sido suficiente para silenciar toda a

câmara.

O clima estava tenso e nervoso e animado quando eu entrei na sala, e eu

sabia que era assim que uma princesa ou mesmo uma rainha, era para ser

recebida.

Mesmo Flaviu parou de sorrir, e eu imagino que ele pensou que ia ser o

alvo quando eu andava não atrás da mesa dos Anciões para tomar meu lugar,

mas na frente de todos os vampiros, que me olhavam com cautela até que eu

encontrei o que eu queria. E quando eu fiz, eu descansei minhas mãos sobre a

mesa e observei-o tremer quando eu anunciei, sem a menor hesitação e no

mesmo baixo e suave tom ameaçador que ouvi Lucius usar para intimidar os

vampiros, fazendo isso meu. —Dorin Dragomir, você traiu seus soberanos e

cometeu traição, e você vai pagar com a sua existência.

328

—Eu não... Eu não fiz nada, Antanasia, — Dorin soltou. Ele ergueu as

mãos. —Nada!

Eu não teria nada disso. Suas bochechas cinzentas e os olhos de coelhos

aterrorizados.

Eu estreitei os meus próprios olhos e me inclinou para mais perto dele.

—Você traduziu mal a Carte de Ritual, me forçando a presidir ao funeral de

Claudiu, quando eu não precisava, e você me fez uma piada por me ensinar a

coisa errada a dizer, por isso gostaria de submeter o seu corpo para uma terra

de arco-íris em vez do silêncio eterno. Eu não disse “arco-íris” aleatoriamente.

Você roteirizou isso para mim. Então você me drogou... Me deu sangue que

estava manchado, então eu teria alucinações na frente de todos. Você queria me

ver fracassar.

Os outros Anciões estavam todos retraídos nas bases de suas cadeiras, e

os espectadores que estavam ali para ver o destino de Lucius desdobram-se

agitados e murmuravam com aqueles que falavam Inglês traduzindo minhas

palavras para aqueles que não conseguia entender.

—Por que... Antanasia... Eu não faria... — Mas ele estava barulhento em

seu assento. —Por que eu...?

—Eu não sei... Ainda, — eu rosnei. —Mas você tentou droga-me

novamente antes de meu último encontro com os anciões. Você me deu o

sangue que já foi aberto e que cheirava mal até mesmo para mim. Você queria

que eu alucinasse novamente, na frente deles!

329

—Claro que eu abri isso...

—Você chamou isso de Siberian, porque você estava desesperado para

fazer-me beber, mas isso era uma mentira. Eu vi a palavra Franta — “França”—

no rótulo.

Por alguma razão, você estava em pânico por eu beber isso... Com medo

como você sempre está e você cometeu um erro terrível.

Lucius sempre disse que o medo de Dorin seria sua ruína.

—Você tem me drogado o tempo todo, fazendo-me, e todos os outros,

achar que eu estava enlouquecendo e você destruiu Claudiu, também, — Eu o

acusei. —Raniero disse que os ferimentos mais fracos foram feitos com a mão

direita, e você é um dos poucos vampiros canhotos em todo o reino. Você

sempre levanta a mão errada nas reuniões, embora você tenha quase cem anos

de idade. Você pode parar de usar o sua direita!

De todas as coisas que eu disse, essa realmente parecia ressoar com os

Anciões. Os vampiros eram como o oposto especular do ser humano quando se

tratava de destreza. Um membro morto-vivo destro era incomum, de fato. E um

vampiro destro com acesso ao castelo e a estaca de Lucius...

Mais raro ainda.

Eu realmente não tenho ideia porque um fraco irresponsável como Dorin

tinha feito essas coisas, mas eu sabia que ele tinha.

Ele era um covarde, porém, ele ainda não poderia admiti-lo.

Não até que Mindy, o único não vampiro na sala, levantou-se e disse: —

Com licença?

Eu me virei para vê-la segurando uma pequena mala que eu pensei que

continha maquiagem e spray de cabelo, que me salvou tantas vezes antes, e eu

não entendia o que estava fazendo até que ela disse, — Eu acho que acabou,

Dorin. Eu tenho a última garrafa de sangue contaminado aqui dentro. O que

você enviou para Jess ontem.

Ele quebrou em seguida. Quebrou com a patética desculpa para um

vampiro... Para uma Dragomir... Que ele sempre foi e disse, com lágrimas

330

começando a correr pelo seu rosto, — Tenha misericórdia de mim, Antanasia.

Ela me fez fazer tudo. Era seu plano, e eu estava com medo dela. Ela é amarga e

torcida, e ela odeia você. Queria destruir tudo o que você e Lucius têm! Ela não

pode suportar que Lucius realmente te ama, quando ela não conseguia nem

manter o nobre Vladescu que ela drogará para enganá-lo a mordê-la. É culpa

dela que Raniero foi condenado, e ela ainda não parou!

Era difícil seguir um dedo que tremia tanto, mas eu me virei novamente

para ver que ele estava apontando para o meu único amigo outro no reino

vampírico.

Ylenia Dragomir, que já estava de pé e se empurrando para sair da sala.

—Ela me fez atrair Claudiu para o foyer e ajuda-la a destruí-lo, para

arruinar Lucius e você também, — Dorin manteve a balbuciar quando Ylenia

soltou-se das cadeiras e começou a correr. —Ela me fez pegar a estaca de Lucius

e chamar Claudiu para uma reunião de madrugada...

Eu não me preocupei em ir atrás da minha prima. Eu era a realeza, e

realeza não corria. Pelo menos, não em público.

Mais ao ponto, eu tinha visto um assassino treinado andar das sombras

onde estava assistindo tudo, e eu decidi deixa-lo fazer o que ele fazia melhor.

Rastrear e trazer os piores vampiros à justiça.

Ele não iria falhar, porque ele nunca fez.

Voltei para Dorin, que soluçava enquanto falava. —E ela é a única que

realmente destruiu Claudiu. Eu bati nele, mas ela furou o coração com uma

estaca, ela esculpiu-se, no caso de eu não poder fazê-lo. E eu não podia... Eu não

podia...

Ele pode não ter dado o golpe fatal, mas os seus crimes foram

imperdoáveis, e eu anunciei o seu destino, sem piedade, mas sem crueldade,

também, porque tinha passado o pior da minha raiva. E uma parte de mim

sempre saberia que isso seria como ser fraca, também. —Dorin Dragomir, — eu

falei resolutamente, forçando-me a encontrar os seus olhos. —Você cometeu

traição, e você será julgado em dois dias e enfrentará a pena de destruição.

331

Então eu me virei para os guardas que vigiavam as portas e disse: —

Duceti-l la temnita. Leve-o para a célula que Lucius Vladescu já não ocupará.

Eu errei o romeno, mas eu não ligava. Eu disse as palavras no sentido

certo, sem espaço para contradição e isso era tudo que importava.

Olhei para Flaviu para ver se ele se atreveria a protestar contra a minha

libertação de Lucius, mas pela primeira vez ele parecia confuso, o ridículo e

velho vampiro que ele realmente era. Como se ele não tivesse certeza do que

estava acontecendo, porque ele tinha esperado que eu falhasse.

E Dorin... Eu ouvi ele chorando o tempo todo que eu andava devagar e

majestosamente para fora da sala. Eu não olhei para trás, e eu não corri, até que

eu tinha certeza de que ninguém iria me ver, e, em seguida, rasguei em direção

as masmorras à frente dos guardas e Dorin para ver se Lucius ainda poderia ser

trazido de volta, ou se nós dois passearíamos juntos em um reino de pesadelos,

presos para sempre entre a vida e a morte.

332

EU ENCONTREI Raniero e Ylenia fora do tribunal, ela não foi muito

longe, mas pelo tempo que eu fiz meu caminho através da multidão que estava

assistindo, ele já tinha sua presa contra a parede e tinha agarrado uma estaca,

avisando-a na mais profunda, mais assustadora voz que eu já o ouvi usar com

qualquer um, — Por causa de você, estou marcado para a destruição, e hoje você

vai ser destruída, também.

—Você não entende, — ela estava chorando. —Eu só queria que você me

mordesse aquela noite. Eu só coloquei um pouco de sálvia no sangue que lhe

dei, porque eu tinha ouvido falar de caras que fazem isso para as meninas... Eu

pensei que se você me mordesse uma vez, nós estaríamos juntos, e eu te faria

feliz. E você só tinha que me conhecer, você gostaria de mim, mas você nunca

sequer olhou para mim...

Eu assisti a mão Raniero começar a tremer, e eu nunca me senti pior por

estar certa sobre qualquer coisa em minha vida. Eu sabia que ela o drogou... E

Jess. Eu tinha feito essa conexão, porque eu tinha visto o companheiro de

Ronnie pirando, e tinha parecido com a crise de Jess. Eu adivinhei dias atrás

que Ylenia tinha emprestado algum tipo de truque de seus amigos chapados do

internato e mexeu com os dois.

Pena que ela não leu profundamente o artigo da revista Modern Girl: O

que seus amigos podem estar usando para ficar chapado. —Talvez se ela tivesse

lido isso, ela daria lhe um xarope para a tosse, em vez de salvia, uma planta que

era como LSD e pode fazer você ficar violento.

333

Talvez então ela não seria presa contra uma parede por um vampiro cuja

mão, segurava uma estaca manchada de sangue, estaria tremendo mais forte

quando ele rosnou, soando ainda mais assustador: —É culpa sua que eu destrui

um vampiro e me tornei um blestemata. É SEU CULPA que estou marcado para

a destruição e me fazer acreditar que eu ainda era pior do que eu sou. Por causa

de você, eu vivo cada dia por dois anos me perguntando se eu poderia destruir

erradamente de novo! Eu desprezo-me! —Eu não sei se devo correr para frente e

agarrar a sua mão ou se isso só poderia fazê-lo escorregar e fazer alguma coisa

terrível, mas antes que eu pudesse decidir, o rosto de Ylenia se contorceu em

uma maneira estranha, e de repente ela não estava chorando mais. Ela estava

gritando. —Você não acha que é tudo menos perfeito! Você e Lucius ambos

acham que dominam o mundo!

Raniero ainda tinha sua presa contra a parede, mas ela enrolou seu

pequeno punho e bateu com o pé como uma criança mimada, como ela odiava

todo mundo tanto que ela nem sequer se importava que seria morta. —Eu odeio

todos vocês, e espero que Lucius passe a eternidade se torcendo no limbo, e ela

será infeliz para sempre, também! Ela é uma Dragomir e não pode sequer falar

romeno ou encontrar seu próprio quarto, e ele ainda a ama, enquanto você nem

sequer olhou para mim, eu espero que eles dois apodreção e sofram para

sempre, e você será destruído, também!

Era uma coisa arruinar a vida de Raniero e marcado-o para a destruição,

mas era outra coisa insultar seus amigos e estragar suas vidas, e eu imaginei que

foi o que finalmente o fez perceber a verdade como se tivesse ficado com medo

que aconteceria durante anos. Não foi uma droga semilegal que o mandou por

cima da borda e o fez louco, era uma invejosa, perdedora adolescente e princesa

vampira que ia estragar toda as nossas vidas se eu não disser algo, porque pela

primeira vez desde que eu tinha conhecido ele, Raniero realmente olhou feio

para mim.

Ele puxou sua mão com a estaca e seu rosto ficou tão mal que eu nem

mesmo o reconheci, e eu imaginei que é por isso que eu fechei meus olhos, para

334

que eu pudesse imaginar o Ronnie que eu queria de volta, quando eu gritei

para ele, tão alto quanto eu poderia, como se eu fosse uma rainha: — Pare com

isso, Raniero Lovatu! Pare com isso agora, seu vampiro italiano estúpido! Pare

com isso, porque eu te amo, e eu quero viver com você na praia, e eu quero que

você deixe crescer o seu cavanhaque e encontre sua idiota camisa taco e saia

daqui comigo no próximo avião, antes de nós não pudermos ter qualquer coisa

juntos! Sinto muito que eu sempre quis que você mudasse ou lutasse contra

alguém e só... PARE ISSO! AGORA!

Todo o barulho do mundo parou. Até mesmo os vampiros que estavam

traduzindo tudo em um monte de línguas Euro calaram a boca e não se

mexiam.

E quando eu tive a coragem de abrir meus olhos, eu vi os ombros de

Raniero se agitarem, e sua mão tremer, e eu pensei que iria morrer antes que eu

pudesse descobrir qual Ronnie eu veria quando ele começou a virar-se para me

encarar.

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O guarda que estava preparando Dorin para o encarceramento tinha

deixado a chave para a cela de Lucius à vista, e eu dominei meus dedos para

desfazer o bloqueio, então deslizei para dentro das barras e corri para o meu

marido, que jazia de lado, olhos fechados.

—Lucius. — Sacudi-o delicadamente. —Por favor. Abra seus olhos.

336

DEITEI AO LADO de Lucius e o observava dormindo na luz solar que

vinham ao quarto. Seu rosto parecia tão pacífico. Ele sempre olhava sereno

agora, e isso me confortou.

—Acorde, — sacudi-lo. —O sol já saiu.

Seus olhos se abriram e eu vi mais uma vez que ele havia mudado desde

sua prisão.

Ele não estava preocupado e triste que ele me trouxe para o nosso mundo,

e ele me considerava um verdadeiro igual novamente. Estava orgulhoso de mim.

Chegando de volta, Lucius se empurra para sustentar a si mesmo em

seus fortes braços, ele não tinha levado muito tempo para se recuperar

completamente, e olhou para o relógio. Então ele caiu de costas no colchão e

sorriu para mim. —Por que você me permite dormir tanto tempo em um dia tão

importante? Você não quer seu marido, o futuro rei, para o seu melhor aspecto?

—Eu ainda gosto que você descanse.

Ele estendeu a mão e puxou meu braço e eu caio em cima de seu peito, e

eu podia sentir seus músculos, o que me pareceu muito bem. Voltar ao perfeito

forma. —Estive bem durante meses agora, Antanasia, — disse ele. —Você não

precisa me tratar como criança por mais tempo.

Foi difícil parar, no entanto. Ele estava tão fraco quando ele tinha sido

levado para o quarto que eu quase não fui capaz de persuadi-lo a beber. Eu tive

que cortar meu pulso novamente e deixar escorrer o sangue em sua boca. E

337

quando eu primeiro olhei em seus olhos, de volta a sua cela, eu juraria que

nunca viria de volta.

Mas ele era Lucius Vladescu, e, claro, ele lutou para voltar para mim,

para que pudéssemos ter esse sonho que tinha sussurrado em meu ouvido em

nossa noite de núpcias.

—Você realmente acha que nós vamos obter o voto de confiança?— Eu

perguntei, olhando em seus olhos negros, porque eu sabia que iria ler a verdade

lá. —Você acha que todos esses vampiros que estão circulando dentro da nossa

casa confiam em nós o suficiente?

—Acho que temos uma boa chance,— disse ele. —Melhor do que eu

tinha no meu julgamento, e que eu ganhei.

Eu ganhei isso, — eu o lembrei. —Eu, Mindy e Raniero.

—Sim, sim,— ele concordou, rindo. —Eu sei. Então muitas vezes você

me lembrará.

Eu fiquei séria. —Será que você realmente não queria falar, no primeiro

dia na sala do tribunal?

Ele enfiou um dos meus cachos atrás da minha orelha. —Você estava

fazendo bem o suficiente por conta própria. Eu não tinha nada a acrescentar.

Perguntei-lhe agora e então, só para me lembrar de exatamente o quanto

ele tinha fé em mim. E a resposta era sempre a mesma. Depois eu apresentei

outra pergunta, só para ver a maldade que sempre despertava em seus olhos. —

Onde você estava, naquela noite, quando eu tentei encontra-lo em seu escritório

e você veio para a cama tão tarde?

Ele me deu o olhar que eu esperava. A sobrancelha arqueada. —Jessica,

você realmente deseja saber todos os meus segredos?

Talvez... Talvez não.

Aquela expressão, e pensamentos daquela noite, lembraram-me de

alguém. —É Raniero que vem hoje?

338

Lucius balançou a cabeça, e seu cabelo curto e elegante brilhavam ao sol.

—Não. Ele tem feito o suficiente para nós. Desculpei-o do voto, embora ele

oferecesse.

Nós não mencionamos a ausência da minha prima Ylenia ou meu tio

Dorin, embora eles nunca foram muito longe da minha mente. Eu era uma

princesa, espero que prestes a ser rainha, mas eu ainda sofria com a memória de

entregar as suas sentenças de destruição. Não era exatamente culpa que eu

sentia por presidir seus julgamentos, enquanto Lucius recuperava. Foi uma

profunda tristeza, em conflito, mas um que eu tive que aprender a conviver.

Lucius deve ter visto crescer a tristeza em mim e não queria isso, porque

ele de repente e facilmente girou-me sobre minhas costas, e embora eu já

estivesse vestida para o grande dia da convocação de verão, o nosso voto de

confiança, ele me beijou de uma maneira que me disse que ele poderia ser forte

de novo, e não desesperado por sangue, mas que ele ainda era e sempre seria

muito sedento por mim.

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—VOCÊ QUER, assim, um taco ou um burrito para o almoço?—

Perguntei ao meu namorado vampiro surfista, que abandonou sua prancha na

areia ao lado da minha cadeira de algodão barata e balançou um monte de água

fora de seu longo cabelo direito para mim.

—Ei, eu estou pagando o almoço, por isso não me deixa brava!

—Eu vou comprar o almoço de hoje, — Raniero ofereceu. Ele se abaixou

e beijou-me, o que ajudou a tornar por me ensopada, então se sentou na a areia.

Il mio trattare, meu deleite!

—E você vai usar o que para pagar?

—Eu ganhei duzentos dólares por ter o segundo lugar no Competizione,

você se lembra?

Olhei para ele e revirei os olhos. Este era, aparentemente, como iríamos

viver. Após surfar competições de praia a praia, comigo cortando o cabelo

quando eu tiver a chance. Eu realmente não tinha pensado que eu faria isso de

novo, mas precisava de dinheiro, e eu meio que já tinha uma reputação entre o

circo ambulante de surf.

Então olhei para o oceano, que estava super agitado naquele dia, e eu fui

lembrar como os olhos de Ronnie tinham olhado quando ele se virou ao redor,

prestes a estacar Ylenia Dragomir através do coração.

Ele não tinha perdido o controle, mas ele estava muito mais perto do que

era confortável para ninguém.

E eu nunca perguntei se ele sabia o tempo todo que Ylenia era má... Ou

se ele começou há errar um pouco, de verdade, e sonho com poder e riquezas

naqueles jardins do castelo.

340

—É melhor, para mim, areia correndo por entre os dedos senão vazia do que

sangue nas mãos cheias de dinheiro.

Meu surfista praticamente príncipe-filósofo diz isso às vezes, e eu tive

que concordar.

De repente, lembrei-me algo que eu quase nunca pensei mais, o que era o

tempo. —Ei... Não é hoje é grande voto de Jess e Lucius?

—Si. — Ronnie assentiu com a cabeça. —Eu me ofereci para participar,

mas Lucius insiste em que o surf é muito bom agora para eu deixar a Califórnia.

Eles vão ganhar ou perder sem o meu voto.

—Eles vão vencer, — disse. E eu esperava que eles vivessem felizes para

sempre no seu castelo. Talvez nós visitemos de vez em quando.

Talvez não.

Talvez eles devessem voltar para nos visitar. Poderíamos abrir espaço,

agora que eu somente possuía seis pares de chinelos. Todo o meu tipo de

sapatos de grife ainda estava na Pensilvânia, onde minha mãe estava

segurando-os como reféns até que eu sensata e voltasse para a faculdade ou

algo que não ia acontecer.

Inclinei-me e agarrei a mão Raniero na areia. Deixou que o levasse, e ele

se sentiu bem e legal contra a minha. —Então, o que é? Taco ou Burrito?

—Eu gostaria de um vampiro, — disse ele, sorrindo para mim como um

idiota. Estava sempre me incomodando sobre como se tornar mortos-vivos

agora. —Quando você ira permitir que eu lhe faça minha para sempre? É uma

vida boa, se você ficar longe da violência.

—Eu não sei, — disse a ele, puxando a minha mão livre. —Não há

pressa.

Eu sabia que faria isso um dia, no entanto. Quanto mais eu estava ao seu

redor, mais eu me acostumei com a ideia de beber sangue.

Ok, talvez eu meio que queria.

Mas eu não ia deixa-lo saber isso ainda.

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Primeiro ele precisava provar que ele realmente iria me levar para o

Taiti. Então falávamos eternidade.

—Vamos. — Levantei-me e limpei a areia da minha bunda, então estendi

a mão para Raniero para puxá-lo, também. —Vamos almoçar.

O cara desempregado, com o cabelo desgrenhado, e o cavanhaque, e no

mergulho de sunga da Boa Vontade e o abdômen assassino que eu tenho que

ver o tempo todo, desde que as camisas eram completamente opcionais,

agarrou-me novamente, e manteve os dedos em volta meus por todo o caminho

para Taco Terrível, e eu estava muito orgulhosa de que ele era meu.

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Beth Fantaskey morou a vida toda no interior da Pensilvânia, um

lugar sempre importante em seus livros. Ela adora viajar pelo mundo,

mas tem medo de avião. É jornalista e leciona na Universidade

Susquehanna. O que mais gosta de fazer é escrever para os jovens e

acha o máximo interagir com eles. Como se livrar de um vampiro

apaixonado foi seu primeiro livro.

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Livro será publicado em 2013 no Brasil pela