É a fraqueza que eu começo a sofrer o que me faz sucumbir a maus
presságios e sombrias conjecturas ou algo verdadeiramente aconteceu com
Antanasia? Senti algo como lágrima por mim quando os sinos tocavam para
Claudiu.
Talvez a minha intuição esteja escura, devido à falta do seu sangue, o que
me deixa cansado o suficiente para que eu comece a coexistir pacificamente com
o meu companheiro roedor de cela, que se enrola no meu pé apesar do muito
que eu uma vez tentei chutá-lo. Ou talvez o vínculo do matrimônio seja
verdadeiramente tal que eu sinto o que ela sente... Por favor, Raniero. Notícias.
L
186
— Ela não está comendo o suficiente. Ela está fraca.
— Ela está exausta de se preocupar com Lucius.
— O que ela precisa é de ar! Dê-lhe algum espaço já!
A escuridão que havia me sufocado começou a dissipar, e eu era capaz
de reconhecer as vozes que rodam acima de minha cabeça. Dorin, agitava sobre
a minha dieta. Ylenia, simpatizando sobre minha separação com Lucius. E
Mindy assumia o comando em uma voz que era mais imponente do que
qualquer outra que eu tinha utilizado durante o meu tempo inteiro como uma
princesa.
— Sério, — Mindy vociferou quando minhas pálpebras se abriram. — Dê
a ele algum maldito espaço!
Minha amiga era tão empenhada em me ajudar que nem percebeu que
eu estava alerta, grogue, até que eu me empurrei para cima pelos cotovelos e
chorei suavemente — Lucius? Como está Lucius?
— Ele está bem, — disse Mindy quando todos eles se viraram para olhar
para mim. Sentei-me reta, e ela se sentou ao meu lado, acotovelando Ylenia de
lado no processo. — Você só esteve um pouco surtada, isso é tudo.
— Você jura... Lucius está bem.
— Eu juro. — Mindy parecia confusa. — Nada aconteceu com Lucius!
Eu relaxei um pouco, mas minha cabeça doía e meu pensamento parecia
nublado. — O que aconteceu? Eu não me lembro de muita coisa, exceto ver
Lucius em um caixão.
187
Min me deu um olhar estranho. — Jess, era Claude no caixão. Eu juro. Eu
o vi.
A neblina no meu cérebro parecia limpar um pouco mais, e nós
compartilhamos um olhar, e ambas sabíamos o suficiente para não dizer o que
estavam pensando. Eu tinha alucinado. Mais uma vez.
Então Ylenia interrompeu, explicando: — Você estava presidindo o
funeral, e de repente você começou a gritar por Lucius. Então parece que você...
Desmaiou.
Dorin acenou com a cabeça, confirmando a história. — Sim, você... Você
disse algo estranho em romeno, então você entrou em colapso. Foi terrível!
— Sim, eu me lembro agora.— Tudo voltou correndo, de pisar em
direção ao pódio para as risadas ao momento em que eu gritava, e eu gritei
novamente: — Oh, não!
Todos esses vampiros cujos votos precisaríamos no congresso tinha me
visto perder isso. Os minúsculos retalhos restantes dos sonhos de coroação de
Lucius tinham desaparecido, incinerados por mim.
Lucius estava na prisão, mas eu nunca duvidei de que, se... Quando ele
fosse libertado, ele ainda teria a plena confiança dos familiares que o viram
crescer até o seu papel como um príncipe. Eles ainda o queriam como um rei.
Mas eu... Eles nunca iriam me querer agora, e nós éramos um conjunto.
— O que eu disse que os fez rir? — Perguntei a Dorin e Ylenia. Não que
isso importasse aquele momento. — Eu memorizei o script.
— Você não disse o que escreveu, — Ylenia gentilmente me corrigiu. —
Você mandou Claudiu a uma terra de arco-íris, em vez de silêncio eterno.
— Obviamente que não escrevi isso para você.
— Arco-Íris? — Eu fiquei ainda mais confusa. — Mas eu nem sei que
palavra é em romeno.
— Quem sabe o que você ouviu e armazenou em seu subconsciente? —
Dorin se inclinou sobre mim e mexia com o meu travesseiro. Parecia que ele não
188
podia sequer encontrar os meus olhos, como se eu o tivesse humilhado
também. — Quem sabe?
Notei também que Mindy estava olhando meus parentes com a mesma
expressão que Lucius muitas vezes fez. Um ceticismo na fronteira com
antipatia. Mas meu erro não tinha sido culpa deles.
— Quem terminou o funeral? — Eu perguntei, meu olhar correndo entre
os três. — Como eu vim parar aqui?
— Flaviu passou à frente, como era certo, — explicou Dorin. — Ele é o
sucessor do Claudiu.
— Flaviu… — Eu esfreguei minha cabeça que eu deveria ter batido. Ele
tem de estar por trás de tudo o que está acontecendo com Lucius — e eu. E eu
não tenho o poder de lutar contra ele. Eu só não tenho.
— Como eu vim parar aqui? — Perguntei de novo. — Alguém me
carregou?
Como se fossem bonecos ligados pela mesma cadeia, meus três
protetores viraram-se para o canto do meu quarto, e eu estremeci de pé com um
alto, imponente vampiro que eu não tinha percebido que estava conosco saindo
das sombras e anunciando: — Eu desejo que todos saiam agora. Porque eu
quero falar com Antanasia. Sozinho.
189
Quando todo mundo saiu, Raniero estava ao lado de minha cama, e vi
diante de mim um vampiro que realmente foi pego entre dois mundos. Que
parecia como se ele estivesse no limbo.
O terno tinha ido embora, mas assim era o monstro taco, substituído por
um familiar, T-shirt. Ele usava um belo par de Levis, também, mas o
cavanhaque ainda era um desastre. E os seus incomuns olhos cinzento-verdes...
Eles ainda pareciam quase demasiado, como o oceano fica logo antes de uma
enorme tempestade.
— Você viu Lucius no caixão? — ele perguntou. —Você... Alucinou?
Olhei para ele do meu ninho de almofadas, e parecia que os meus
pensamentos confundiam-se em um padrão confuso e complicado como suas
tatuagens.
Ele é um maldito, avariado pacifista assassino vampiro vegan, melhor
amigo de Lucius e quase assassino, e segundo na linha para o trono do meu
marido, mas ele pode ser o indivíduo que pode nos ajudar se ele não
enlouquecer no processo — e não tenho ideia do que eu deveria dizer a ele.
— Eu estou... Eu estou muito cansada e confusa para falar sobre isso
agora, — eu disse, vagamente. — Eu preciso descansar.
Raniero balançou a cabeça, e eu pensei que ele ia me dizer que estava
tudo bem. Que eu deveria me deitar por um tempo. Devo ter esperado simpatia
porque eu tinha crescido tão habituada a todos oferecê-la, como eu tentei, em
vão, ser uma princesa.
190
E então eu estava completamente apanhada de surpresa quando ele me
disse não com maldade, mas um pouco severo, — Eu sei que isto parece ir
contra tudo o que eu acredito Antanasia, mas se você quiser ser um governante
e salvar o seu marido — que se torna mais fraco — agora é a hora de começar
lutando por tudo o que você quer, tão duro quanto você é capaz. Não há mais
tempo para ser criança, com queixa de fadiga e confusão.
Enquanto eu ainda estava sentada ali com a boca aberta, eu estava fazendo
o melhor que podia. Isso é difícil — ele acrescentou: — E você deve decidir, uma
vez por todas, se você quer se aliar comigo, pois estou ansioso para saber se eu
estou a ponto de lutar, também. Estou feliz em perder minha existência inútil,
mas eu gostaria de fazê-lo por quem aprecia o sacrifício e está disposto a cair do
meu lado, se chegar a isso.
Então Raniero empertigou-se à sua altura total e aconselhou-me: — E se
você optar por lutar, eu sugiro, muito fortemente, que você comece a sair da
cama.
De repente, quando eu olhei em seus olhos, percebi que Raniero era tudo
que eu pensei que ele era, de uma só vez. Ele era um vegan e um vampiro, um
Budista e um sugador de sangue, um pacifista e um assassino. Mas ele estava
derramando metade dessas personas, e rápido.
Ele tinha escolhido o que seria, e ao contrário de mim, ele não estava
olhando para trás, desejando que ele inutilmente ainda estivesse no colégio,
quando havia uma nação vampiro para governar e seu melhor amigo para
salvar.
Eu assisti Raniero sair da sala, ainda sem palavras e me perguntando o
que, exatamente, o velho Raniero teria sido se eu o conhecesse em toda a sua
antiga glória. Porque esse vampiro que estava surgindo, o que tinha destruído
talvez dezenas de vezes e uma vez quase estacou meu marido — era meu novo
aliado.
191
Eu esperei por Raniero fora do quarto de Jess, e não demorou muito para
que ele saisse. Exceto o cara que entrou pela porta não parecia exatamente
Ronnie. Era algo sobre a maneira como ele andava e o olhar em seu rosto.
— Raniero? — Perguntei-lhe. — Jess está bem?
— Si. — Sua voz soou um pouco diferente, também. Como... Mais difícil.
Parecia que ele ia continuar andando, assim que eu agarrei a manga e ele
se virou e olhou para mim. Eu costumava ter que curvar minha cabeça para trás
para olhar para ele? Ou era ele, que, honestamente ficava mais alto? — Ronnie?
— Perguntei de novo. — Você tem certeza?
— Si, ela vai ficar bem.
Ficamos ali por alguns segundos, e eu tentei descobrir exatamente o que
era diferente, mas eu não poderia colocar o dedo sobre ele. Eu também fiquei
pensando sobre a forma como todo mundo tinha ido a loucura quando ele
entrou no funeral, e como Jess ficava perguntando se ele era perigoso, então eu
lhe questionei, uma pergunta que soou estranha até mesmo para mim.
— Raniero... Quem, exatamente, é você?
Ele não respondeu por um longo tempo, e eu pensei por um segundo ele
quase parecia normal novamente. Seus ombros meio largados, e seus olhos
suavizaram, e assim fez a sua voz. — Oh, Mindy Sue...
Eu nunca pensei que diria isso, mas fiquei aliviada ao não vê-lo em pé
ereto. — Sério, Ronnie. — Eu vi seu real rosto de perto. Especialmente seus
belos olhos, que ainda não eram exatamente como eu me lembrava deles. —
Quem é você?
192
Ele estava escondendo algo. Ou, como... Mudou de alguma forma. Mas
ele ainda parecia um filósofo — um filósofo triste — quando ele disse: — Eu
estou me tornando tudo o que você sempre quis que eu fosse, Mindy Sue. Um
vampiro que não é alguém que você deva querer conhecer.
Eu estava tentando descobrir o enigma quando ele saiu pelo corredor,
parecendo que ficou mais alto novamente com cada passo que ele dava, e de
repente me lembrei da coisa que eu realmente queria lhe perguntar, e eu chamei
por ele. — Ronnie... Você e Ylenia... O que aconteceu?
Ele se virou, mas ele não disse nada. Ele não precisava. Estava escrito por
todo o rosto, apenas como se ele tivesse sido escrito pela Ylenia quando ela
ficou olhando para ele parado no canto — como se ela não conseguisse parar de
olhar — e eu agarrei o meu estômago, porque parecia que o cara que não faria
mal a ninguém — o que eu tinha que estava tão triste olhando nos seus olhos
cinzentos — tinha acabado de bater a porcaria fora de mim.
193
Lucius vou lhe falar novamente, fique tranquilo. Sua esposa teve
dificuldade no funeral, mas ela esta se recuperando. Eu acho que, de fato, ela
vai estar melhor do que sempre!
Por muitos anos, acreditei que não poderia aprender nada de bom no
meu tempo de treinamento violento, mas agora eu (com o coração rancoroso)
vejo o valor do que chamam de amor gli Americani difícil. Os sábios, que nos
dizem que nenhuma experiência é desperdiçada, estão comprovadamente
corretos, sim?
Como estamos no tema da violência, não se oponha ao meu empréstimo
de um artefato de sua coleção de armas dos nossos antepassados? Ou você
prefere que eu esculpa uma estaca nova?
R
Acrescento outro dos postscripts de que você tanto gosta. Estou indo
vestir as calças, como você sugeriu tantas vezes. Suponho que você não estará
incomodado se eu pedir emprestado de seu armário. Talvez um dia eu possa
retribuir a você... Como com a minha existência! (LOL, muito difícil!)
194
Eu não consegui sair da cama logo quando Raniero saiu do meu quarto.
Na verdade, eu estava ali por um longo tempo olhando para o teto enquanto a
luz se apagou e sombras profundas rastejaram através das paredes.
Raniero foi muito duro comigo. Ninguém pode imaginar como é difícil
ser uma garota de escola secundária normal em um dia e casada com o líder de
vampiros cruéis no próximo. Eu posso honestamente perder o meu marido...
Para sempre.
A minha parte racional disse isso. O matemático em mim, que pesava e
quantificava os desafios que enfrentei em uma maneira lógica.
Mas eu não era mais realmente aquela garota. Eu também era — sempre
tinha sido — a filha de Mihaela Dragomir, uma rainha poderosa, que tinha
enfrentado sua própria destruição sem medo, escrevendo uma última vez no
diário que eu nunca tinha sido capaz de terminar a leitura, pois começava
com—Esta é a minha despedida para você.
E eu tinha sido levada por outra mulher forte, Dara Packwood, que tinha
me dado um beijo de adeus na Romênia e passou a encarar seus próprios novos
desafios, me dizendo, — Você pode fazer isso, Antanasia. Você prometeu a
Lucius que você pode, e irá enfrentar tudo aquilo que aparecer no seu caminho.
Eu ouvi as palavras de Lucius, também, e entendi. — O medo é o mais
grave e pior tipo de sentimento, porque enterra alguém vivo.
E por último, mas não menos importante, eu ouvi Raniero me dizendo
para levantar e sair da cama.
195
Ascensão... Eu tinha que subir...
Sem esperar mais, porque já era quase meia-noite, eu finalmente rolei
para fora do colchão, troquei por um jeans, e fui até a porta.
Ao abrir, eu disse a Emiliano, — Esti Demis, — da mesma maneira que
eu tantas vezes ouvi Lucius dizer: — Você está dispensado.
Eu não disse, por favor, ou obrigado, e eu ignorei seu olhar de surpresa e
incerteza. Depois de um minuto ele curvou-se ligeiramente e concordou. — Da.
Quando ele desapareceu no corredor com um olhar para trás, como se ele
realmente não tivesse certeza se deveria ir — Voltei para dentro e agarrei meu
casaco e enfiei o diário da minha mãe no meu bolso. Então eu fui para os
estábulos, selei a égua que Lucius e eu tínhamos montado para ir o cemitério, e
parti para a noite, ignorando os lobos que uivavam nas profundezas da floresta,
também.
Eu não tinha nada a temer de alguns cães selvagens. Eu vivia dia a dia
com predadores muito mais perigosos em minha própria casa. E já era tempo.
Parei de me esconder deles e iniciei a caçada.
196
O portão de ferro do cemitério abriu facilmente, porque as dobradiças
tinham acabado de serem usadas no enterro de Claudiu, e na trilha havia
pegadas carpideiras.
Eu segui para o castelo prosseguindo na neve, indo para o túmulo fresco.
Mas eu não estava ali para pagar meus respeitos ao tio de Lucius.
Puxando o portão que se fechou atrás de mim, eu olhava em todo o
cemitério silêncioso para onde luar brilhava fora desse mausoléu pálido que eu
quase não fui capaz de olhar quando estive lá com Lucius. Virei-me para a
cripta Vladescus, também, era quase invisível contra o céu, negro contra negro.
Eu apenas poderia fazer o teto cravado, que me lembrou o muro de estacas na
câmara de Miza.
— Não há nada a temer aqui.
Eu ouvi as palavras de Lucius de novo, e eu inclinei meus ombros e
comecei a marchar em direção a cripta Vladescus. Então eu parei e fui primeiro
para a menor estrutura para finalmente enfrentar os vampiros que tinham me
dado à existência, eu havia desperdiçado também muitas semanas, quando eu
deveria ter estado desfrutando cada momento que tive com meu marido.
Algumas pessoas — e a maioria dos vampiros — nunca experimentaram o
amor que tínhamos. Eu estava errada em desperdiçar um segundo daquele.
Minhas botas rangeram na neve, e o pequeno portão que selou a cripta
guinchou quando eu o puxei aberto, puxando mais forte do que eu tinha que
fazer. Eu tinha uma meia expectativa que a entrada estaria fechada e
197
enferrujada, porque eu não poderia imaginar alguém vindo aqui. Nem mesmo
Dorin, que tremeria naquele lugar, imaginando sua própria morte.
Pisando no interior, acendi uma das três velas que aguardavam em
arandelas nas paredes antigas, e enquanto eu esperava estar triste, talvez chorar
de novo, eu encontrei-me sorrindo um pouco, porque alguém tinha estado não
há muito tempo atrás.
Lucius
198
A NOTA ESTAVA escondida debaixo de uma vasilha pequena de
sangue seco até então, mas eu podia ver o suficiente do meu nome, em escrita
familiar, distintamente uma caligrafia em negrito, para perceber que a
mensagem era para mim, então me inclinei e peguei, o desdobrei com os dedos
que estavam duros de frio. O trabalho foi frágil, também, talvez de ser exposto
ao ar gelado, ou talvez porque eu esperava mais do que Lucius esperava para
fazer a viagem.
Lucius.
Ele, obviamente, tinha fé que eu um dia iria ter a coragem de ficar
naquele lugar com meus pais biológicos e com um lugar vazio que foi
provavelmente ali, em algum lugar entre os trinta e tantos caixões dentro das
paredes, esperando por mim.
Aproximando da vela, eu li as palavras de Lucius:
Antanasia,
Venho aqui muitas vezes e derramo um copo de sangue para seus pais. É uma
oferta tradicional entre os vampiros, para mostrar reverência para o defunto. Eu
apresento este presente em agradecimento, também, e como eu inclino minha cabeça,
agradeço-lhes, em silêncio, por você. Eu queria oferecer-lhes mais a devolver o presente
que me deram, mas NADA poderia pagar isso.
L.
Eu ainda estava sorrindo com uma mistura estranha de felicidade
genuína e profunda tristeza quando eu guardei a nota no bolso e, finalmente,
procurei as paredes de mármore dos nomes dos meus pais.
199
Mihaela Dragomir e Ladislau Dragomir.
E quando eu encontrei gravado em uma letra simples, eu abaixei a
cabeça e deixe-me sentir por um minuto. Eu deixei correr sobre mim, incluindo
as coisas que eu vinha lutando para evitar, todo o meu medo, tristeza, saudade
e orgulho que eu tinha dos meus pais, também. E quando eu levantei meu rosto
novamente, era como se a ligação que vinha crescendo entre eu e a minha mãe
biológica, especialmente, estava selada. Enquanto eu estava ali, sabia que, pela
primeira vez, eu os amava. Eu admirava os meus pais, e foi em respeito a minha
mãe, e estava grata a eles por salvar minha vida, mas eu não tinha muito os
amados até aquele momento.
E de repente eu entendi por que Lucius visitava um cemitério, e o que ele
sentia quando estava lá.
Minha família está aqui. Este é o lugar onde eu comecei e onde vou
provavelmente acabar e onde eu pertenço.
Pegando diário da minha mãe no meu bolso, eu me aproximei da vela e,
finalmente, li a sua última anotação para mim. Foi surpreendentemente curta e
disse apenas: — É hora de eu dizer adeus para você, Antanasia. Eu quero que você
saiba que eu estou preparada e em paz. E se você leu até aqui, você está pronta, também.
Percebi que ela não disse no que eu estaria pronta. Eu tinha certeza que
ela queria dizer tudo. De se casar com Lucius para a liderança dos clãs a
enfrentar o destino que trouxe tanto a minha mãe e eu para aquele lugar
coberto de neve a meia-noite, quase 19 anos depois de sua destruição.
Fechando o diário pela última vez, eu o enfiei numa fenda no mármore
que separava os caixões dos meus pais. Essa foi a minha oferta privada a eles.
Minha maneira de dizer, — eu estou pronta.
Então eu saí do cemitério e fechei a porta do mausoléu atrás de mim. De
pé na neve, hesitei de novo, então dei um passo para a cripta, cuja escura e
esculpida face estava gravado com palavras propriamente irregulares.
VLADESCU. Algo me parou, embora, mas eu fui à égua, e tremendo subi na
sela, e voltei para casa para começar o trabalho duro de salvar Lucius.
200
Mas quando bati os lados do cavalo com os meus saltos, nós dois demos
um solavanco e paramos, porque alguém agarrou as rédeas. Eu meio que
conheci, ele estava perto de mim o tempo todo.
201
EU DEITEI NA minha cama enorme com o MacBook que eu tinha pego
emprestado do escritório da Jess, tentando estar interessada em navegar
Zappos, mas eu não conseguia nem preocupar sobre os sapatos, ou o lanche
que eu tinha pedido apenas por pegar o telefone, socando botões, e dizendo —
sorvete— até que alguém conseguiu entender o que eu quis dizer.
Jess estava certa. Era impressionante aquele castelo. Eu estava cercada
por uma grande coisa, mas não me machuca menos por dentro. Eu iria para
casa se ela não precisasse tanto de mim e se minha mãe ainda não quisesse me
matar.
Enfiei a colher de prata em minha boca, mas eu quase não provei o
Häagen—Dazs, porque como poderia me preocupar com alimentação, até
mesmo sorvete de chocolate?
Só a partir desse olhar no rosto de Ronnie, e do jeito que ele não tinha
dito nada, eu tinha certeza que ele tinha pouco de Ylenia Dragomir. Que ele
tinha feito alguma coisa com ela e que ele nem sequer ofereceria fazer algo
comigo.
Eu sabia que deveria odiá-lo. Mas não o fiz.
Eu amei esse estúpido, um vampiro italiano sem ambição. Eu não
conseguia parar de amá-lo.
Era SUA, eu odiava. Havia alguma coisa errada sobre ela, de óculos
dweeby aos seus sapatos sujos, e ela tinha feito algo para ele. Eu sabia.
Com um grande suspiro frustrado, eu empurrei de lado o laptop e
peguei a Cosmo, porque não havia nada que eu podia fazer naquela noite, não
202
para mim ou Jess ou Ronnie ou Lucius, exceto, talvez, verificar os nossos
horóscopos para ver se havia alguma boa notícia para alguém no futuro.
Mas antes de eu alcançar as estrelas, o grande destaque em —Segredos &
Conselhos— quase me fez parar de frio. Eu tinha esquecido completamente esse
artigo que estava ali, mas quando eu o vi, então, li como se houvesse um teste
em cada palavra. Foi provavelmente o mais rápido que já li qualquer coisa, e
quando eu terminei, eu bati a revista fechada e disse o título em voz alta.
—Mantenha seus amigos próximos e seus INIMIGOS mais próximos.
Gostaria de lembrar isso. E eu sabia que nunca ia esquecer as últimas
linhas, mesmo que eu nem sequer tente memoriza-los.
—Quem sabe? Mantendo o seu inimigo perto poderia simplesmente ganhar um
amigo honesto novo e bondoso. Talvez ela não seja tão ruim quanto você pensava. E se
ela é uma falsa, pelo menos, você provavelmente vai aprender todos os seus segredos!
Eu provei outro pedaço grande de sorvete, pensando que a Cosmo
sempre dava bons conselhos.
Suguei, e eu odiava fazer isso, mas eu peguei o Mac novamente, e entrei
no e-mail de Jess, onde, naturalmente, havia mensagens de sua nova BFF,
Ylenia, que me parece não deveria estar usando o apelido Dragomir1. Ela era
tipo, número dois na melhor das hipóteses.
E mesmo que eu tive que cerrar os meus dentes para passar por isso, eu
digitei — Hey Ylenia é Mindy usando o e-mail da Jess. Estou ficando entediada porque
Jess é ocupada, dã, e ela diz que você é sua melhor guia de turismo romeno do mundo,
vamos sair? Sua amiga também Min.
Eu sabia que era a coisa certa a fazer, eu tinha que saber se eu estava
apenas com inveja ou se Ylenia realmente era uma falsa sanguessuga brejeira,
mas eu ainda vomitei todo o chocolate Holandês caro em mim quando eu
cliquei em enviar.
203
— EU ESTAVA INDO procurar por você, — eu disse a Raniero, que
segurou as rédeas, enquanto eu desmontava. — Mas eu tive uma sensação que
você estava por perto de qualquer maneira.
— Si, eu te segui. — Seus olhos foram treinados no cemitério, e ele
parecia mais nervoso do que eu por estar lá. — Eu esperei por você no portão.
Estava Raniero com medo de que seu destino estava dentro da parede de
pedra? Não parece provável, mas ele estava definitivamente desconfortável.
Muito poucos momentos passaram antes que ele tirasse os olhos do cemitério
para encontrar o meu no luar. — Por que você queria me encontrar?
Provavelmente era estranho que ele não perguntasse primeiro porque eu
tinha chegado a um cemitério sozinha à meia-noite, mas talvez ele soubesse o
que eu estava fazendo. Como eu estava mudando. Ele certamente não pareceu
surpreso quando eu lhe disse: — Eu quero que sejamos parceiros, e se trata de
algum tipo de luta, em um tribunal ou com estacas, eu estarei ao seu lado e
nunca fugirei. — Eu olhei profundamente em seus olhos, que eram tão difíceis
como de Lucius e suportou ainda mais a dor. — Fiz votos a Lucius, há alguns
meses, mas eu realmente não entendia o que significavam até então. Eu
prometo a você, porém, eu entendo agora.
O cara que tinha certeza que eu estava perguntando, ordenando, a
sacrificar sua existência para salvar meu marido me estudou por um longo
tempo, como se estivesse decidindo se eu poderia recuar para a cama em algum
ponto. Então, ele balançou a cabeça e disse: — Claro que vou ajuda-la e ao
irmão que tem me mostrado tanta misericórdia. É uma honra.
204
Eu sabia que tinha finalmente feito algo certo até então. Eu tinha
ganhado o respeito de um vampiro a quem eu respeitava por sua vez.
Embora eu não fosse tão ousada como Raniero ainda, ou tão ousada
como Lucius poderia ter sido, porque quando Raniero lembrou — A data do
julgamento... Você pensa em defini-lo?— Eu respondi rapidamente: — Não.
Ainda não. Não há ainda nenhuma evidência para salvá-lo — Eu continuei
encontrando seus olhos, porém, para que ele pudesse ver que eu não estava
encolhendo mais e não estava jogando tudo, também. — Mas eu vou encontrar
algum.
Eu tinha certeza que Raniero teria rolado os dados e definido uma data
imediatamente, mas o amor que ele tinha por Lucius, apesar de forte, não podia
aproximar-se do que eu sentia pelo meu marido, e eu não tomaria essa chance.
Ainda não. Até que eu tivesse alguma prova da inocência de Lucius, era melhor
manter arriscada a possibilidade de Luat do que condená-lo para certeza à
destruição imediata. Para conhecer a sua existência acabaria sem esperança de
jamais vê-lo novamente, tocando-o...
— Não, — eu repeti— Eu não vou definir a data ainda.
— Claro. — Raniero me entregou as rédeas, e quando começamos a
andar no escuro Carpathian Forest, lado a lado, ele perguntou, — Então como
você gostaria de prosseguir, princesa?
— Preciso de um mapa do castelo, — Eu disse a ele— Eu não posso me
perder em minha própria casa.
— Eu posso fazer isso, — ele concordou. — Eu sou bom com mappa.
Posso reproduzir a propriedade de memória, incluindo os lugares que talvez
você nem conheça.
Eu não estava surpresa ao ouvir isso. Lucius me tinha prometido que
Raniero tinha muitos talentos escondidos que viriam a calhar.
— O que mais você quer? — ele perguntou, olhando para mim. O
surfista realmente quase desapareceu, mas de alguma forma eu estava mais à
vontade com o guerreiro que estava surgindo. Eu o compreendia, porque eu
205
entendi Lucius. E eu fiz outra decisão, à direita, então lá. Se eu estava indo para
confiar nele, eu tinha que fazê-lo totalmente. — Eu preciso que você me ensine
como usar uma estaca. Lucius ia fazer isso, antes ele ficou preso.
As árvores tinham fechado sobre nós, fechando a luz da lua, mas eu
pensei que havia pegado um vislumbre de dentes brancos, Raniero estava
sorrindo na escuridão. Eu esperava que fosse um sorriso de aprovação para a
maneira que eu estava finalmente me puxando junto e não antecipação com a
perspectiva de tocar em uma arma Eu tinha certeza que ele não tinha manejado
em dois anos.
206
R,
Desperto do que parece ser um sono interminável para perguntar se há alguma
notícia acima do solo desde que o funeral se realizou... Quantos dias? Dois? Três? Eu
perdi o controle. Antanasia ainda está segura? Para eu começar a ter sonhos terríveis
que muitas vezes terminam em maneiras que eu não posso suportar a me comprometer
com o papel.
Nunca fiquei tanto tempo sem beber, e os meus pensamentos quando eu estou
acordado estão preocupados com a sede da minha esposa, em muitas maneiras... Acho
que sou incapaz até mesmo de ponderar planos estratégicos e poder me concentrar
apenas para pedir, existe um julgamento? Tem uma data definida?
Eu sinto muito que eu não sou capaz de tornar mais ajuda.
L
P.S. Se eu me forçar à clareza, e lembrar que também aprecio a notícia da minha
estimada —in—law— Dorin. Eu sei que eu deveria ser grato a ele para o retorno de
Antanasia ao meu lado, e ainda assim eu não posso perdoar o seu instinto tóxico,
infeccioso para a autopreservação, que eu temo também ser muita influência a minha
esposa, ironicamente, para seu perigo.
Aqui está um para seus livros de filosofia, irmão: há alguma coisa mais perigosa
do que o desejo de viver livre do perigo?
Você irá LOL em minha tentativa de profundidade ou coçar a cabeça, se eu já
não fizer sentido.
207
Eu estava sentada na sala de jantar no café da manhã, esperando para
pegar uma fatia de pão, porque Jess tinha desaparecido desde o desastre no
funeral. Ela enviou seu servo pequeno para mim na manhã seguinte à confusão,
com um bilhete pedindo-me para ser paciente enquanto ela estava ocupada por
alguns dias.
Eu estava meio que com medo de que ela estava se escondendo em seu
quarto e poderia nunca mais sair. Então, fiquei totalmente surpresa quando a
porta se abriu e entrou a Princesa Antanasia de aparência melhor do que ela
teve todo o tempo que estive na Romênia.
Ela tinha feito alguma coisa com seu cabelo e colocou em um belo par de
calças jeans de lavagem escura e um suéter que não a fez parecer desesperada
para ser uma princesa, mas estava certo para uma governante adolescente. Ela
não se parecia com a menina que costumava sair comigo na Pensilvânia, mas
ela não parecia tão despedaçada como antes, também.
— Puxa Jess. — Eu deixei cair meu café da manhã meio comido. — Você
parece melhor hoje!
Como de costume, quando eu abri a minha boca, eu disse a coisa errada.
Mas, como de costume, Jess não ficou ofendida. — Obrigada. Sentou-se e
alcançou uma fatia de pão. — Eu me sinto melhor.
Fiquei contente de ver Jess realmente comer, mas... Eu ainda não estava
com fome. E eu fiquei doente novamente, quando a porta se abriu mais uma
vez e Ylenia veio andando. Ela ainda parecia uma pálida imitação crespa de Jess
para mim, e eu não entendo como Ronnie poderia ter...
208
— Hey. — Jess parecia surpresa ao ver sua prima. — Eu não esperava
você, e receio que eu esteja ocupada.
— Tudo bem, — Ylenia esganiçou, em sua voz falsa. — Mindy e eu
estamos realmente indo para Bucareste. — Ela fez uma carranca pequena. — A
menos que você precisa de mim para ajuda-la com qualquer coisa.
— Não, eu estou bem. — Jess passou uma tonelada de manteiga em seu
pão. — Vocês vão se divertir.
Eu me levantei, peguei minha bolsa e fiz o meu melhor para sorrir, e eu
esperava que saísse melhor do que sentia. Eu tinha um monte de coisas falsas,
de bolsas Gucci a sapatos Manolo Blahnik, mas eu nunca tinha sido muito boa
em ser falsa. — Ok, nós vamos sair, então.
Jess parecia sinceramente feliz que estávamos fazendo algo juntas, e eu
tentei focar nisso. Pelo menos eu a fazia um pouquinho feliz. — Vejo vocês mais
tarde, — disse ela.
— Sim, até. — Segui Ylenia sair da sala, pensando: Vamos acabar com isso.
Toda vez que eu olhei para ela, vi Raniero curvando a ela, os dentes mudando,
e eu queria gritar. Tinha sido ruim o suficiente quando eu só pensei que ela
estava roubando minha melhor amiga.
Parei. Você só está com ciúmes, Min? Isso é o porquê você realmente a odeia?
A porta estava fechou balançando atrás de mim, mas no segundo eu
peguei Jess dizendo algo a um dos servos. —Ceaiul, te rog.— Foi uma das
primeiras vezes que eu já ouvi uso romeno, não contando o que diabos ela tinha
dito no funeral, e me lembrei de algo, então eu surgi novamente, fuçando na
minha bolsa. — Hey! — Eu encontrei o meu presente da Amazon e o entreguei.
— Eu me esqueci de lhe dar isso. Espero que você goste!
— Hum... Obrigada. — Jess parecia surpresa novamente. Eu não
esperava por ela para arrancar o plástico, mas eu olhei para trás bem rápido
para vê-la sorrir quando ela viu sua nova cópia do Fluente em cinco minutos:
romeno.
209
Então eu saí e encontrei a minha guia turística esperando, e eu me fiz
pegar no seu braço pálido e frio como se realmente fossemos amigas. — Vamos,
Ylenia,— eu disse. — Vamos ver o que você nos reserva, hein?
210
EU ME MANTIVE FORÇANDO para baixo o pão e chá, sabendo que eu
tinha que comer, e folhear o livro de língua romena e DVD que Mindy me deu.
Boa e velha Mindy. Ela sempre soube o que eu precisava. E eu estava
feliz que ela e Ylenia estavam tentando ser amigas. Significaria muito para mim
se elas pudessem se dar bem.
Eu virei outra página do livro, surpresa que tantas palavras nos diálogos
pareciam familiares. Eu nunca tinha tentado fazer mais do que pegar frases por
ouvir Lucius e os outros falando, mas quando vi as palavras escritas, percebi
que muitas delas estavam enraizadas no latim que a minha mãe tinha me
treinado como uma adolescente, para me preparar para o SAT20, eu acabei
nunca levando porque eu pulei a faculdade para governar vampiros.
Ainda assim, como de costume, as previsões das minhas mães estavam
me ajudando. Eu precisava aprender romeno.
Talvez não fosse apenas uma covarde, mas também um pouco...
Preguiçosa?
— Scuzati-ma? 21
As palavras exatas que eu estava lendo no —Diálogo 3: Frases
Educadas— foram faladas atrás de mim, e eu olhei para cima para ver a servo
que geralmente traz chá me oferecendo algo diferente na bandeja de prata.
20 Estudantes que se candidatam a um programa de graduação de quatro anos em uma faculdade ou
universidade nos Estados Unidos precisam fazer um exame de admissão como o SAT.
21"Desculpe-me?" em romeno.
211
— Aceasta este...? — Eu fiz um esforço para perguntar o que ela estava me
dando. — Isto é...?
— De La Lordul Raniero Lovatu.
Eu tinha certeza que ela disse, — do Lord Raniero. —Eu tinha ouvido esse
tratamento assim no meu casamento e ri com o que eu pensei que era uma
cortesia excessivamente formal. Eu não estava rindo mais.
Quando eu peguei alguns papéis enrolados como um pergaminho para
fora da bandeja, olhei para o meu livro, me lembrando o que dizer. — Va
multumesc. Obrigada.
A criada inclinou-se e recuou, deixando-me a colocar de lado meu prato,
puxei um elástico fora dos papéis, e desenrolei. E quando eu vi os desenhos na
minha frente, percebi que Raniero tinha dito a verdade. Ele era muito bom com
mapas.
Ele até se lembrou de incluir uma planta detalhada para algo escondido
no castelo. Eu tinha esquecido que existia, mas eu pretendia começar a usá-lo
aquela mesma noite.
212
Eu estava honestamente ficando preocupada que talvez eu não gostasse
de Ylenia Dragomir porque ela tinha um milhão de coisas em comum com Jess,
como viver na Romênia e parecendo ser inteligente e ser um vampiro, por isso,
provavelmente, fazia sentido que, ao longo de, duzentos anos, quando eu há
muito tenha ido, elas se tornariam melhores amigas no mundo, e Jess nem
sequer se lembrará de mim. E talvez eu odiasse Ylenia porque ela teve um
passado com Raniero.
Eu realmente começei a pensar que havia algo errado comigo enquanto
andava em torno de Bucareste, em um carro que era tão pequeno que eu meio
que esperava que os palhaços saltassem para fora cada vez que paravamos em
outro museu chato ou parque.
Esse carro, que aparentemente Dorin usou para pegar Jess quando
chegou à Romênia, que foi sem dúvida, quando ela começou a se sentir como
uma princesa sugadora, mas Ylenia... Eu tive que admitir que ela parecia bem.
Até que paramos em um prédio que parecia a Casa Branca, como se
alguém tivesse esmagado um bolo gigante de casamento no telhado, ela
começou a dar sua lengua lengua de guia turístico. Era um edifício chato onde
coisas chatas aconteceram, mas pelo tempo que nos afastamos, eu sabia que
finalmente vi alguma coisa interessante.
Eu dei uma espiada na verdadeira Ylenia Dragomir e eu não era a única
com ciúmes naquele carro de palhaço.
213
O Ateneu Romeno não era o lugar onde o presidente da Romênia viveu.
Era realmente um grande teatro, e eu segui Ylenia e um casal de outros turistas
que eram loucos o suficiente para visitar Bucareste, na temporada de neve, para
a parte principal onde todos os assentos estavam.
— Isso é realmente bonito, — eu disse, olhando ao redor. — Tipo, uau.
— Sim, é “uau” — Ylenia estava boquiaberta, também, como se ela nunca
tivesse visto o lugar também, embora eu soubesse que ela tinha. — É
considerado o prédio mais bonito da cidade. — Ela apontou para o teto. — Olhe
para a cor vermelho brilhante, como sangue, e a folha de ouro. E quando ele é
preenchido com os sons da orquestra, e as pessoas e vampiros estão vestidos
com suas melhores roupas... É incrível estar aqui em uma noite de verão,
mesmo se você estiver apenas sentado nos assentos menos caros, observando de
longe.
Você nunca pode ir a qualquer lugar sem um vampiro mencionar
sangue, então isso não pareceu estranho para mim. O que parecia estranho foi o
jeito que ela ficou muito sonhadora e tipo adormeceu, então nós duas, de pé, só
olhavamos para todos os lados, bem depois de eu estar pronta para ir. Era um
lugar legal e caro, mas eu estava ficando deprimida, porque mesmo não
querendo odiar meu frenemy22 novo, eu ainda fiz, e eu queria voltar para o
castelo de Jess. Eu não estava aprendendo nada de Ylenia exceto a história
comunista.
22 Frenemy é uma mistura de friends com enemy- amigo/inimigo.
214
Talvez por uma vez Cosmo estivesse errada. Talvez sair com um frenemy
apenas faz a sua cabeça e seu coração meio que doer.
Eu estava prestes a tocar em seu braço, porque ela parecia realmente
perdida, quando, de repente, ela apontou para alguns assentos no segundo
andar, tipo de camarote, onde as pessoas ricas se sentavam e disse: realmente
suave, mas em uma maneira que quase me fez saltar para fora da minha pele —
Ali foi onde eu vi pela primeira vez Lucius... E Raniero.
Por que eu sempre duvido da Cosmo?
215
Fiquei na frente do enorme espelho pendurado na parede do meu quarto
de vestir, mas eu não olhava para a mulher jovem e pálida refletida ali.
Em vez disso, eu cheguei por trás do canto superior direito da moldura
de madeira pesada, procurando cegamente com os dedos.
Lucius tinha me mostrado a porta escondida quando nós nos casamos, e
ele me dirigiu para isso, mais recentemente, quando ele pensou que eu poderia
estar em perigo. — Você sabe para onde ir— Mas eu não sabia o que ele queria
dizer. Eu tinha esquecido tudo sobre aquela porta até Raniero desenhar o seu
mapa e incluir a rede de túneis que Lucius havia prometido que estavam
esperando por trás das paredes.
—Claro que temos um sistema elaborado de fuga escondido dentro das pedras, —
ele disse, guiando a minha mão para o trinco. —Nós somos vampiros, e nós
parecemos nunca saciar nossa sede de engano. — Eu encontrei os olhos no
espelho, e ele sorriu. —Não que eu correria do perigo!
Nós só estávamos casados há alguns dias, e tudo era tão perfeito que até
mesmo a menção de emergências não podia me impedir de sorrir. Nem quando
estávamos sozinhos, as mãos tocando, o corpo poderoso do meu marido a
minha volta. — E eu? Eu teria que correr?
Mesmo nos nossos primeiros dias felizes juntos, Lucius tinha,
naturalmente, entendido os riscos que enfrentamos, e sua mão ao redor da
minha tinha parado enquanto ele considerou seriamente a sua resposta.
—Eu não sei. Em teoria, princesas não fogem. Mas se você realmente estiver em
perigo, eu não consigo me imaginar não força-la a correr para a segurança. — Ele fez
uma pausa, os olhos suavizando, e acrescentou: —E devemos ter sorte suficiente
216
para ter filhos, gostaria de compeli-la a protege-los enquanto eu fique para trás. Assim
como nossos pais nos protegeram à custa de suas próprias existências.
Eu ainda me sentia muito jovem para pensar em bebês, mas Lucius
sempre pensou em termos de família, e algo sobre ouvi-lo falar, pela segunda
vez em nossa breve vida de casados, que poderíamos realmente ter filhos
juntos...
Eu senti uma corrida intensa de emoção pelo meu novo marido, que
seria um pai maravilhoso, e eu virei e o beijei... E que deve ter sido por isso que
eu ainda não podia achar a trava com os meus dedos desajeitados. Nunca tinha
terminado a lição.
— Vamos lá, — eu murmurei, ficando impaciente e cavando mais fundo
sob a moldura de madeira. Parecia impossível que o espelho, colado para
refletir reis e rainhas em trajes de gala, alguma vez se movesse. Mas então eu o
encontrei. Um pequeno metal, como um botão. Apertei-o, e esse espelho
enorme liberou-se da parede tão rápido que eu quase gritei, porque eu tinha
certeza que ia cair e esmagar-me. Deve pesar mais de uma centena de quilo.
Mas não saiu da parede. Ele só balançou para trás alguns centímetros sobre as
dobradiças invisíveis para revelar uma passagem negra. Assim como Lucius e o
mapa de Raniero haviam prometido.
Espreitando o túnel escuro e mofado cheio de poeira e teias de aranha, eu
quase mudei de ideia. Afinal, eu estava começando a ficar melhor no controle
de Emilian, e eu poderia demiti-lo se eu quisesse ir a algum lugar sozinha.
Mas a nova princesa que estava surgindo dentro de mim... Ela não tinha
certeza se confiava mais em seu guarda. Eu queria ser capaz de usar essas
passagens sempre que eu preferisse passar em completo sigilo. Como eu fiz
naquela noite.
E assim, com a rota que eu tinha memorizado a partir do mapa de
Raniero no meu cérebro e uma lanterna na minha mão eu pisei através do
espelho. Tomei uma respiração profunda no ar viciado, eu me virei e puxei o
espelho-porta, fechando-o atrás de mim, mesmo que eu não tivesse certeza de
217
que a trava pudesse ser desfeita a partir do interior ou que a saída do outro lado
não tivesse sido selada gerações atrás, enquanto o castelo evoluia. Por tudo que
eu sabia, Raniero nunca pôs os pés dentro dessas passagens e os conhecia
apenas nas ledas.
Olhando por cima do meu ombro, eu considerei testar se eu puderia
voltar dessa maneira, então decidi que não ia começar esta jornada voltando
atrás.
Eu estava terminada com o olhar para trás.
218
— Raniero? — Eu bati realmente suave em sua porta, porque já era tarde
pelo tempo que eu e Ylenia voltamos de Bucareste. Eu não podia esperar até de
manhã para falar com ele, no entanto. Eu tinha que saber o que tinha acontecido
com o meu ex-namorado e primo de Jess, mesmo que ele me matasse.
Eu ainda podia ouvir Ylenia falando de Lucius e Raniero, e como ela os
viu a partir dos lugares mais baratos, babando em cima deles e odiando-os, ao
mesmo tempo.
—Cada cabeça virava para ver Lucius, com seu cabelo preto e olhos escuros que
pareciam saber de tudo e Raniero, com sua pele morena e sorriso que fazia as debutantes
se arrepiarem, porque você sabia que ele era tão perverso... Eles pareciam governar não
apenas o reino do vampiro, mas o mundo, e você podia ouvir todos sussurrando,
“Vladescu... Vladescu...”
Eu não queria, mas eu tive que perguntar a ela. —Alguma vez, tipo, ficou com
eles?
Ela tinha dado um sorriso assustador que disse de forma demasiada
sobre ela, Lucius, Raniero e Jess. —Oh, não! Isso foi antes de Vladescus se apaixonar
pela Dragomirs... Antes, quando mesmo uma europeia, educada e nobre Dragomir, era
apenas sujeira sob seus pés!
Oh, ela tinha queimado de ciúme, pensar que uma menina americana de
uma fazenda veio e ganhou o coração do príncipe...
— Raniero? — Ele ainda não respondeu, então eu bati mais forte, porque,
de repente, parecia estranho, ainda mais estranho que alguém descreva o seu
sorriso como —perverso,— que Ronnie tinha fechado a porta. Ele nunca fez
219
isso. Supostamente, ele nem sequer teve uma em sua barraca de praia. Apenas
uma antiga cortina de chuveiro.
Virei a maçaneta, que sacudiu, mas não cedeu. E Ronnie nunca trancava
nada. Ele praticamente queria que as pessoas roubassem as coisas dele.
De repente eu não estava triste, mas muito preocupada com ele, e eu
procurei ao redor na minha bolsa até que eu encontrei uma lixa de unha, que eu
coloquei na fechadura antiga, assim como eu tinha visto em um milhões de
programas de TV quando eu deveria estar estudado.
Pela primeira vez, porém, a TV serviu para algo. Ou talvez a trava fosse
tão velha que era fácil de abrir. Parecia que era da Guerra Revoluciusnária ou
algo assim.
De qualquer forma, a porta se abriu após cerca de cinco golpes, e um
segundo depois eu estava na sala. Estava escuro lá dentro, e no começo eu não
me mexi, porque naquela sala... Cheirava a Ronnie. Como o surfista Ronnie, que
de alguma forma cheirava a praia, mesmo se ele morava na Pensilvânia. Sua
pele e cabelos sempre cheiravam a coco e água salgada e... Sol. Era estúpido,
mas a criatura da noite que eu amei realmente cheirava como o sol para mim.
Eu sabia que estava agindo como uma perseguidora, mas eu comecei a
andar em direção a sua cama, pensando que eu apenas poderia cheirar seu
travesseiro. Só por um segundo.
Algo me impediu, no entanto. Alguma coisa no chão que se enroscou nos
meus pés, e a próxima coisa que eu sabia, eu estava sentada na minha bunda e
tentando não gritar, porque eu machuquei quando caí. Eu não sabia o que
diabos aconteceu, então eu comecei a sentir em volta e foi como se eu estivesse
sentada em um monte de pó.
Cheirei e cheirava algo diferente, também. Como... Madeira.
O piso da sala de Ronnie cheirava a loja de madeira no Woodrow Wilson
High.
Eu senti em torno um pouco mais, e meus dedos bateram naquela coisa
afiada. Um monte de coisas afiadas.
220
Tocando o chão com a minha mão, eu tentei conta-los. Um, dois, três,
quatro, cinco...
Com uma má sensação no estômago, eu desisti e peguei apenas uma e
disse em voz alta para ninguém...
— Raniero Vladescu Lovatu — por que diabos você está esculpindo
todas estas estacas?
E por que alguém o chamou de perverso?
221
Tanto quanto eu poderia dizer, os túneis batiam com os encontrados no
mapa que Raniero havia desenhado, o que foi reconfortante. No entanto, ainda
era difícil não estar desconfortável enquanto eu seguia o caminho que eu havia
memorizado, cada vez mais profundamente no coração do que parecia como
um verdadeiro labirinto, em diretamente tirado fora da mitologia. Eu tropecei
algumas vezes no chão desigual e tentei manter esse lado orientado de mim
treinado para contar pequenos desvios do caminho principal.
Eu precisava do décimo terceiro pequeno ramo para a esquerda. Isso me
leva aonde eu queria ir.
— Não tenha medo, — eu disse em voz alta, quando minha lanterna
cintilou enquanto a bateria estava morrendo. — Não se assuste.
Isso tinha que ser o meu mantra agora. Eu cantava em voz alta, como se
eu tivesse que fazer.
Mas era quase impossível não ficar nervosa, com o teto abaixado e o feixe
de minha lanterna começando a ficar mais fraca. Eu devo ter caminhado uma
milha, e parecia que eu estava indo direto para a montanha.
Isso é possível? Não, não, claro...
Então, assim como minha lanterna piscou novamente e apagou,
mergulhando-me na escuridão, eu encontrei a décima terceira saída a partir do
caminho principal, e recusando-me a hesitar, porque o caminho estava apertado
como um túmulo, de forma que meus ombros tocavam as paredes, eu me
espremi na escuridão. Sete passos mais tarde, senti a única coisa que eu temia.
Um beco sem saída.
222
Mas quando eu coloquei a minha mão para sentir na minha frente,
chegando muito perto de um pânico claustrofóbico, eu não sentia a pedra, mas
sim a madeira sob meus dedos.
Madeira úmida, mas suave.
Embora eu soubesse que havia provavelmente algum mecanismo oculto
para liberar a porta, eu precisava sair de lá, então eu pressionei e quase cai
completamente, porque ele cedeu sem o menor esforço.
Provavelmente porque Raniero abriu-o do outro lado e estava esperando
por mim, juntamente com uma caixa de estacas recém-esculpidas.
223
A CÂMARA DE Miza — a sala de estacas — parecia fazer Raniero tão
inquieto como a estreita passagem que eu tinha passado. Ele andou enquanto
eu acendi as duas velas, porque ele estava esperando no escuro, e quando a luz
acendeu, eu o vi olhar em volta cautelosamente... Sem chegar sequer perto de
olhar para sua própria posição, envolto em vidro.
Ele odeia estar aqui. Odeia estar na presença de todas essas armas e sua própria
estaca.
— Este foi um mau lugar para se encontrar, — eu disse. — Eu escolhi
aqui porque este é o lugar onde Lucius mantém suas estacas, mas você está
chateado.
— Não, eu estou bem. — Mas ele continuou andando como um leão
desesperado para sair de sua gaiola.
— Devemos ir para outro lugar, — eu ofereci. Olhei para a caixa de
estacas, que pareceu recentemente esculpida. Ele colocou-a sobre a mesa ao
lado da arma de Lucius, que havia sido devolvida ao seu lugar de costume
depois de sua detenção. — Especialmente porque eu acho que não precisamos
de Lucius.
Raniero abrandou e depois encontrou os meus olhos, falou com mais
calma. — Sinto que estou agitado. Peço-lhe que seja corajosa e, em seguida, eu
ajo como um covarde. — Ele tomou uma respiração profunda. — Devemos
ficar Antanasia.
Eu assisto seu rosto, tentando decidir se essa realmente era uma boa
ideia. Cada vez que eu o via, ele parecia menos como o surfista que eu conheci.
224
Ele nunca mais relaxou, o sorriso de felicidade se foi, e os calções e o logotipo
de T tinham desaparecido. Ele parecia invadir o armário de Lucius à vontade, e
estava diante de mim em um dos muitos pares Levis de meu marido e uma
camisa cinza que combinava com os olhos de Raniero, que nunca mais ficaram
verdes.
Mas quando eu olhei para aqueles olhos, eu não vi nada que me
aterrorizasse. Eu vi um vampiro que era poderoso e perigoso do mesmo jeito
que Lucius era, mas não aquele que estava prestes a estalar. Ainda não, pelo
menos.
Talvez por isso eu arrisquei e o empurrei um pouco, como ele me
empurrou. Andando para a caixa de vidro, eu disse: — Raniero, antes de irmos
adiante, eu acho que você deveria me dizer por que a sua estaca é mantida aqui
como qualquer artefato precioso ou um vírus que precisa ser contido. E eu
quero ouvir a história do dia em que quase destruiu Lucius, também.
Quando eu disse isso, e ele finalmente olhou para a caixa, eu vi algo
assustador brilhar em seus olhos, mas ele tinha tudo sob controle e concordou.
— Está correta Antanasia. Acho que é tempo de você saber toda a verdade
sobre o vampiro que está com você – há um comprimento de braço da arma que
quase faz dele o próximo rei.
225
Raniero não começou sua história imediatamente. Ele passou alguns
instantes olhando para sua estaca manchada de sangue, como ele estava se
acostumando a ver.
— O que é isso Raniero?—Eu pedi suavemente. — Consagrada ou
contida?
— Na verdade, eu acredito que são os dois— ele disse. — The Elders
tirou minha estaca da minha posse, como é habitual para aqueles condenados
como blesmata, mas foi à decisão de Lucius que forneceu esse lugar especial. —
Ele traçou a caixa de vidro com um dedo coberto com um pequeno sinal da paz.
— embora eu nunca tenha esperado tocar isso de novo, Lucius acredita que o
que espera por mim é diferente dos outros, não porque ele talvez tenha causado
mais destruição do que qualquer outro por aqui, mas porque o seu dono está
conosco. E por um longo tempo, Lucius acredita.
Ele levantou seu rosto em seguida, e eu vi a familiar sombra de dor. Dor
Vladescu. Mas, embora seus olhos fossem tempestades, suas emoções ainda
estavam sobre controle. — Eu acho que Lucius também pretende decorar o dia
em que se aproxima mais de sua destruição.
Era difícil até mesmo ouvir aquelas palavras, e eu tinha que me lembrar
de que a história teve um final feliz. — O que aconteceu?
Raniero passou uma mão pelo comprido cabelo, claramente magoado em
relatar o conto. —Um dia, Lucius e eu estávamos treinando nas masmorras...
Ele estava perto do fim do nosso tempo como parceiros de combate, nós
lutamos a competição violentamente, mão a mão. Havia muito sangue, pois
226
estávamos crescendo mais fortes. Não mais rapazes, mas homens. — Ele sorriu
ironicamente. — Acho que tínhamos sido homens por muito tempo e nem
sequer sabíamos disso.
Sabendo que a história terminou com Lucius vivo não tinha parado
minha boca de começar um pouco seco. — Então...?
— Recebemos um descanso — ele disse, deslizando para o tempo
presente, desta vez como se suas lembranças fossem muito vivas para serem
contidas no passado. — E os que supervisionavam nosso combate, Claudiu e
Flaviu, nos puxaram para o lado e nos disseram o que fizemos de errado, como
sempre. — ele esfregou a nuca, duro, e eu me perguntava se tinha cometido um
erro, pedindo por essa história. Mas já era tarde demais para voltar. Era como se
ele estivesse tomando seus próprios primeiros passos em um mausoléu ou um
túnel escuro, como se tivesse acabado de fazer.
Enfrentando as coisas que Lucius acreditava que ele poderia lidar
também.
— É Claudiu que fala para mim — ele continuou. Sua boca voltada para
baixo e seus olhos como pedra. — Ele me disse que Lucius é o vencedor do dia.
Que está arrependido de me tirar da minha amada casa em Tropea e
desperdiçar esforços preciosos para me fazer um guerreiro.
— Deve ter sido terrível — simpatizei. — Ser informado que sua infância
perdida foi inútil...
— Sim — ele concordou. — E então quando estou com tanta raiva,
Claudiu sussurra em meu ouvido: — Porque não provar a si mesmo agora?
Desligue o príncipe, suba ao trono e faça seu sacrifício valer a pena?
Fiquei tensa, extasiada e horrorizada.
— Eu não precisei ser instado duas vezes — Raniero admitiu. — Lucius
ainda estava conversando com Flaviu de costas para mim, eu atravessei o chão
e agarrei seu ombro, quando ele se virou para mim, ele vê em meu olhar que
não estamos mais brincando de guerra.
227
Um arrepio percorreu minha espinha, os dedos de Raniero se apertaram
como se ele apertasse uma estaca imaginária, e ao olhar em seus olhos... Ele não
estava tocando na memória também.
— Eu golpeei sem hesitação, porque eu tenho um momento de vantagem
e Lucius lida com a mudança em nosso concurso. — Visualizei um clarão de
presas. — E o meu alvo é bom.
Dei um passo para trás, nauseada e ciente de que estava perdida no
passado. Empurrei longe demais. Cometi um erro. E quão perto ele veio...? —
Mas? — eu disse em voz alta. De repente estava desesperada para ouvir o final
da história – o final feliz— e chamar Raniero de volta também. — O que
aconteceu?
Minha voz parece ter chegado até ele. Ele encontrou meus olhos, e vi que
ele estava no presente novamente, apesar de seus ombros arfarem como se
ainda estivesse no calor da batalha. — Estamos equilibrados o suficiente para
que Lucius de passos para trás, talvez uma polegada, é esse movimento
pequeno que salva seu coração.
NÃO! Eu queria gritar. Não esperava que Raniero estivesse tão perto de
terminar a existência de Lucius. Quantas vezes meu marido chegou perto da
destruição e sobreviveu? Quantas chances um vampiro consegue?
— Lucius está sobre o chão — Raniero acrescentou, parecendo que
passou sua ira. Seus dedos se abriram, os ombros caídos, quase como
antigamente, e suas presas foram embora. — Eu estou em cima dele, me
ajoelho, preparando-me para ser o vencedor naquele dia. O vencedor de todos
os tempos. — Ele abaixou a cabeça e olhou para mão que odiava. — Mas
quando meus dedos envolvem a estaca para pressionar a polegada mais
profunda que me dará o trono, o seu marido, que é sempre valente, mesmo
quando sofre de alguma forma consegue sorrir enquanto seu sangue é drenado
para fora sobre a sujeira e me diz através de muitos suspiros: — Raniero meu
irmão! Eu quase acreditei que você estava vindo para me destruir, se não
228
estivéssemos comprometidos para o jantar essa noite. Você não vai me fazer
perder uma lebre que olhei durante todo o dia, você vai?
Raniero levantou os olhos, e vi que ele estava rindo da memória.
Horrorizado e rindo, como eu estava. Quando Lucius for libertado, vou pedir
um vale coelho de sessenta e cinco mil euros para ele, por ser corajoso o
suficiente para brincar de uma forma que quase certamente salvou sua
existência para que eu pudesse conhecê-lo e casar com ele.
— Lucius me chama de irmão e sorri. — Raniero ficou olhando os dedos
que tremiam. — Minhas mãos começam a tremer como agora, e eu puxei a
estaca de sua carne e pressiono os dedos na ferida, dizendo-lhe para fechar os
olhos. Que ele está seguro, e lamento que minha mão escorregasse. — Ele
ergueu os olhos novamente para encontrar o meu novamente. — Mas nós dois
sabemos que o que eu fiz não foi um erro.
Eu entendi tudo o que se passara entre Raniero e Lucius naquele dia. A
estranha mistura de raiva e ciúme e fraternidade que levou a esse momento.
Mas havia algo importante que eu não recebi. — Porque Claudiu não foi
punido por incitar você a fazer isso? Ele usou você como uma arma. Eu não sei
muito sobre as nossas leis, mas deve ser traição.
Raniero encolheu os ombros. — Lucius e eu não falamos mais sobre o
incidente, e logo fui despachado como assassino, e não até muito mais tarde que
nós mesmos mencionamos o que quase ocorreu e nunca diretamente.
— Eu vejo.
Mas Raniero não estava completamente realizado confessando, ele
passou a mão pelo cabelo novamente. — Eu acho que você não vê a parte mais
terrível da história Antanasia. Ninguém faz, porque eu nunca confidenciei
antes.
Eu tenho arrepios novamente, porque ele falou muito estranhamente. No
entanto, eu nunca havia confiado nele mais do que quando ele me mostrou seus
olhos cheios de auto-recriminação e admitiu: — Enquanto me preparo para
destruir o seu marido, há uma parte de mim que não age por raiva infantil, mas
229
com um desejo verdadeiro, uma fome poderosa de tirar tudo o que ele tem e
fazer meu próprio.
Raniero e eu nos encaramos através de sua estaca sangrenta, a confissão
pendurada entre nós. O vampiro que uma vez jurou que não precisava de nada
realmente queria tudo. O poder de Lucius e a sua vida.
Eu deixei dissipar então lhe disse: — Está ficando tarde. Entrega-me a
estaca.
230
Sentei-me na cama de Ronnie para comer meu Haagen—Dazs23 de
baunilha e pensei sobre Jess, Raniero, Ylenia e Lucius, e toda a bagunça, que
estávamos todos dentro.
— Conexões Min— disse a eu mesma. Meu professor de Pensamento
Crítico sempre disse que ninguém pode memorizar coisas, mas uma pessoa
inteligente faz conexões. — Ligue os pontos.
Um vampiro morto no hall de entrada. Sangue em uma estaca. Raniero
ser tratado como um assustador Rock Star e esculpindo armas. A forma que
Ylenia estava quando falou sobre os dois rapazes e Jess. Sem mencionar a foto
na internet que mostrou Ylenia em alguma festa vampírica... Com Ronnie.
E a minha melhor amiga, que era a pessoa mais sã que eu conhecia, está
tendo alucinações no momento mais importante no seu navio-princesa.
— Oh meu Deus — Eu dei outra mordida no sorvete e desci o recipiente
para baixo na mesa de cabeceira, com raiva de mim mesma. — Eu não sou
inteligente o suficiente para colocar tudo isso junto.
Desistindo, caí para trás na cama que cheirava tão bem como Ronnie e
como incenso também, do tipo que ele sempre queimava quando meditava. A
pequena coisa de mármore que ele usa para segurar os cones de incenso estava
ao lado do meu sorvete, e eu rolei para olhar na tigela. As cinzas pareciam
velhas e frias e não cheiravam muito, como se não estivesse em êxtase em
poucos dias.
A primeira vez que eu cheirei incenso, analisei o caso, porque eu pensei
que ele estava fumando maconha. Mas ele não faz isso. Isso era os caras
23 Marca de sorvete .
231
estúpidos com quem ele saia que foram sempre ficando altos com qualquer
coisa que tenham em suas mãos, desde xarope para tosse, para cactos e as
pequenas bolsas de ervas que compram na esquina.
— Não deixe que isso lhe incomode — Raniero disse, quando o cara
chamado Dirk teve uma honesta— até — Deus má e apavorante viagem e pirei.
— São para induzir visões, parte de muitas religiões, muitas culturas, e não
para nos condenar. Viva e deixe viver, sim? Este é apenas um lugar para eu
dormir e estar perto de você.
Debrucei-me sobre o colchão e verifiquei a pilha de estacas de novo. Eu
imaginei — viva e deixe viver— não era a filosofia neste castelo. Nem mesmo
para Ronnie, que teria alguma explicação a dar... Se ele voltasse.
Desabei, e mesmo estando assustada e louca e tinha um coração partido
também, depois de um tempo eu tenho sono, e logo antes de eu cochilar pensei
que ou vou ter sonhos incríveis, porque eu podia sentir o cheiro da praia – o
cheiro de Ronnie — em seu travesseiro, ou ia ter pesadelos por comer sorvete
direto, antes de ir para a cama com um monte de estacas ao meu redor.
E logo depois, quando meus olhos foram fechando, eu finalmente senti o
menor inicio de uma conexão moldar-se em meu cérebro. Era uma conexão de
louco, mas eu estava em um lugar completamente para vampiros, exausta,
quem cota Gandhi esculpindo estacas e a menina sã que teve um mundo de
visões, e eu meio que deixada sozinha a brilhar com o incenso de Raniero, para
ver se ele poderia simplesmente pegar fogo na minha cabeça.
232
Raniero envolveu sua mão na minha, guiando meus dedos como Lucius
tinha feito quando tinha me mostrado o trinco atrás do espelho no camarim.
Mas enquanto o guerreiro que eu amava havia me oferecido uma rota de
fuga, o pacifista estava tentando me mostrar como lutar.
— Isso ainda não parece certo — Me afastei do seu alcance e coloquei
outra estaca rejeitando-o. — Você tem certeza que eu não deveria tentar a de
Lucius?
— Não. — O aperto de Raniero tinha sido suave, mas o tom era firme. —
A estaca de Lucius é grande demais para sua mão. Eu esculpi essas para você.
Elas são as melhores talvez das 50 que criei. — Ele levantou provavelmente a
decima estaca da caixa. — Tente esta.
Eu aceitei outro pedaço de madeira afiada e envolvi meus dedos em
torno dela, já balançando a cabeça.
—Sinto muito. Apenas não parece
certo.
— Antanasia.
Ergui os olhos para encontrar Raniero franzindo a testa. — Sim?
— É a arma que parece errada em sua mão ou em sua mente? Sua
consciência? Porque você não pode rejeitá-las tão rapidamente.
Parei com a estaca em minhas mãos. Ele estava certo. Eu estava sendo
melindrosa novamente, apesar das minhas promessas de não me encolher. —
Eu vou tentar de novo — disse mais resolutamente. — E me esforçar mais.
233
— Bom. — Seu tom suavizou enquanto ele pegava mais uma estaca da
caixa. — Você deve levar seu tempo para entender a arma. Você aperta com
muita força, e não permita sentir contra seus dedos. Não tenha medo de deixa-
la descansar na palma da mão e encontrar seu próprio lugar.
Era estranho como ele trouxe esse toque filosófico até mesmo nesse
cenário de lição.
Eu vi quando ele jogou a estaca na mão, permitindo que ela caísse
naturalmente na palma da mão, apertando e reapertando os dedos entorno
dela, mas com cuidado. Havia uma expressão de concentração em seu rosto,
mas era óbvio que ele estava muito familiarizado com o movimento também. —
Aqui! — Ele descobriu o que estava procurando. — Esta é a maneira de segurar
um presente.
— Como? — Eu ainda não entendi. A estaca parecia perfeitamente lisa,
uniforme em toda a volta. Como poderia haver um lugar certo para aperta-la?
Raniero abriu a palma da mão e inclinou-se, nossas cabeças quase se
tocando. — Está vendo isso? — Ele tirou o dedo indicador para baixo, a
madeira perto do seu polegar. — Há um sulco leve e um entalhe.
— Sim. — Eu vi. Uma varredura côncava muito sutil, que terminou em
uma saliência leve, que era apenas o suficiente para delinear a lamina do
punho.
— Isso é para...
— Manter os dedos escorregando, sim, quando a arma encontra a carne.
— Antes que eu pudesse começar de novo, me recuso a ficar enjoada, ele
acrescentou — Aqui. — E sem parecer movimentar os dedos, ele girou a estaca,
então a parte mais larga diante de mim confrontou o ponto do seu corpo. Ele
me recordou dos pistoleiros do Velho Oeste que giram suas armas e em seguida
disparam seis rodadas com precisão mortal. — Você tenta, sim?
Sentindo-me ainda mais como uma novata, depois de ver isso, eu
cuidadosamente tirei a estaca da palma da sua mão, usando o polegar e o
indicador.
234
Ele tirou de volta.
Minha cabeça ergueu-se. — O que?
Raniero estendeu a arma novamente. — Pegue como se gostasse
princesa.
Foi provavelmente errado ele insultar um soberano, mas eu perguntei-
lhe como me ensinar, e eu entendi o que ele estava fazendo. Eu não era como a
Cinderela, tentando aprender a segurar uma xicara de chá sem quebrar a louça.
Eu era uma princesa vampira e precisava de habilidades diferentes.
Ele estendeu a mão, a espera, e eu assenti. — Ok. — Então eu pressionei
minha mão contra a sua e apertei a estaca com minha mão inteira, sem hesitar,
com confiança e para minha surpresa, caiu no lugar como se realmente fosse
feita para os meus dedos.
Raniero viu a expressão em meu rosto, e pela primeira vez desde que eu
tinha me unido a ele na sala, ele sorriu com genuíno prazer. — Isso é bom. Você
fez bem. — Em seguida ele travou, como se não achasse que deveria sorrir
sobre a competência de alguém com uma estaca. — Eu acho que é o suficiente
para uma noite, sim?
— Sim. Está ficando tarde.
— Eu vou voltar com você através dos túneis, está correto você querer
trabalhar em segredo. Surpresa é uma arma excelente também. É bom quando
seus inimigos a subestimam e você ainda não sabe quem são eles, sim? É
melhor manter todos satisfeitos.
Ele era cheio de surpresas e segredos também. Eu sabia a maioria até
então, mas eu tinha certeza que ele tinha muitos outros truques na manga. Ele
não tinha desenhado o mapa das passagens de uma memoria distante – e tinha
omitido provavelmente algo muito importante. Quando chegamos à porta, o
detive com uma mão no braço. — Raniero... Você já viu Lucius, não é?
Ele hesitou, em seguida admitiu. — Eu o observo às vezes. Eu acho que
não é quebrar suas amadas leis se eu não fizer nada mais do que observar das
235
sombras enquanto seu guarda dorme sob a influência do vinho que eu envio
para ele todas as noites.
Apertei o braço de Raniero, e embora eu estivesse ficando melhor com a
emissão de ordens, eu ouvi um toque de suplica na minha voz quando disse: —
Leve-me para vê-lo também.
Os olhos de Raniero ficaram perturbados, como se ele estivesse indo se
opor, mas ele era meu assunto. — Claro. Você é a princesa, sim?
Meu coração começou a bombear duramente de novo, segui Raniero
dentro dos túneis, pelas passagens que ele não tinha marcado para mim, e que
crescia abafador e rançoso, até que eu senti como se estivesse sufocando.
Parecia que andávamos para sempre, como se realmente nos
dirigíssemos para o coração da montanha, ou talvez ao inferno antes de
finalmente Raniero abrir uma porta pequena e secreta que tinha que ser a mais
baixa do castelo, e eu sai após ele, chorando baixinho. — Lucius.
Raniero agarrou meu braço, impedindo-me de correr para a cela onde
meu marido estava deitado em uma prancha de madeira, entendi porque ele
tinha sido relutante em me trazer lá.
236
Quando parei de puxar contra Raniero, ele me soltou e recuou, como se
ele estivesse me dando um momento a sós com meu marido, mesmo que não
pudesse tocá-lo, e que estava quebrando meu coração através do calabouço
sujo.
Lucius estava em seu lado na cama de madeira, sem sequer um
travesseiro, e sua mão esquerda arrastando no chão, do jeito que às vezes
pendurava para fora da cama quando dormimos juntos. Ele sempre parecia
estar procurando algo, como ele era ambicioso, mesmo em sonhos.
Seu cabelo negro brilhava com a luz do único candeeiro que fazia pouco
para iluminar sua cela, porque a Vladescus não queria eletricistas bisbilhotando
em seus calabouços e embora tivesse sido preso por cerca de nove dias, pensei
que seu cabelo já parecia mais longo. Isso me lembrou de como ele foi
fisicamente deslocado para o papel de um guerreiro a primeira vez que eu vim
para a Romênia. Ele tinha usado o cabelo comprido, negligentemente amarrado
para trás, quando ele declarou guerra a minha família.
Mas ele parecia tão poderoso. Ele ainda parecia poderoso, mas também
como se ele estivesse lutando pela sobrevivência. Uma parte de mim preparou-
se para o pior, mas devo ter secretamente esperado encontrar o indomável de
Lucius Valdescu alerta, talvez até mesmo brincando com sua guarda. Não como
este...
Atrevi-me a dar alguns passos a frente, a necessidade de ver seu rosto
melhor, e embora eu não queira acordar o guarda, que estava roncando em sua
237
própria cadeira de madeira dura ao lado de uma garrafa vazia, falei seu nome
baixinho mais uma vez, ouvi o desespero em minha voz: — Oh Lucius...
Eu tinha o visto dormir várias vezes. Eu gostava de ver Lucius dormir,
porque essa era a única vez que eu poderia estudá-lo sem ficar distraída com
seus olhos em constante mudança ou provocando por sonhar acordada com ele.
— Você acha seu marido bonitão, não é? — Meu príncipe
maravilhosamente arrogante gostava de brincar, quando ele me pegou
boquiaberta nas arquibancadas da escola como se fosse Mindy. — Eu não tenho
ideia porque você demorou tanto para me amar como eu te amei mesmo nas
suas piores camisetas temáticas de cavalo.
Quase rompi um sorriso, mas ele morreu em meus lábios enquanto eu
observava Lucius estendido sobre a placa rígida. Mesmo em nosso colchão
macio ele era um dorminhoco inquieto, mas naquela noite ele não se moveu.
Será que ele entra nesse lugar de sonhos terríveis que impulsiona os
vampiros a loucura? Dei mais um passo a frente, o pensamento, a regra do
parafuso direito. Vou para ele.
Mas antes que eu possa correr, Raniero pisou atrás de mim e pegou meu
braço novamente. — Não Antanasia — ele ordenou-me em silêncio. — É hora
de ir agora.
Eu olhei minha escolta impotente e quase protestei. Mas eu sabia que ele
estava certo. Lucius queria que tudo acontecesse de acordo com a lei. E ele não
gostaria de me ver estragando seu grande projeto por impulso. Será que iria
desejar que o guarda acordasse e dissesse para Flaviu e os outros: —A mulher
vem para vê-lo.—O que deixaria todos se perguntando que outras leis maiores
se ignorou quando se adequava aos nossos propósitos.
Virei-me novamente para Lucius, esperando que ele se movesse, mas ele
não o fez.
— Vem. — Raniero manteve sua mão em meu braço e nos levou de volta
para os túneis, ainda me olhando por cima do ombro para o marido que eu
estava tão desesperada para falar e tocar.
238
Continuei olhando para ele até Raniero me alcançar e nos selar no
corredor negro e estreito que era tão obviamente familiar para ele como a
sensação de uma estaca na mão.
— Será que ele nunca se move? — Eu perguntei. As palavras presas em
minha garganta. — Nunca?
— Ele faz — Raniero confirma, e a arremetida de alívio que senti quase
me fez gritar de uma forma diferente. — Ele ainda fala, mesmo. Mas você vê
que ele está ficando muito fraco.
Começamos a caminhar na escuridão, mas depois cerca de cinquenta pés
cheguei a Raniero e o parei novamente. Senti e ouvi virar.
— Si? Sim?
—Vou reunir os Anciões e definir uma data para o julgamento— eu
disse. — Vou fazer isso amanha.
Raniero pausou e disse: — Ainda é arriscado. Ainda não há provas para
exonerá-lo.
Eu sabia disso. Mas eu também admiti para mim mesma que eu tinha
sido egoísta em jogar pelo seguro. Eu sabia o tempo todo que Lucius prefere ser
completamente destruído a desaparecer em uma cela, entrando em um
submundo que não era nem morte nem vida. Ele nunca iria querer existir pela
metade, e escolheria a cripta ao invés de um destino que ele diminuiu ou
deixou-me para cuidar de uma casca do seu antigo eu.
Eu não podia deixar meus medos ditar sua existência. Ou a minha
existência, para esse efeito.
— Então é melhor encontrar alguma evidência— disse. — E rápido.
A passagem estava escura, mas até mesmo a profunda escuridão não foi
suficiente para esconder os dentes incrivelmente brancos de um vampiro
quando ele sorriu com aprovação. Eu sabia que Raniero nunca tinha tido a seria
intenção de me desencorajar de ver Lucius. Talvez ele mesmo tenha planejado
me levar até lá o tempo todo, quando ele julgou que era o momento certo.
239
R,
Obrigado por remover Antanasia antes que ela pudesse se aproximar de mim.
(Você não vai se surpreender ao saber que eu tenho tido conhecimento de sua presença
frequente nas sombras também).
Foi preciso todo o meu autocontrole para não deslocar o rato que agora dorme
sempre enrolado no meu pé, levantar e chamar para ela chegar mais perto para que eu
possa ver seu rosto de forma mais clara, toca-la através das grades.
É estranho como o amor é uma fonte de poder, pode estimular o desejo de lutar
até a morte, ou lutar por algo que parece ser a morte por tempo suficiente para escrever
uma nota de fraqueza, mas também coerência. Eu quase abandono tudo sobre o que eu
pretendo basear meu reino, para não mencionar o meu melhor (só) A defesa, apenas para
compartilhar alguns momentos com ela.
E agora eu não posso pensar, a não ser para lembrar seu rosto.
L.
Não estou enganado e sonhando, estou? Ela estava lá, correto?
240
Eu dormi a noite toda no quarto de Raniero. Era luz quando eu acordei e
descobri que ele nunca voltou. Eu tinha certeza que estava sozinha.
Então eu virei e vi que estava errada.
Raniero não estava apenas no quarto, ele estava na cama. Sentado ao
meu lado sem mover um músculo. Apenas me observando.
Esfreguei os olhos para vê-lo melhor.
Bem, eu estava meio certa. O Raniero que eu conhecia não tinha voltado.
E o cara que estava sentado lá, tinha conquistado todas as estacas e vestia
as roupas de Lukeyś, camisetas cinzas que custam pelo menos duas centenas
de dólares porque eu podia sentir o cheiro da etiqueta Prada. Eu deveria ter
perguntado ao cara um milhão de perguntas. Tipo, o que você fez com o meu
ex-namorado?
Onde você o prendeu dentro desse vampiro com olhos frios e roupas
quentes?
E porque Ylenia Dragomir disse que vocês eram maus?
E ele provavelmente tem um milhão de perguntas para mim também,
como: Porque você está aqui depois que me empurrar por meses? Porque você
está na minha cama, depois que eu finalmente concordei em deixa-la sozinha?
Nós provavelmente deveríamos ter uma conversa que terminará em uma
grande luta e uma torrente de lágrimas, porque era como se houvesse uma
bomba de tempo sentado entre nós.
Mas isso era Raniero e eu, e justo antes que a bomba explodisse, peguei
um pequeno vislumbre do velho Ronnie – o que eu costumava amar – nesses
241
incríveis olhos cinzentos, e que explodiu de uma forma diferente quando se
moveu mais próximo a mim e eu coloquei minhas mãos em seu rosto, sua
estupida barba desgrenhada e sua boca pressionando contra a minha como se
estivesse passando fome, de mim, como eu dele.
Nos beijamos por um longo, longo tempo, e foi como se dissesse um
milhão de coisas diferentes um do outro que nós não poderíamos dizer em
palavras, como eu sinto muito e eu sou louca por você e isso é tão errado e
nunca vamos parar e talvez tivesse desaparecido para sempre se eu não tivesse
mudado tudo, sussurrando em seu ouvido uma coisa que eu pensei que nunca
diria, que quando usou seus incríveis e sensuais dentes para me assustar,
começaram a escovar contra a minha garganta, novamente e novamente.
— Morda-me Raniero — eu implorei a ele. — Morda-me e fique comigo
para sempre.
242
Ele se afastou, e eu estava tão feliz que o velho Raniero ainda estava
comigo. O doce. Eu não tinha certeza se eu gostei do novo, mesmo que ele se
vestisse melhor e assumiu o comando das coisas. — Você sabe, não é? — ele
disse muito tranquilo. — Você já deve ter adivinhado uma das piores coisas que
fiz. Igualdade de quase destruição na minha cultura.
Eu estava começando a imaginar que Raniero Vladescu Lovatu tinha
feito um monte de coisas ruins em sua vida. Coisas que eu provavelmente não
quero saber.
Mas eu tinha ouvido falar sobre ele e Ylenia e vi o jeito que ela olhou
para ele e ele não olhou para ela. E eu tinha visto essa foto no Enquirer romeno
com a manchete gritante que era como tanta coisa na Europa, impresso em duas
línguas: — Partidul Vampir Expus! Partido Vampiro Exposto!— E onde ela
estava segurando sua mão...
— Sim, eu acho que sei.
Ele acariciou minha bochecha, e eu queria empurra-lo longe, mas eu não
podia.
— Sinto muito — ele disse. — De todos os atos pelos quais me
desprezam, é aquela que faz com que eu talvez sinta remorso.
Eu acreditei nele. Ele parecia há um milhão de milhas no passado triste.
O que não torna mais fácil perguntar. — Então porque você a mordeu? — Eu
parecia muito triste também. Como se eu fosse chorar. — Por quê?
Raniero rolou de costas e olhou para o teto, como se não pudesse dizer
na minha cara. Eu não tinha certeza se queria olhar para ele de qualquer forma.
243
Havia uma boa chance de eu ter que odiá-lo em breve.
— Isso aconteceu no congresso de vampiros quando tudo desmoronou—
ele disse. — Eu sou como um vampiro com raiva, então. Tenho estado na
estrada por muitos meses, fazendo coisas terríveis, e quando eu volto para a
Romênia, Lucius é o único vampiro que me cumprimenta com calor. Meus
próprios pais, que me doaram anos antes, olham para seu filho, o assassino,
com algo parecido com medo em seus olhos, eu não sou mais um filho, mesmo
amargo, mas poderosa riqueza e privilégio, eu sou um pária que perdeu tudo,
um amigo a quem não merece.
Havia tanta coisa errada no que ele estava dizendo. Como... Ele era um
assassino? Eu precisava dele para explicar isso, e esperava que ele estivesse
usando o inglês errado, como ele faz o tempo todo. Mas eu não fazia perguntas
ainda. Eu queria ouvir o resto da primeira história. A parte que pode me matar.
— Estou sozinho na maior parte do tempo, observando os tios quem eu
desprezo, sorridentes e traçando o mal para o próximo ano, e a escuridão de
Ylenia se aproxima de mim. Eu sei logo de cara que ela é uma Dragomir, e
estou satisfeito de duas maneiras. Uma parte pequena e triste de mim está feliz
que alguém que não seja Lucius ainda fale comigo, mais para evitar o vampiro
que um dia poderá destruí-lo. — Ele finalmente virou a cabeça para olhar para
mim. — Eu sei que vai horrorizar meus tios me ver com uma garota Dragomir,
eu fui criado para odiar a todos os Dragomir.
Quando eu vi seus olhos tristes, eu não podia odiá-lo. Ainda não. — Sim?
E...?
— Nós conversamos, e ela sugeriu que compartilhássemos algo para
beber. — Ele acrescentou rapidamente — Apenas para compartilhar sangue no
caminho, muitos jovens vampiros fazem. Beber das lojas nas caves. E ela é
muito doce. Parece entender que não sou feliz e se oferece para encontrar algo
para nós também, embora a propriedade seja minha casa. — Sua mandíbula se
contraiu de uma forma que eu nunca tinha visto antes. — Ou era onde eu vivia
uma vez. Nunca uma casa.
244
Essa pequena chama pisca no meu cérebro novamente. — Então: Ylenia
tem um pouco de sangue... E você bebeu?
— Si, e andamos para falar em particular. — Ele deve ter pensado melhor
no que dizer, poupando-me dos detalhes sangrentos, talvez porque ele me
pediu para dar um passeio como esse também uma vez. De qualquer maneira,
ele pulou para: — Eu não tinha intenção de beber dela Mindy Sue. Nunca... Mas
ela me pediu mais uma vez, e é quando tudo muda e eu perco a moderação...
Ele se sentou e cobriu o rosto com as mãos, e eu me sentei também para
que pudesse ouvir quando ele disse muito rápido, como se tivesse que tira-lo —
Com toda a raiva dentro de mim, saí correndo e afundei meus dentes dentro
dela, eu já me sentia estranho... Mas torna-se molto peggio – muito pior.
— Ronnie?— Eu meio que engasguei com as palavras. — Você nunca –
nunca pensou seriamente em estar com ela para sempre? Porque é isso que
deveria acontecer, bem, se você morder uma menina?
Ele manteve a cabeça baixa. — Eu não tive a chance de considerar isso.
Naquela mesma noite, logo depois de eu provar seu sangue, eu destruí um
vampiro sem nenhuma razão, e eu estou marcado na minha mão para a
destruição, uma marca que ninguém levou por muito tempo, não há nenhuma
chance de sequer falar com ela novamente e não poderia haver futuro para ela
com um vampiro condenado, independentemente, é um erro que é melhor
esquecer.
Ele havia perdido metade de mim com isso, mas eu tinha certeza que não
tinha ouvido o pior de sua maldade derramando-se dele em um jorro, pressa
confusa.
Ele tinha mordido Ylenia, como eu tinha pensado, e feito um monte de
outras coisas terríveis também. Coisas que ninguém poderia perdoar.
— Mostre-me a marca — eu disse realmente suave. Peguei a mão dele
com todas as tatuagens e ele levantou a cabeça, e vi que ele tinha chorado.
Somente um pouco. Assim tipo, uma lágrima escorrendo pelo rosto.
245
Tudo o que eu sempre quis foi um cara duro, mas eu nunca o amei tanto
quanto eu o amava quando ele chorava. Mesmo que eu o odiasse também. Eu
tive que odiá-lo, não era para morder Ylenia, mas para manter tanta coisa de
mim. Como o fato de que ele era um assassino, e me parecia que condenado.
— É o Cyrilllic b — Ele traçou com um dedo branco. — Ele diz a outro
Vampiro que sou perigoso e que serei destruído se cometer outro ato de
violência, e é por isso que eu não posso lutar, mesmo por você, porque eu temo
que vá perder o controle novamente e custará mais vidas.
Eu encontrei a marca e me mantive segurando sua mão e inclinando-me
contra ele, sentindo seu corpo rígido que era tão suave e arrebentado por
dentro.
É por isso que ele não quer vir aqui. E porque ele não deve esculpir
estacas.
Mas ele veio por mim, Lucius e Jess...
— Eu tenho guardado tanto de você Mindy Sue. — Ele parecia triste por
isso também. — Eu tento acreditar que o antigo Raniero não existe e você não
precisa conhecê-lo, mas eu menti para nós dois. Sepultando a mentira na
filosofia, mesmo, que somente questões atuais.
Mesmo que eu acredite nele, nós dois sabemos que ele tinha mantido
muito de mim, então eu não disse nada. Nós apenas nos encostamos às mãos
uma na outra, e eu tentei me manter sem chorar, soprando aquela pequena
chama que foi acender um cigarro no meu cérebro. Que pouca conexão.
Ylenia Dragomir, super ciumenta o único membro da panelinha dos
chapados - perdedores do colégio interno - Jess sutando. Raniero sendo estra
perverso...
Eu não sabia nada ao certo, mas eu apertei sua mão e perguntei, com um
pouquinho de esperança no seu futuro, mesmo que seu passado foi horrível e
nosso presente feito. — E se o Raniero perverso realmente nunca existiu? E se
alguém, tipo, o criou?
246
— Melinda Sue, eu não acho que Ylenia Dragomir representa qualquer
tipo de ameaça para Antanasia ou qualquer outra pessoa — Raniero disse. Ele
se levantou da cama e começou a puxar a camiseta cinza que tinha saído
enquanto nós estávamos nos beijando, então ele começou a parecer o novo
Raniero outra vez. Sua cabeça apareceu pelo meio, em seguida os braços que eu
quase podia sentir em volta de mim ainda e não faria novamente. — Ela é
tímida por natureza e doce.
— Ela era atrevida o suficiente para chegar a um assassino em uma festa
— lembrei-o.
— Ela sentiu pena de mim Mindy Sue. E ela tinha medo de mim, mas sua
pena superou o medo. Lembro-me de como ela se aproximou, como um pássaro
nervoso se aproxima de um leão ferido!
Eu não sabia o porquê de um pássaro se aproximar de um leão ferido. —
E então ela lhe pediu para fazer dela uma vampira completa. Isso é muito
valente!
Ainda doía muito dizer isso, a imagem da prima de Jess com o cara que
estava sentado na cama de novo para colocar o tênis Euro legal que tinha vindo
de Lucius. Ele deveria ser todo meu, mas nunca faria isso agora. Isso foi tanto
sua culpa como minha.
— Foi uma noite estranha Melinda, e eu acredito que ela estava se
prejudicando também. — Ele puxou os cadarços. — Ela era como eu naquela
noite. Sozinha. Eu acho que ela sempre foi uma garota solitária. Eu a vi no
247
Athenaeum e ela sempre observava Lucius e me deu um aceno de longe de
volta – e ela sempre está sozinha.
Meus olhos arregalam. — Você se lembra dela? Porque ela com certeza se
lembra de você estar lá.
Ronnie deu de ombros e começou a amarrar o outro sapato. — Eu sou
um assassino treinado para prestar atenção a um príncipe Melinda Sue. Noto
todos. Especialmente aqueles que observam Lucius e eu no meio da multidão.
— Ele sentou-se novamente. — Eu acho bom você querer ajudar Antanasia, mas
o que nos tratamos aqui não tem nada a ver com uma estudante infeliz. É uma
tentativa de derrubar o governo e destruir o príncipe. — Sua voz ficou
silênciosa. — O que está acontecendo é quase certamente trabalho de Flaviu
Vladescu. É apenas uma questão de prendê-lo.
Eu engatinhei até a beira da cama e sentei ao lado dele. Eu
provavelmente não deveria toca-lo, mas eu levei a mão novamente. — Ronnie,
você pensa como... Realeza, e você sabe sobre conspirações para derrubar
príncipes. Mas eu sei sobre mágoa, ciúmes de meninas do ensino médio, e estou
dizendo a você que, mesmo que ela não matou abertamente seu tio Claude,
Ylenia está nessa confusão de alguma forma. E se você quer ajudar Jess e
Lucius, você vai começar a ter um olhar mais atento sobre ela.
Eu poderia dizer que ele ainda não comprou o que eu estava dizendo,
mas ele me olhou nos olhos. — Você realmente acredita nisso?
— Eu acredito. Eu acho que ela tem todos os tipos de segredos e raiva
engarrafados dentro do seu pequeno corpo, e se ela nunca os derramou, ela vai
soprar para fora.
— E como você sugere que eu exponha esses segredos? — ele perguntou.
— Porque eu não acho provável que ela me diga qualquer coisa. Não depois do
que eu fiz para ela.
Eu não queria dizer isso, mas eu tinha que fazer. E eu e Ronnie
acabamos. Não importava o que ele fazia com outra garota —Talvez — eu
248
disse. — Talvez você devesse apenas... Conhecê-la melhor. Peça-lhe para fazer
alguma coisa...
Sua sobrancelha arqueou para cima. — Você está dizendo... Perguntar
para Ylenia Dragomir em um encontro?
Não, eu não queria dizer isso. Mas eu assenti. — Yeah. Mais ou menos.
Ele sacudiu sua cabeça, duro, e puxou sua mão longe. — Mindy Sue, já a
prejudiquei. Eu não posso brincar com ela como um brinquedo. — Ele olhou
para as estacas que não estávamos falando. — Especialmente quando estou
condenado. Especialmente quando eu não acredito que ela tenha feito nada pior
do que estar sozinha!
— Olha Raniero... — Eu meio que engasguei em minhas próprias
palavras, porque de repente eu soube que estava dizendo algo completamente
diferente da minha ideia original, mas provavelmente verdadeira, também. —
Mesmo se você não acreditar que ela é assustadora como eu, especialmente se
você não acreditar que talvez, apenas para fazer a coisa certa você deveria, pelo
menos pedir desculpas e deixa-la decidir se ela quer alguma coisa a ver com
você. — Eu não conseguia olhar para ele mais. — Talvez dada à importância
do que vocês fizeram juntos é... Talvez, apenas talvez, vocês devem isso um ao
outro, pelo menos falar.
— Mindy Sue... — ele parecia chocado com o que eu estava dizendo.
Era porque eu estava realmente empurrando-o para longe? Não gosto de
quando eu costumava romper com ele, esperando que ele voltasse, ou mesmo
dizendo para ele ficar com outras garotas, então ele poderia cair em seus
esquemas malignos, mas honestamente, sugerindo isso, ele não acreditava que
Ylenia foi uma puta conivente, ele provavelmente lhe devia algo. Talvez uma
chance de estar juntos.
De repente, não era somente um plano para ajudar Jess que estávamos
falando.
Foi à eternidade. Para sempre.
249
— Você realmente acredita que eu faço a coisa errada por nunca ter
trazido a tona esta noite terrível de novo? — ele perguntou. Sua voz muito
baixa. —Que eu estou errado em manter distância entre mim e Ylenia e dar-lhe
liberdade de mim?
Eu continuei olhando para o chão. — Yeah. Provavelmente. — Senti as
lágrimas partindo dos meus olhos, mas eu me fiz olhar para ele. — Se você me
mordesse assim, eu pelo menos iria querer que você tentasse me conhecer. Para
nos dar uma oportunidade e não torna-lo como a pior noite do mundo.
Ele sacudiu a cabeça. — Não há oportunidade. Sem futuro.
Especialmente nesse lugar.
— Se você realmente acha que ela é inocente e doce — eu disse
novamente, — então você tem que dar uma chance de decidir isso também.
Os olhos de Raniero passaram por um milhão de mudanças. Eu não
poderia mesmo dizer o que ele estava pensando, mas de repente ele parecia
compor em sua cabeça, e ele disse: — Se isto é o que você acredita ser o certo,
por qualquer razão que está em seu coração, então vou fazer o que pediu, eu
vou pelo menos falar com ela, e ver se ela tem qualquer desejo em assumir o
erro que nos faz arrastarmos mais juntos ainda.
Ele se levantou e caminhou até a porta, chutando através da serragem.
Eu não poderia dizer se ele estava bravo comigo, ou com raiva de si mesmo, ou
com raiva de tudo. Ele só parecia... Frio. Totalmente desligado.
— Aonde você vai?
— Estamos indo ao seu quarto — ele disse. — É hora de que o começo
dessa transformação chegue a sua conclusão. Não há como voltar atrás agora.
Segui-o porta afora, e foi um longo, longo tempo antes que eu percebesse
que eu nunca perguntei a ele sobre as estacas no chão, apesar de eu quase
tropeçar nelas de novo, por causa das lágrimas em meus olhos.
250
— VA MULTUMESC 24— Tirei os fones de ouvido e empurrei de lado
minha pasta de trabalho e ipod, que eu tinha carregado com Fluent in Five, para
fazer o quarto da vaidade para a bandeja do servo realizado. — Va rog. Sticla.
Masa. — Sei apenas algumas palavras, ”por favor”,“garrafa”, “mesa”, mas eu
também fiz alguns gestos, portanto ela entendeu e colocou a taça de prata
pequena com sangue onde eu queria.
— Multumesc Va. — Lucius não poderia agradecer duas vezes como eu,
mas eu estava ficando definitivamente melhor sobre dar direção. O servo usava
uma ferramenta de estanho manchada como um saca rolhas antigo, para abrir a
garrafa, mas antes que ela pudesse despejar, eu a despedi com — Esti Demis.
Curvando-se silênciosamente, ela saiu da sala e eu assumi, despejando
uma dose liberal do sangue que eu tinha pedido. Eu ainda não queria fazer isso,
mas eu precisava estar forte para a reunião que eu tinha convocado naquela
tarde. Eu levantei o copo, cheirei o conteúdo. O liquido espesso não era tão
pungente como o sangue que Dorin tinha trazido para mim, e eu podia sentir o
cheiro da mistura de ervas que foram utilizadas, juntamente com a rolha
apertada para manter a coagulação na garrafa. Mas enquanto esse sangue não
era ofensivo ao meu nariz, não tem o cheiro inebriante e delicioso de Lucius, ou
seja, eu não bebi imediatamente. Fiquei um pouco aliviada quando alguém
bateu na porta para que eu pudesse conseguir o copo para baixo.
— Entre . Intra!
24 Obrigado
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— Antanasia, você está linda. — Dorin entrou no quarto e fechou a porta.
— Muito majestosa!
Eu fiquei reta no terno escuro, como se tivesse encolhido. — Obrigada.
Eu quero olhar como está o negocio.
— Você faz, você faz! — Ele franziu a testa. — Mas porque você está
convocando os Anciões? A propriedade inteira está cheia de curiosidade. — Ele
torce suas mãos. — Há alguma notícia? Você já descobriu alguma coisa sobre
Claudiu?
Eu queria dizer ao meu tio tudo, mas a palavra de Raniero sobre a
surpresa ser uma arma me segurou, assim como sua mão tinha feito no
calabouço. Não era que eu precisava surpreender meu próprio tio, mas ele tem
dificuldades em manter segredos. — Eu só acho que é hora de avançar — eu
disse vagamente. — E mostrar que eu estou no comando.
— Bem, suponho que isso é bom. — Dorin atravessou a sala para se
juntar a mim e franziu a testa novamente quando viu a garrafa na minha
vaidade. — Mas o que é isso?
Notei que ele carregava um saco enfiado na dobra do braço, e ele o abriu
e tirou sua própria garrafa. Uma que era verde escura e marcada com a mão
Franta 1977. Ele se inclinou para olhar de perto o sangue que eu ordenei que
também foi marcado, Romênia 1872, então endireitou-se e sacudiu a cabeça. —
Não Antanasia. Eu trouxe algo melhor. Sangue romeno a partir desse momento
é lendariamente ruim. — Ele começou a mover o copo para longe, mas eu parei
sua mão, e fiquei surpresa ao descobrir que, mesmo lidando apenas comigo
quando Lucius não está por perto, ele estava um pouco instável.
Ele sempre treme?
— Eu vou beber isso, — eu disse. — Eu realmente não me importo com o
gosto. Mas obrigada de qualquer forma.
Mas Dorin passou a frente e abriu a garrafa com um toque de sua mão
direita ainda balançando a cabeça. — Não, não... Isso é muito melhor. — Assim
que ele arrancou a rolha eu pude sentir o cheiro forte, amargo que
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aparentemente era marcado como sangue bom, eu me encolhi com o
pensamento de bebê-lo.
Dorin parecia indiferente, ele começou a chegar em meu copo
novamente, como se estivesse indo derramar o meu safra romena. — Eu disse
há muito tempo, na Sibéria é o melhor! Fit para uma princesa!
Parei a mão novamente, de repente frustrada. Se eu sou realmente uma
princesa, porque eu não posso ter o que eu queria? — Não Dorin. Eu pedi
isso. E eu quero isso. Se eu não posso ter Lucius, eu quero um sangue que não
me faça vomitar.
Foi uma das poucas vezes que eu cheguei a tratar Dorin como qualquer
um, exceto um conselheiro, como igual, se não um superior... E o olhar
consternado, quase em pânico em seu rosto não ajudou a engolir o sangue
romeno que derramou sobre minha língua. Eu ainda queria sufocar enquanto
eu bebia, mas eu não me sintia culpada. Eu não estava traindo Lucius. Eu estava
salvando-o.
Pelo menos, eu esperava que fosse, porque a partir dessa tarde, o relógio
iria começar a marcar seu julgamento.
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Raniero e eu não falamos nada enquanto eu estava pronta para cortar seu
cabelo.
Ele pegou a pequena cadeira da minha penteadeira no meu quarto, como
uma mini versão da de Jess, ele largou abruptamente no meio do chão e tirou
sua camisa novamente, como ele sabia que ia ser muito fio de cabelo caindo.
Então ele montou a cadeira por trás e cruzou os braços bonitos e bronzeados
sobre o encosto, enquanto eu sacudi uma das grossas toalhas brancas Vladescus
e coloquei em torno dos seus ombros, sabendo que provavelmente era a ultima
vez que eu o tocaria.
Então eu pego o kit que geralmente uso para deixar Jess linda, encontrei
minha tesoura profissional de qualidade e cavei minha mão em suas ondas
grossas.
— Basta fazer o que você sempre quis Min. Dê-lhe um corte que você
sempre sonhou.
— Eu vou...
— Faça o que quiser — ele me interrompeu. — Estou certo de que será
bom, pois você tem talento par isso. E eu sei que você sempre desejou cortar
meu cabelo.
Isso era tudo o que dissemos.
Eu sempre desejei que ele tivesse o cabelo mais curto, então porque doeu
tanto quando eu fiz o primeiro corte, tirando cerca de seis centímetros, para que
seu cabelo estivesse acima das suas orelhas? Porque é tão ruim torna-lo ainda
mais bonito?
Porque você não está fazendo-o bonito Mindy. Ele era bonito para
começar.
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Eu tenho esse sentimento sufocando na minha garganta, mas eu mantive
o corte. Tirando mais e mais ondas marrons destacadas pelo sol, e era como se
eu estivesse cortando a praia que ele amava. Jogando as ondas do sol direto no
chão, então eles eram apenas... Lixo. Mais idiota serragem. Eu estava
esculpindo uma estaca. Terminando de fazer dele um assassino novamente.
Tornando-o alguém que ele não queria ser para outra garota.
Eu poderia dizer que ele era todo tenso por dentro, apesar de eu não
poder olhar em seus olhos. Eu apenas focava em seu cabelo e do jeito que eu
estava afinando-o na volta para mostrar o quão forte seu pescoço era. Ele não
poderia mais se esconder, ou fazer um rabo de cavalo...
Quando a forma básica estava no corte local apertado nas costas, um
pouco mais na frente, então o que restava de suas ondas enquadraram aqueles
olhos que eu não poderia olhar. Eu tenho minha navalha e tudo feito... Perfeito.
Perfeitamente horrível.
Eu nunca tinha cortado o cabelo de ninguém sem ser capaz de olhar em
seu rosto, mas eu não precisava vê-lo. Ele parecia mais quente do que qualquer
modelo. E foi horrível.
— Eu acho que é isso. — Eu recuei e olhei para o chão. — está feito!
Mas ele agarrou minha mão, então eu quase deixei cair a navalha. —
Não. Ainda não.
Eu finalmente olhei em seus olhos. Seus maravilhosos olhos cinzentos,
que foram ficando tão difícil novamente. Ainda mais difícil do que tinha sido
quando eu parei fora da sala de Jess e ele me empurrou. — O que mais?
— Barbeie meu rosto.
— Não... — Ele não ia perder seu cavanhaque também. E ele mesmo
poderia fazer isso se ele realmente queria. Se eu o barbeasse, eu teria que
segurar seu queixo e olhar cada centímetro do seu rosto que eu nunca tocaria de
novo também. O que eu estava ajudando a arruinar totalmente. — Eu não
quero.
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Ele segurou-me mais duro, o mais próximo que ele nunca chegou a me
machucar, tipo, de uma forma física. — Por favor. Apenas termine o que
começou.
Eu olhei para ele por aproximadamente um minuto e ele olhou de volta
até que eu desisti e puxei livre de sua mão. — Ok.
Então eu entrei no banheiro e eu não conseguia olhar para a minha
própria cara feia enquanto eu peguei um copo de água e o pequeno tubo de gel
para barbear que eu trouxe para as minhas pernas. Quando eu voltei para o
quarto, ele ainda estava sentado muito quieto, eu mergulhei meus dedos na
agua e coloquei um pouco em suas bochechas, sentindo a barba por fazer. Então
apertei um pouco de gel nos meus dedos também e acariciava todo seu rosto.
Sua pele era tão áspera e senti embaixo dos meus dedos. Eu queria toca-lo assim
durante horas.
Jogar fora o estupido creme de barbear e apenas toca-lo...
Não pude deixar de olhar para os seus olhos, para ver se ele se sentiu
assim também, mas ele fechou-os. Calou-se para mim totalmente.
Peguei minha navalha novamente. — Isso pode machucar.
Machucar-me. Machucar-nos tanto.
— Eu estou acostumado à dor — ele disse, sem abrir os olhos. — Isso não
vai ser nada.
— Ok. — Eu peguei seu queixo na mão e comecei a arrastar a navalha
pelo rosto, e meus dedos tremiam tão mal que estava apavorada que fosse lhe
cortar em pedaços. Mas de alguma forma eu fiz. Fiz linha após linha na
espuma, e em pouco tempo o cavanhaque que eu sempre odiei se foi. Ele nem
sequer se encolheu um par de vezes quando eu puxei os cortes de cabelo para a
esquerda em sua pele.
Eu recuei e olhei para o chão novamente. — Você está totalmente feito.
Pelo canto do olho eu o vi arrancar a toalha de seus ombros virar para o
lado limpo e começar a enxugar os pequenos pedaços de espuma que ainda
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estavam em seu rosto. Levantou-se enquanto fazia isso e em seguida puxou a
camisa de Lucius.
— Como estou Mindy Sue?
Eu não tive outra escolha senão finalmente, realmente olhar para ele, da
cabeça aos pés. E o que vi quase me fez chorar. Eu deveria ter sido uma artista
renascentista italiana, porque o vampiro que estava diante de mim era a
maneira mais incrível do que qualquer estatua. Seu corpo sempre foi perfeito,
mas quando ele realmente se mostrou de uma forma o quão poderoso ele era,
ele me fez chupar um grande folego. Varrido pelo vento fora de mim. Sem a
barba desgrenhada eu podia ver sua mandíbula, e mesmo que tivesse músculos.
E o cabelo curto mostrou suas maças do rosto e os ombros e os olhos...
Seus olhos.
— Oh Raniero! — Eu meio que engasguei com admiração e chorei ao
mesmo tempo.
— É bom, sim? — ele perguntou. — Você criou em mim o vampiro dos
seus sonhos? O Raniero que você sempre desejou?
Não, eu não fiz nada disso. Eu queria o antigo Ronnie de volta. Este
novo... Eu não gostava de seus olhos em tudo. Eles eram duros, mas cheios de
dor, e ele estava louco, também. — Eu não sei Raniero...
Ele sabia como ele estava, no entanto. Ele sabia que todas as meninas
fantasiavam em uma sala de shows seria virar e olhar para ele novamente.
Havia uma parte dele que sempre me odiou por querer muda-lo? Por
mais que eu me odiava agora?
— Obrigada Mindy Sue — ele disse, como se nunca tivesse tido algo
entre nós. Como se eu tivesse cortado totalmente isso fora também.
— Você é bem vindo. — Eu não conseguia pensar em mais nada a dizer.
Ele jogou a toalha no chão, deixando a bagunça para as empregadas
domesticas e se dirigiu para a porta, e logo antes dele sair eu tinha que saber.
— Raniero? — Eu podia ouvir as lágrimas entupidas na minha voz de
novo. — Por que... Porque você não oferece sempre me morder?
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— Eu amei muito você para lhe trazer a este mundo que estou
reentrando — ele disse. — Eu não queria força-lo em cima de você, quando
era claramente incerta, o que você sentia por mim. Eu esperei por você
perguntar, no momento que é certo para você. Mas, claro, esse tempo nunca
chegou até ser muito tarde.
Raniero sempre misturou os tempos, mas notei que ele foi muito claro ao
dizer amado, não amor.
Todo o tempo, ele estava esperando por mim. Mas agora é realmente
muito tarde.
— Obrigado Mindy Sue — ele disse novamente. — Obrigado pelo corte
de cabelo e por me mostrar que eu estava errado no meu tratamento para
Ylenia. Eu não tinha visto a partir da sua perspectiva.
Eu não poderia dizer —Você é bem vindo — novamente. Acabei de
deixa-lo sair, então caí sobre minhas mãos e joelhos e comecei a varrer o cabelo,
porque eu não podia esperar as empregadas domesticas também. Eu tive que
começar a tirar a bagunça fora de lá, porque o que tinha começado como um
plano para pegar Ylenia Dragomir fazendo algo de ruim, tinha se transformado
em entregar o cara que eu gostava para uma garota que já tinha um credito
sobre ele, sempre.
O cabelo realmente começou a se sentir como serragem em minhas mãos.
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Lucius
É meu prazer dobrar as suas regras mais distante do que pretende olhar para
cima de você agora, e então somente para ver como as tarifas de ratos. E eu trouxe sua
esposa também. Não se preocupe. Você não está vendo coisas... Ainda.
Eu sei que você se esforça para pensar com clareza, mas há algo que você pode
lembrar-se da noite em que me tornou um maldito vampiro? Qualquer detalhe que você
não tenha compartilhado comigo, especialmente em relação à Ylenia Dragomir?
Entretanto, saiba que a data do julgamento deve ser definida hoje. Sua esposa
ganha força à medida que você enfraquece, convocou uma reunião com os Anciões para
fazer o anuncio. Permaneça forte irmão. R.
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Havia uma parte de mim que queria que Dara Packwood pudesse estar
lá para me abraçar, como ela tinha feito antes de cada uma das minhas
competições de matemática e 4-H, mas eu tremi e inclinei meus ombros. E como
sempre aconteceu, as portas se abriram em uma sugestão que aparentemente eu
nem sequer precisava saber, e me vi diante de uma mesa comprida ladeada por
vampiros que me viram fazer nada, mas falhará.
Mas isso iria mudar. Ou se eu falhar, eu ia lutar, como eu havia
prometido a Raniero.
Entrando na sala, eu olhei um por um, e como eu conheci seus astutos
olhos frios, de repente eu estava muito consciente de um erro que eu tinha feito,
desde juntar suas fileiras.
Esta pequena parte de mim, queria que eles gostassem de mim, como se
eu tivesse sido transferida para uma nova escola ao invés de me tornar sua
governante. Ou se eu não estivesse exatamente, queria que eles gostassem de
mim, eu pelo menos esperava que fossem me aceitar em sua panelinha, como a
menina menos, mantida as margens.
Tranquei os olhos com Flaviu, embora, e eu vi seu desprezo por mim e
sua fome de poder, eu sabia que, naturalmente, nós nunca gostamos um do
outro. Ele era um vampiro vicioso de uma linha de vampiros malignos, e ele foi
quase certamente tentando estragar, se não o fim de Lucius e nossas vidas.
A rainha tem poucos amigos, minha mãe biológica tentou me avisar em
seu diário.
Se ela tem muitos, quase certamente ela está fazendo algo errado.
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Enquanto eu continuava a encarar os olhos de Flaviu, eu também lembrei
como Lucius tinha atravessado a cafeteria em um de seus primeiros dias na
escola. Eu me senti mal quando os estudantes se afastaram dele, mas ele parecia
satisfeito com o que percebeu como deferência a sua superioridade.
É tudo uma questão de percepção, disse a eu mesma. Minha e da deles. E
sem tirar os olhos de Flaviu eu fiz minha primeira mudança de improviso dos
planos, caminhando não para o meu lugar habitual ao pé da mesa, mas
diretamente para a cadeira de Lucius na cabeceira, onde sentar-me anunciou-
me de forma muito clara. — Eu os convoquei aqui para definir a data de
julgamento de Lucius para daqui a dois dias a partir de hoje.
Minhas palavras desencadearam um coro de murmúrios, espero que
nervoso por parte de Flaviu. O tio de Lucius parecia um pouco pálido. Mas eu
sabia que a maioria desses vampiros estava entusiasmada com a perspectiva de
ver um príncipe quase certamente ser destruído.
Sentei-me então, e embora eu estivesse cansada do medo sem fim, eu
olhei por força do habito para o Tio Dorin, e eu provavelmente não deveria ter
sido surpreendida ao ver que ele parecia ainda mais branco e mais chocado do
que Flaviu.
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— Antanasia, está... Tem certeza que deseja fazer isso? — Dorin crepitou.
Eu sabia que ele estava com medo de que eu estava arriscando perder o amor
da minha vida, mesmo que ele não gostasse de Lucius. — Existe alguma razão
urgente? Alguma coisa mudou?
— Eu não quero explicar nada agora — eu disse a todos eles. Mas o
comentário foi direcionado para Dorin. Eu não gosto de falar quase duramente
com meu tio, mas em seu esforço para me proteger, ele foi inadvertidamente
minando minha autoridade, questionando meus motivos.
Claro, Flaviu sorriu e me prejudicando de proposito, abordando todas as
pessoas idosas. — Nada mudou! Ela age por medo! Ela sabe que Lucius se
enfraquece sem sangue, e ela joga em uma tentativa de salva-lo do estado de
Luat, embora ela quase certamente condena-lhe a estaca de qualquer maneira.
A estaca de Lucius nos diz tudo o que precisamos saber!
Levantei-me novamente, assim como Mihaela Dragomir teria feito, e
apesar de meus joelhos tremerem, minha voz estava completamente estável. —
Você não vai me tratar como se eu não estivesse nem mesmo aqui, a menos que
você queira se juntar a Lucius nas masmorras. E então nós veremos quanto
tempo aguenta sem sangue, porque você é duzentos anos mais velho e nem de
longe tão forte como meu marido.
Minhas palavras surpreenderam até a mim, eu tinha ido mais longe do
que esperava. Flaviu foi claramente surpreendido também. Suas sobrancelhas
ergueram, e ele quase começou a rir, como se eu fosse uma garotinha que tinha
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jogado de repente uma explosão de raiva. — Você está brincando. Você não
ousaria.
Ergui a sobrancelhas também. Será que não?
E de repente eu estava tão chateada com todos eles que meus joelhos
começaram a tremer de raiva, e eu sabia que eu tinha que ter cuidado para não
perder o controle de uma nova maneira. Eu não estava prestes a desmaiar ou
ter alucinações, mas de uma vez só eu queria gritar com todos eles. Meses de
frustração e medo, tudo o que eu senti desde o meu casamento, desde que eu
tinha começado a desmoronar, aproximou-se correndo para fora de mim.
Eles tinham espancado Raniero até que ele estava quebrado a beira da
destruição, pelo menos um deles era responsável pelo atual estado de Lucius,
eles riram de mim e eles eram o pior bando de fofoqueiros e intrigantes que eu
já conheci, apenas no geral.
Eu poderia não ser transferida para uma nova escola, mas ainda assim
era como se eu tivesse, juntou a mais idosa e cinza torcida menos animada e eu
estava cansada de ficar presa em um castelo como prisioneira de mim mesma
com um monte de porcaria deles.
— Garda! Vin aici!25 — Ouvi-me rosnando com uma voz que eu nunca
tinha usado antes.
Eu não tinha certeza de onde as palavras vieram também. Elas não
estavam no meu DVD, mas eu devo ter ouvido Lucius convocar os guardas com
frequência suficiente que quando eu realmente precisei usar a frase que acabou
de sair, e ambos os vampiros que foram postados na porta deram um passo
para o meu lado.
Não olhei em volta para as pessoas idosas, eu não estava disposta a parar
olhando para o meu novo pior inimigo, mas ouvi murmúrios de novo, como
todo mundo estava mais surpreso com o meu romeno impecável do que pelo
meu anuncio sobre o julgamento.
25 Guarda!Venha aqui!
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Estreitei meus olhos em Flaviu. — Bem? Você quer ver quanto tempo
você pode durar sem sangue?
Nossos olhares ficaram bloqueados, e o sorriso que tinha em sua face
desvaneceu-se gradualmente, substituído por uma nova raiva que eu sabia que
era perigoso. Mas Flaviu sempre foi perigoso. Era melhor enfrenta-lo de frente.
Sentiu-se melhor.
— Bem? — eu repeti.
— Continue com sua reunião — ele finalmente concordou, desviando o
olhar novamente. — Mude a data do julgamento e salve ou mais provável
condene seu marido.
Havia ainda uma borda desrespeitosa em sua voz e suas palavras, mas
não o suficiente para me fazer um grande negocio sobre ele. Eu tive sorte, eu
havia ganhado uma pequena vitória, e eu sacudi minha cabeça para os guardas
voltarem a seus lugares. Então eu disse novamente—Eu proponho estabelecer a
data do julgamento de Lucius para dois dias a partir desta, reunidos na Sala de
Justitie ao amanhecer.
A maioria das pessoas começou a balançar a cabeça, e então eu adicionei
— Todos que concordam levante a mão esquerda.
Dorin quase levantou por acidente a direita de novo, ou não? Então ele se
juntou aos outros para elevar sua esquerda. Eu observei seus rostos com
cuidado, eu contava os votos. Havia uma pista, um sinal de culpa nos olhos de
alguém? Será que eles se parecem frequentemente com Flaviu?
Eu desejei que eu pudesse observar mais, mas eu só poderia adiar por
tanto tempo, então eu anunciei a contagem como unanimemente a favor, então
eu disse: — A reunião está suspensa.
Eu não me movi, agindo como se eu estivesse montando um novo
protocolo, deixando-os sair primeiro novamente, mas apenas porque os meus
joelhos começaram a tremer como loucos e eu estava com medo de tentar
andar.
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Aparentemente eu estava muito assustada por dentro, bem
profundamente. Mas eu dominei durante o tempo que eu tinha precisado. Era
um começo.
Conforme os Anciões saíram, olhei para Dorin para os parabéns, mas ele
não encontrou os meus olhos, como se ele de repente tivesse medo de mim. Ele
só conseguiu sorrir por um segundo e dizer: — Você fez bem — quando saiu
da sala com os outros.
Quando todos foram embora, eu deslizei na cadeira e exalei um silvo
quando tudo que eu tinha acabado de fazer caiu dentro.
Eu poderia ter acabado de tomar meu primeiro minúsculo passo para
garantir o futuro que Lucius sonhou para nós e nossas famílias. Eu já tinha visto